O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) remeteu para a Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ), no Ministério Público de Goiás (MP-GO), o processo relativo à investigação que atinge o prefeito de Anápolis, Márcio Corrêa (PL). A desembargadora Rozana Camapum enviou o processo para ouvir a PGJ na quinta-feira (5).
Cabe ao MP-GO opinar sobre a procedência, ou não, de seguir a investigação que envolve Corrêa e oferecer ou não denúncia contra ele. Por ter foro privilegiado, como prefeito, esta exigência e o aval do TJ-GO sobre a denúncia, são necessários para que a ação contra ele tenha sequência.
Conduzida pelo Grupo Especial de Investigações Criminais (GEIC) de Anápolis, unidade da Polícia Civil, a investigação flagrou fortes indícios da participação do prefeito na atuação de um grupo anônimo de ataques virtuais, desvendada na Operação Máscara Digital.
O grupo é suspeito dos crimes de difamação (art. 139, CP), injúria (art. 140, CP), perseguição – stalking (art. 147-A, CP), falsa identidade (art. 307, CP) e associação criminosa.
Por enquanto, o MP-GO informou apenas que vai se manifestar no prazo legal. Esses prazos variam conforme o teor das manifestações e o grau de urgência dos casos.
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Por enquanto, a Polícia Civil divulgou um trecho aparentemente comprometedor ao prefeito.
No grupo de WhatsApp dos investigados os policiais identificaram “mensagens” atribuídas a Corrêa com os seguintes dizeres: “bora soltar essa no Anápolis na roda 3”, o que, segundo a investigação, “sugere possível instigação ou direcionamento de conteúdo publicado nos perfis investigados”.
Na semana passada a promotora de Justiça de Anápolis, Adriana Marques Thiago, enviou o processo ao TJ-GO, que remeteu à PGJ para as providências.
O grupo
À frente das postagens que o grupo fazia e que ofendiam políticos, empresários e influenciadores da cidade, a Polícia identificou também o então diretor de Comunicação da Câmara Municipal, Denílson Boaventura, e o então secretário de Comunicação da Prefeitura de Anápolis, Luís Gustavo Souza Rocha – ambos exonerados logo após o escândalo –, além da jornalista e ex-candidata a vereadora, Ellysama Aires Lopes Almeida. Os três chegaram a ser presos no dia 16 e soltos no mesmo dia.
No final da tarde desta segunda-feira (9), a reportagem telefonou em diversos telefones da Prefeitura de Anápolis mas todos deram como indisponíveis. O contato da pessoa que estaria respondendo pela assessoria de Imprensa também não atendeu nem retornou às mensagens que abriam espaço mais uma vez para a versão de Corrêa.
O espaço também foi aberto aos outros três investigados, mas eles não foram encontrados.
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