Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, policial civil que atua como segurança do cantor sertanejo goiano Gusttavo Lima, está entre os alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) realizada nesta terça-feira (17). A operação foi centrada em policiais civis paulistas suspeitos de envolvimento com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Rogerinho é citado na delação do empresário Vinícius Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, no dia 8 de novembro. Até a tarde ele não havia sido localizado para o cumprimento do mandado.
Segundo a delação de Vinícius Gritzbach, Rogério teria ficado com um relógio de luxo do empresário. O empresário revelou à polícia que uma caixa contendo cerca de 20 relógios de luxo que ele colecionava foi apreendida durante sua prisão por esses policiais. Quando as peças foram devolvidas, faltavam 7 relógios – quatro da marca Rolex, dois da marca Hublot e um da Frederique Constant. Juntas, as peças tinham um valor de cerca de R$ 700 mil, revelou a CNN nesta terça.
O policial civil é atuante como influenciador nas redes sociais e prints de fotos nestas redes foram anexados à delação mostrando Rogerinho ostentando o relógio que seria do empresário.
Entretanto, o policial civil recebe salário de cerca de R$ 7 mil na Polícia Civil de São Paulo. Nas investigações ele também é apontado como sócio de uma clínica de estética, uma empresa de segurança privada e uma incorporadora no litoral de SP. As suspeitas de ligação com o PCC, a incompatibilidade entre os vencimentos e o patrimônio do policial já tinham sido apontados pelos investigadores desde novembro, quando Gritzbach foi morto.
Na manhã desta terça-feira, agentes da PF realizaram buscas em endereços ligados ao policial.
A operação foi realizada em conjunto entre a Polícia Federal (PF), o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Corregedoria da Polícia Civil.
Além de Rogerinho, outros sete suspeitos foram presos, incluindo um delegado e três policiais civis. Outros três homens presos seriam membros do PCC.
Os investigados, de acordo com suas condutas, podem responder pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva e ocultação de capitais, cujas penas somadas podem alcançar 30 anos de reclusão.
Gusttavo Lima não é investigado no inquérito. A assessoria do cantor informou para a TV Globo que Rogerinho prestou serviço em alguns shows como integrante da equipe de segurança do artista.
“Tomamos conhecimento da operação na manhã de hoje (17) e esperamos que todos os fatos sejam devidamente esclarecidos perante a autoridade policial que preside a investigação”, informou em nota o Balada Eventos, escritório que administra a carreira de Gusttavo Lima.