Com uma cerimônia feita na base da camaradagem, onde nenhum convidado receberá cachê, a 28ª edição do Prêmio da Música Brasileira homenageará Ney Matogrosso, na noite desta quarta (19).
A crise econômica deixou a tradicional premiação sem patrocinador e levou seu criador, José Maurício Machline, a apelar para os contatos e para uma inédita venda de ingressos ao público. O evento começa às 21h, no Theatro Municipal do Rio, e será transmitido pelo Canal Brasil.
A lista de convidados que se apresentarão mostra a importância que a classe artística dá ao prêmio e a seu homenageado deste ano.
Chico Buarque (cantando a sua “As Vitrines”) e Ivete Sangalo (com o clássico “Sangue Latino”) são os carros-chefe, numa seleção que tem também jovens como Karol Conka (“Homem com H”), Alice Caymmi e Laila Garin (“Bomba H”) e BaianaSystem (“Inclassificáveis”).
“Ele é uma grande referência pra gente, de tudo. Não só de música, mas como personificação da arte, como alguém que mostra sua verdade no palco”, diz Russo Passapusso, vocalista do BaianaSystem.
O grupo é um dos principais concorrentes aos prêmios da noite, disputando três categorias: revelação, projeto visual e melhor grupo de pop/rock/reggae/hip hop/funk.
Outra que estará em dupla função, se apresentando e concorrendo (como melhor cantora na categoria canção popular), é Ivete Sangalo. Ela diz que Ney é “um artista à frente do seu tempo”.
“Inovador, corajoso e com um nível de interpretação altíssimo. Sua maneira de cantar sempre foi cheia de personalidade. Do ponto de vista performático, ele sempre será uma das melhores referências”, diz a baiana.
O próprio homenageado também terá espaço no palco, interpretando seis canções: “Melodia Sentimental”, “Bamboleô”, “Novamente”, “Rosa de Hiroshima”, “Balada do Louco” e “Pro Dia Nascer Feliz”.
“O que vale pra mim é o encontro com os amigos e vê-los cantando meu repertório”, diz Ney. “Eu já fiz tanto isso. E, sempre que fui, fui feliz, porque eram pessoas que admirava.”
Conhecido por sua abrangência -são 35 categorias de premiação, com um total de 79 indicados-, o prêmio tem um júri de 21 pessoas, entre músicos, jornalistas e artistas em geral. Eles analisam obras lançadas em 2016.
“Tivemos novamente um recorde de inscrições, mais de 1.300 artistas inscritos. Significa que, mesmo com a crise, eles produziram. E cerca de 75% dos inscritos têm entre um e três trabalhos lançados, são artistas novos”, diz Machline.
Se os novos são maioria entre os inscritos, os medalhões costumam dominar a premiação. A maior vencedora é Maria Bethânia, que já levou 22 troféus e disputa novamente como cantora e por seu álbum “Abraçar e Agradecer”.
28º PRÊMIO DA MÚSICA BRASILEIRA
QUANDO quarta (19), às 21h
ONDE Theatro Municipal do Rio (praça Floriano, S/nº, Centro)
QUANTO R$ 100 a R$ 300
CLASSIFICAÇÃO livre
(Folhapress)