O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou a condução coercitiva que estava em vigor para obrigar a presença da advogada influencer e ex-Big Brother Brasil, Adélia de Jesus Soares, em depoimento à comissão parlamentar de inquérito (CPI) das Bets, no Senado Federal.
O nome de Adélia estava na pauta da audiência desta quarta-feira (14), um dia depois do burburinho em torno do depoimento da influenciadora Virgínia Fonseca, na terça. A ex-BBB também seria ouvida na condição de testemunha.
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Em sua decisão, Toffoli concluiu que Adélia está dispensada da obrigação de comparecer perante a CPI das Bets. “Dessa maneira, concedo a ordem de habeas corpus, para assegurar à paciente a faculdade de comparecimento perante a CPI das Bets”. A determinação para ela comparecesse à força foi porque Adélia não compareceu na primeira data marcada pela CPI para o depoimento, em 29 de abril.
Toffoli argumentou ainda que não estava claro em qual condição a advogada estava convocada e haveria condução coercitiva pela CPI das Bets. “Não obstante, tenho que os documentos que instruem a inicial destes autos revelam quadro distinto em que se evidencia que a paciente se encontra em posição dúbia, ora figurando como testemunha, ora como investigada”, frisou o ministro.
Além de representar a também advogada e influenciadora Deolane Bezerra, Adélia defendeu outras personalidades, como MC Mirella, Thomaz Costa e Deborah Albuquerque.
A CPI, entretanto, ouviu nesta quarta o influenciador Rico Melquíades, vencedor do reality A Fazenda. Ele foi convocado como testemunha e assim como Virgínia, tinha uma decisão do STF para só falar se quisesse.
Seguido por mais de 10 milhões de pessoas no Instagram, Rico Melquiades afirmou que “não obriga ninguém a jogar”, ao comentar sobre a influência que exerce sobre seus seguidores nas plataformas de apostas online. Ele confirmou na CPI que fez um acordo com o Ministério Público de Alagoas e pagou R$ 1 milhão após admitir envolvimento na promoção de jogos de azar. Além disso, seus bens foram bloqueados até o cumprimento total das condições estabelecidas no acordo judicial, conforme informou o jornal O Estado de S. Paulo.
Demonstração
A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), pediu para o influenciador fazer uma simulação de jogo durante a sessão, transmitida ao vivo, e o fato chamou a atenção. Rico então abriu a plataforma no celular e fez a simulação para os senadores, explicando os passos.
A senadora leu rapidamente para os demais presentes na audiência o texto do display e perguntou se o influenciador sabia o que cada termo que aparecia significava e também se aquela plataforma estava regulamentada. O influenciador respondeu que apenas estava fazendo o que “o Congresso aprovou”. Quando ela pediu para ele ir a outra plataforma, Rico disse “não quero mais jogar”.
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