14 de maio de 2025
Reforma do IR

Taxação dos super-ricos, explicada por Haddad, tem objetivo de promover justiça social

De acordo com o ministro, a proposta cria uma espécie de constrangimento moral para super-ricos
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicou que o projeto que trata da reforma do Imposto de Renda, enviado há cerca de um mês ao Congresso Nacional, tem o objetivo de promover justiça social.

“Constituímos uma secretaria extraordinária, um grupo de especialistas, só para pensar nisso. Nós não queremos sacanear ninguém, pelo contrário. O país já é sacaneado. Nós queremos ‘dessacanear’, tornar mais justo, reverter esse processo contra o país”, disse Haddad.

O ministro explicou como o projeto será aplicado e comparou o benefício a um 14º salário para quem está na faixa de isenção. “Esse projeto tem um único fundamento: buscar justiça social”, ponderou o ministro.

“Quem ganha R$ 1 milhão para cima paga 2% de alíquota. O sistema tributário brasileiro é considerado um dos dez piores do mundo. Vamos combinar que quem ganha R$ 1 milhão por ano no Brasil são os super-ricos. Legal ele ganhar. Mérito dele, talento dele. Mas não paga nem 2% de Imposto de Renda, contra um policial e uma professora que paga isso”, explicou Haddad.

O ministro ainda comparou a tributação dos super-ricos com o caso do morador de uma cobertura que não paga condomínio. “Eu diria que [a lógica do projeto] é quem ganha muito, começa a pagar alguma coisa, para a gente desonerar quem ganha até R$ 5 mil. Lá no andar de cima, na cobertura, não vai doer se o cara começar a pagar condomínio”, justificou Haddad, ao responder se a lógica da reforma seria tributar mais quem ganha mais e desonerar quem ganha menos.

Segundo ele, trata-se de uma proposta que criou um constrangimento moral no país, o que dificulta oposição no Congresso. “Vai ser difícil não aprovar”, afirmou. “Um negócio tão transparente e justo que ninguém possa abrir a boca contra.”, salientou Haddad. A expectativa é para que as discussões sejam iniciadas após o feriado.


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