05 de outubro de 2024
Saúde

Sedentarismo e alimentação inadequada colocam 30% das crianças em Goiás acima do peso

"A obesidade infantil pode gerar sérios problemas de saúde pública, com impacto futuro significativo", alerta a endocrinopediatra Jéssica França.
O sobrepeso infantil pode gerar sérios problemas de saúde pública, com impacto futuro significativo (Foto: divulgação)
O sobrepeso infantil pode gerar sérios problemas de saúde pública, com impacto futuro significativo (Foto: divulgação)

Um em cada três menores de 10 anos em Goiás está acima do peso, reflexo de maus hábitos alimentares e sedentarismo. O problema, que atinge 30% das crianças no estado, tem preocupado especialistas pela relação com doenças graves no futuro, como diabetes e problemas cardíacos.

O sobrepeso infantil tem se tornado uma questão de saúde pública em Goiás. De acordo com dados recentes do Ministério da Saúde, 30% das crianças goianas de até 10 anos apresentam ao menos sobrepeso, e as projeções indicam que, nos próximos 11 anos, esse número pode chegar a 50%.

A endocrinopediatra Jéssica França, que atua no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia – Iris Rezende Machado (HMAP), alerta que a obesidade infantil está diretamente ligada ao aumento de complicações de saúde, como colesterol alto, hipertensão, diabetes, apneia do sono e problemas ortopédicos. Segundo a médica, 32% das crianças atendidas na unidade têm algum grau de obesidade. “O sobrepeso infantil pode gerar sérios problemas de saúde pública, com impacto futuro significativo”, afirma a especialista.

Os fatores principais por trás desse aumento preocupante são os hábitos alimentares inadequados, a falta de atividades físicas e o tempo excessivo que as crianças passam em frente às telas. “O ambiente familiar tem um papel determinante. Crianças com pais que também enfrentam problemas de peso tendem a desenvolver hábitos alimentares e estilos de vida semelhantes”, explica Jéssica.

O diagnóstico da obesidade infantil é feito por meio do Índice de Massa Corporal (IMC), que avalia o peso em relação à altura e é adaptado para idade e gênero. A médica enfatiza a importância de um acompanhamento regular com o pediatra para identificar possíveis sinais de sobrepeso desde cedo. “Se notarmos que a criança está ganhando peso muito rapidamente, é fundamental agir logo, antes que as complicações de saúde se instalem”, orienta.

O tratamento, na maioria dos casos, passa pela reeducação alimentar, aumento da atividade física e controle do tempo de uso de dispositivos eletrônicos. Em casos graves, o uso de medicamentos pode ser necessário.

Prevenção

Especialistas recomendam a adoção de hábitos saudáveis desde a infância, incluindo aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e alimentação saudável até os 2 anos de idade, evitando alimentos ricos em açúcar. Além disso, incentivar a prática de atividades físicas é essencial para combater o sedentarismo. O ideal, segundo especialistas, é que as crianças realizem pelo menos uma hora de atividade física moderada a intensa por dia.

A médica Jéssica França também aponta a importância do envolvimento dos pais na prevenção da obesidade infantil. “Os pais são modelos para os filhos. Promover refeições em família e ensinar sobre escolhas alimentares saudáveis pode ajudar a criar uma relação positiva com a comida”, ressalta.

O aumento do número de crianças acima do peso em Goiás é um problema que exige atenção. Com o crescimento das taxas de obesidade infantil, é crucial promover hábitos saudáveis e uma rotina de exercícios desde cedo, além de limitar o tempo de telas. Se essas medidas forem adotadas em casa, é possível reduzir o impacto da obesidade na saúde pública e garantir um futuro mais saudável para a próxima geração.


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