05 de novembro de 2024
Investimentos

Setor agropecuário goiano acumula mais de R$ 4 bi em financiamento do FCO Rural

A estimativa de empregos diretos criados chegou a 8.440, beneficiando 192 municípios em todas as regiões de Goiás
Pecuarista goiano Marcello Mamedes dos Santos, que investe recursos do FCO Rural: “FCO Rural segue como um instrumento importante de fomento à atividade agropecuária” (Foto: Divulgação)
Pecuarista goiano Marcello Mamedes dos Santos, que investe recursos do FCO Rural: “FCO Rural segue como um instrumento importante de fomento à atividade agropecuária” (Foto: Divulgação)

Com juros baixo, prazos que atendem a realidade do produtor rural, o setor agropecuário viu no Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) uma alternativa efetiva para buscar crédito e realizar seus investimentos. Apenas nos últimos quatro anos, de acordo com balanço divulgado pelo Governo de Goiás, o volume de financiamentos autorizados atingiu R$ 4 bilhões e a estimativa de empregos diretos criados chegou a 8.440, beneficiando 192 municípios em todas as regiões de Goiás.

“Estamos levando igualdade de oportunidades para os pequenos e médios. Antes, o FCO ficava na mão de poucos em Goiás. Agora existe uma distribuição para ele chegar a todos. Se existe um crédito mais barato, todos devem ter acesso a ele”, explica o governador Ronaldo Caiado, que ao assumir o governo, em 2019, determinou a pulverização de recursos e a ampliação do foco nos pequenos produtores. 

A evolução se evidencia na comparação entre os anos de 2018 e 2022. Em 2018, foram aprovadas 286 cartas-consulta ao FCO Rural, com tíquete-médio de R$ 3,8 milhões e estimativa de criação de 1.963 empregos em 93 municípios. A distribuição dos recursos ocorreu da seguinte forma: 65,12% para estabelecimentos de mini, pequeno e pequeno-médio portes; 14,14% para médio porte; e 20,74% para grande porte. 

Já em 2022 foram deferidas 1.423 cartas (1.137 a mais que em 2018), com tíquete-médio de R$ 1,2 milhão e estimativa de criação de 2.590 empregos em 163 municípios. Neste caso, a distribuição dos recursos ficou 77,41% para estabelecimentos rurais de mini, pequeno e pequeno-médio portes; 22,35% para médio e médio-grande portes; e 0,24%, para grande porte.

A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) integra a Câmara Deliberativa do Conselho de Desenvolvimento do Estado e é responsável pela análise das cartas-consulta ao FCO Rural. “A redução de 67% no tíquete-médio por financiamento de 2018 para 2022 prova que cumprimos a missão dada pelo governador. Beneficiamos mais produtores e levamos desenvolvimento para todas as regiões do estado”, ressalta o titular da pasta, Tiago Mendonça.

Investimentos

Em Goiás, a maior parte dos recursos foi usada, nos últimos quatro anos, para investimentos em máquinas e implementos, matrizes e reprodutores, correção de solos, benfeitorias, aviários, irrigação, pastagens e armazenamento. A aquisição de sistemas fotovoltaicos também está entre os itens mais citados nos projetos de financiamento aprovados. Estas propostas contam com uma linha especial, que passou a receber maior atenção desde 2019: a chamada Linha Verde. Desde então, a Câmara Deliberativa do Conselho de Desenvolvimento do Estado deferiu 94 cartas-consulta para aquisição de sistemas fotovoltaicos. O volume de financiamentos autorizados somou R$ 99 milhões.

“O FCO Rural sempre teve um papel importante no avanço da produção e da produtividade agropecuárias, proporcionando a renovação de maquinário, o aprimoramento genético e outras melhorias. Com a ampliação da Linha Verde, tornou-se uma ferramenta estratégica também para estimular o avanço da sustentabilidade agropecuária”, destaca o superintendente de Produção Rural Sustentável da Seapa, Donalvan Maia. “Este é um tema crucial hoje para a conquista de novos mercados e Goiás está muito bem posicionado nesta questão, tanto que vem batendo recordes sucessivos de crescimento de produção e exportações”, argumenta.

O pecuarista Marcello Mamedes dos Santos conseguiu este ano seu segundo financiamento. Criador de gado de corte em Bela Vista de Goiás, ele está investindo a maior parte dos recursos na melhoria da estrutura da fazenda, com construção de novas cercas e currais, colocação de bebedouros e ainda recuperação e formação de pastagens. Outra parte, menor, foi usada na aquisição de matrizes. O objetivo é aumentar a taxa de lotação de animais por hectare e obter um ganho de produtividade de cerca de 15%. “Este ano os juros foram impactados pela Selic e estão um pouco maiores, e a liberação de recursos pelas instituições financeiras poderia ser mais rápida, mas o FCO Rural segue como um instrumento importante de fomento à atividade agropecuária. Estamos confiantes que teremos bons resultados”, afirma.

Com experiências anteriores em instituições financeiras privadas, o gerente de Inteligência de Mercado da Seapa, Petherson Santana, testemunhou a evolução do FCO ao longo dos anos. “Quando comecei a trabalhar na rede bancária, em 2006, o FCO era uma linha muito exclusiva, com dificuldade de acesso e informações. Hoje a realidade é outra”, relata. O Fundo passa atualmente por uma verdadeira revolução tecnológica, com a implantação do processo 100% digital de tramitação de propostas. “A partir de 2023, com o Sistema de Cartas-Consulta Digitais do FCO, todo o processo vai ganhar ainda mais agilidade e transparência, desde a inclusão da proposta ao desembolso, passando pela etapa de análise técnica do time da Gerência de Inteligência de Mercado da Seapa”, garante.

Outro ponto fundamental, acrescenta Santana, é a ampliação do número de parceiros que operam os recursos do FCO em Goiás. “Atualmente o produtor pode procurar banco, cooperativa ou a GoiásFomento para ter acesso a crédito com subsídios, trabalhando com quem lhe oferecer o melhor pacote de benefícios”, pontua.


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