Em razão das chuvas intensas que atingem Goiás, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) emitiu um comunicado aos proprietários e exploradores de barragens cadastradas no Estado. O objetivo, segundo o órgão, é reforçar as medidas necessárias para “evitar incidentes graves com as barragens durante o período chuvoso”.
“O comunicado chama atenção para a importância de se desobstruir as estruturas extravasoras, para que elas estejam aptas a dar vazão a todo o volume de água previsto no projeto”, afirmou o superintendente de Fiscalização e Controle da Semad, Marcelo Sales. Ele ressaltou que é fundamental “retirar lixo, vegetação ou qualquer material que possa impedir o livre fluxo da água”.
Marcelo também recomendou que os proprietários “verifiquem o nível do reservatório e não o deixem ficar totalmente cheio nesse período”. Segundo ele, “o nível da barragem deve ter uma borda livre de pelo menos um metro, o que reduz os riscos”.
Outro ponto destacado foi o monitoramento constante das condições da estrutura. “Verifique a existência de trincas ou rachaduras e infiltrações nas ombreiras, cristas e taludes”, orientou Marcelo. “Caso sejam identificadas, deve-se reduzir ainda mais o volume acumulado no reservatório para diminuir a pressão exercida pela água”. Ele alertou que “essa redução deve ser gradual, de no máximo 15 cm por dia, para evitar escorregamentos dos taludes”.
O superintendente também solicitou que os responsáveis mantenham as descargas de fundo funcionando adequadamente. “É essencial que as descargas estejam escoando livremente, permitindo que a barragem receba a água das chuvas sem comprometer sua estrutura”, explicou. Marcelo ainda reforçou a importância de ter à mão os contatos de emergência:
É imprescindível que os proprietários e exploradores mantenham os números da Defesa Civil [(62) 99972-5926] e do Corpo de Bombeiros [193] sempre disponíveis, para comunicar qualquer situação de emergência.
Outra medida recomendada pela Semad é a organização de redes de comunicação. “Uma estratégia válida é constituir uma rede com vizinhos e comunidades localizadas em um raio de 10 quilômetros abaixo da barragem”, afirmou Marcelo. Segundo ele, “essa ação pode agilizar a troca de informações em caso de necessidade”.
Números do SirhGO
De acordo com o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos de Goiás (SirhGO), há atualmente “56.178 barragens cadastradas no estado”. Essas estruturas têm diversas finalidades: “11,9 mil são usadas para abastecimento de água, 8 mil para regularização de vazão, 4,7 mil para combate às secas, 2,8 mil para irrigação e 2,4 mil para proteção ambiental”.
Os municípios com maior número de barragens cadastradas são Porangatu (2.231), Crixás (2.157), Nova Crixás (1.730), Mara Rosa (1.714), São Miguel do Araguaia (1.467), Goiás (1.096), Morrinhos (1.065), Jaraguá (808), Araguapaz (805) e Rio Verde (798).
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