A hérnia de disco é uma das condições mais incapacitantes quando se trata de problemas na coluna. Em 2023, foi a principal razão para o afastamento de 51,4 mil trabalhadores brasileiros, de acordo com dados do Ministério da Previdência Social (MPS).
A hérnia de disco acontece quando os discos intervertebrais – responsáveis por absorver os impactos entre as vértebras da coluna – sofrem desgaste, o que pode levar à ruptura da membrana que envolve o disco, fazendo com que o conteúdo interno escape e comprima os nervos da coluna.
De acordo com o fisioterapeuta Bernardo Sampaio, diretor clínico do ITC Vertebral de Guarulhos, essa compressão dos nervos é a principal responsável pelas dores intensas e, muitas vezes, incapacitantes. “Quando o disco intervertebral se desloca e rompe a membrana externa, chamamos esse quadro de hérnia de disco“, explica.
Segundo o profissional, os sintomas podem aparecer na própria coluna ou irradiar para outras partes do corpo, como braços e pernas. Entre as causas, conforme Bernardo Sampaio, estão: envelhecimento, falta de fortalecimento muscular, impactos repetitivos na coluna, doenças degenerativas, genética, obesidade e sedentarismo.
A prática de exercícios físicos é uma dúvida comum entre aqueles que sofrem de hérnia de disco. Inclusive, muitos acreditam que os pacientes devem evitar o movimento, mas esse é um mito perigoso.
“Quanto mais sedentária a pessoa, pior tende a ser o quadro clínico. Então, sim, a atividade física é recomendada, desde que não piore a dor; e em momentos de dor aguda, deve-se procurar o fisioterapeuta antes de continuar o treino”, diz Bernardo Sampaio.
Ele explica que, muitas vezes, o tratamento para hérnia de disco pode ser realizado de forma não cirúrgica, com fisioterapia e exercícios físicos. “A academia deve ser um momento de prazer, não de dor. Se você sentir desconforto, é melhor parar e buscar o tratamento adequado antes de voltar a treinar”, alerta o profissional.
Abaixo, veja alguns exercícios que pacientes com hérnia de disco podem fazer com segurança!
Segundo Bernardo Sampaio, a caminhada é uma excelente forma de movimentar o corpo sem sobrecarregar a coluna, pois não exige esforços muito bruscos. ” A caminhada é capaz de melhorar a circulação sanguínea, o que ajuda a nutrir as estruturas da coluna vertebral e facilita a recuperação do tecido. Além disso, a caminhada promove o fortalecimento das pernas e saúde cardiovascular, dois fatores importantes para aliviar a dor na coluna”, explica.
A dica é evitar superfícies irregulares para iniciar a prática da atividade. E para auxiliar na prevenção de dores nas costas é indicado 30 minutos de caminhada, em média, 5 vezes por semana, com progressão gradual de distância e intensidade.
Fortalecer o core, que são os músculos da barriga e da lombar, é importante para manter a coluna estável. Isso ajuda a distribuir melhor o peso e reduz a pressão nos discos da coluna. A prancha modificada, feita com os joelhos no chão, é uma forma segura de fortalecer esses músculos sem sobrecarregar a coluna.
Movimentos leves que inclinam a pelve ajudam a aliviar a rigidez na parte inferior das costas e a melhorar a flexibilidade da lombar. Esses exercícios ajudam a reduzir a tensão muscular e a melhorar a postura, além de equilibrar a distribuição do peso, o que pode diminuir a pressão nas áreas afetadas pela hérnia.
Por Alice Veloso