13 de outubro de 2024
Limpeza urbana

“Soluções caras e ineficientes”, frisa Matheus Ribeiro sobre coleta de lixo em Goiânia

O candidato à Prefeitura de Goiânia criticou o atual sistema de limpeza da cidade, apontado como caro e ineficaz, visto que a cidade encontra-se poluída
Foto: Diário de Goiás
Foto: Diário de Goiás

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, nesta segunda-feira (9), o candidato à Prefeitura de Goiânia pelo PSDB, Matheus Ribeiro, criticou a qualidade ambiental da capital goiana e questionou o sistema de limpeza urbana realizado na cidade. Questionado pelo editor-chefe do Diário de Goiás, o jornalista Altair Tavares, sobre a evolução do debate sobre a coleta de lixo e o aterro sanitário, levantada no início das campanhas, o tucano apontou os principais erros da atual gestão e suas propostas de melhoria à área.

Dentre as críticas, Ribeiro citou a atual situação ambiental da cidade, considerada pelo candidato como poluída. “Pelo momento atual que a gente está vivendo, uma cidade enfumaçada, com baixa umidade, mostrando que o título da ONU, que a gestão ostenta, ele não passa de título mesmo, porque ele não reflete a realidade. A gente não tem só uma questão do lixo em Goiânia, a gente tem uma questão de sustentabilidade das nossas formas de nos relacionarmos com o meio ambiente, com os resíduos que a gente produz, com as nossas comunidades, com o zelo que a gente deve ter com a porta da nossa casa, com o nosso bairro, com as políticas de incentivo para não ter entulho espalhado por Goiânia”, pontuou. 

Para o candidato, a gestão do lixo deve ser algo realizado de forma comunitária e eficiente. “Entender a questão do lixo como uma questão compartilhada é fundamental. Eu já apontei, do ponto de vista da coleta, a necessidade que a gente tem de revisão desse atual contrato, que é milionário, que está sendo questionado na Justiça. Eu já estou por dentro do termo de ajustamento de conduta que foi celebrado entre a Prefeitura e o Ministério Público em relação ao aterro sanitário, que traz a necessidade da gente procurar soluções, inclusive consorciadas com a região metropolitana, para a criação não de um novo aterro, mas de novos aterros descentralizados para que a gestão dos resíduos não se torne uma montanha de problema, como é o caso que acontece hoje com o chorume chegando no lençol freático”, ponderou. 

Além disso, Ribeiro citou a necessidade de “dedetização” da Comurg. “A gente precisa tirar os ratos e baratas que corroeram essa empresa pública municipal que deve voltar a ser uma prestadora de serviços para a população, não apenas nas questões de limpeza urbana, mas de organização da cidade”, disse. 

Com relação às propostas, o candidato explicou o desejo de uma política de gestão comunitária. “De que forma? Primeiro, trazendo mais eficiência para a coleta do lixo. Eu olho da janela de casa e vejo a equipe do limpa-gim perdendo quase 40 minutos para esvaziar oito latões de um condomínio, oito latões que ficam ali, que recebem o lixo de alguns prédios. É ineficiente você ter seis pessoas paradas por tanto tempo fazendo um serviço braçal quando você poderia ter uma política pública dos contêineres. Que, inclusive, promovem um armazenamento melhor desse lixo até a devida coleta. Impedindo que cães, que animais de rua ou que a chuva leve isso para os bueiros. Isso é mais barato. Então, por que a cidade está recorrendo a soluções caras e ineficientes?”, questionou Ribeiro.

O candidato criticou, ainda, o valor pago pela administração municipal para a limpeza urbana da cidade. “A prefeitura não tem que pagar R$19 milhões por mês. Esse dinheiro está sendo mal gasto com um caminhão que passa uma escovinha lá e finge que limpou. Isso é uma vergonha que passa só de um lado da rua que não passa do outro. Isso é um escárnio com a cidade. Isso é um desperdício de dinheiro numa cidade que não tem médico no posto de saúde. A gente tem que perder a paciência com esse tipo de absurdo que acontece na cidade. E um prefeito tem que saber, sim, o modo como o lixo é coletado”, enfatizou. 

Por fim, Ribeiro frisou que Goiânia já foi uma cidade limpa e florida, com a afirmativa de que a população anseia pela volta desse cenário. “Quem vive aqui, quem andou com o vidro do carro aberto e viu que a cidade ficou fedida durante vários e vários dias, e propositalmente, porque se não tivessem quebrado a Comurg, não tinha margem para fazer um contrato absurdo como esse na calada da noite”, ponderou.

“Eu colocaria a prefeitura como um polo ativo desta ação que está no Superior Tribunal de Justiça e, também, no Tribunal de Contas dos Municípios, revisando os termos e o modo como essa licitação ocorreu, porque contrato assinado no Natal me parece, assim, a pressão de quem tem outros interesses que não a efetiva garantia da dignidade do cidadão de ter a sua rua limpa. Então é essa postura que a nossa Procuradoria terá na minha gestão”, concluiu.

Propostas de candidatos

No início do período eleitoral, Adriana Accorsi (PT) propôs uma auditoria profunda na Comurg, destacando que a limpeza urbana é uma questão de “higiene e saúde”. Sandro Mabel (UB), por sua vez, prometeu um grande esforço nos 100 primeiros dias de gestão para a realização de uma limpeza geral na cidade. O candidato também criticou os altos salários da Comurg e prometeu reestruturação do órgão.

Já Vanderlan Cardoso (PSD), propôs a modernização do sistema de coleta de lixo em Goiânia e prometeu auditar e melhorar a gestão da Comurg, com foco em aumentar a eficiência e diminuir os gastos desnecessários. Fred Rodrigues também criticou a ingerência política dentro da Comurg e propôs uma gestão técnica para resolver os problemas e eliminar interferências políticas e promover um serviço mais eficiente.


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