O governador de Ronaldo Caiado (UB), futuro candido à presidência nas eleições de 2026, afirmou que, se eleito, não pensará em reeleição. Em entrevista ao CNN Entrevistas, no sábado (18), Caiado falou sobre seus planos para o pleito, relatou embates relacionados aos ideiais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), teceu críticas a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e declarou que está disposto a caminhar junto a Gusttavo Lima em direção ao pleito e, “que vença o melhor”.
Caiado disse que o país enfrenta uma situação tão grave atualmente, que qualquer candidato que já entrar pensando em reeleição não terá pulso firme o suficiente para lidar com as questões do país da forma necessária. “Se o candidato entrar no governo pensando na reeleição, acabou o governo, ele já não governa mais. Porque ninguém que vai pensar na reeleição vai ter coragem de poder enfrentar esses temas que precisam ser enfrentados”, argumentou, após dar certeza de que a reeleição ainda não é uma opção para ele.
Explícita contrariedade a Lula
O governador de Goiás aproveitou o gancho para criticar a atual gestão. Caiado elencou problemas do governo Lula e completou: “Se o governo tivesse restrições e um pouco mais de seriedade no gasto público, nós não estaríamos vivendo o que nós estamos vivendo”, afirmou. “Você tem inflação, que está vindo aí em decorrência do preço e o custo das coisas, você tem uma taxa de juros altíssima, você tem uma fuga de capital como jamais se viu na história do Brasil, você não tem avanço em infraestrutura nenhuma e você tem uma falta de investimento do empresariado”, detalhou Ronaldo.
Fuga aos extremismos
Segundo o governador, o Brasil caminha para direções que contemplem outras possibilidades que não somente os extremos de direita e esquerda. “A população, hoje, eu acho que ela busca não mais esse lado de posições extremadas, mas de posições consequentes, lógicas, corajosas, e que isso é que vai definir o avanço do país, isso é que vai dar um norte para o Brasi,l para sair dessa estagnação”, pontuou.
Apesar de ter se aliado a Bolsonaro inicialmente e depois demonstrado controversas em relação a seus ideais, principalmente durante embates com candidatos apadrinhados nas eleições municipais de 2024, Caiado apenas apontou que “cada um vive dentro de suas posições”. “O ex-presidente tem a maneira dele de pensar e eu tenho a minha maneira de pensar e cada um se respeita dentro das suas posições”, disse.
Terceira via
Questionado sobre ser uma terceira via, entre os extremos, Caiado apontou que provavelmente as próximas eleições terão “cinco ou seis vias”. “Eu não sei quantos candidatos apresentarão. Eu não acredito que nós teremos apenas um confronto entre os dois, o presidente e o ex-presidente, e apenas eu que me lançarei. Pelo contrário, nós teremos aí, eu acredito, um número de cinco a seis pré-candidatos a presidente da República”, apresentou.
Aliança com Gusttavo Lima
Sobre especulações de alianças com Gusttavo Lima, que anunciou intenção de candidatura à presidência e possível filiação ao União Brasil, Caiado assumiu que há interesse que ele faça parte de seu partido, e que isso não é uma novidade. “Em 2022 ele já se colocou como pré-candidato ao Senado Federal. Eu estive com ele, tivemos uma conversa. Ele só não foi candidato porque não tinha idade. Ele tinha 34 anos. Então, não é uma novidade a vontade dele em inserir-se no processo político brasileiro”, ressaltou.
Em relação às possibilidades de ter o cantor sertanejo como rival no partido rumo à presidência, Caiado afirmou que está tranquilo e, inclusive, o convidou para caminharem juntos. “Não cabe ninguém de partido dizer: ‘não, esse partido já tem dono, esse partido já tem monopólio’. Eu o convidei para que nós caminhássemos juntos. Vou começar em março, nós começaremos lá por Salvador. Ele disse que vai diminuir o número de shows e que está disposto também a caminhar como presidente”.
Caiado confirmou que Gusttavo ainda vai analisar os cenários disponíveis e ainda não se filiou ao partido, apesar dos convites dele e do presidente do UB, Antônio Rueda. “Eu fiz o convite, ele não filiou. Ele ficou de analisar outras coisas”. E acrescentou que está tranquilo quanto a concorrência à presidência. “Eu não tenho preocupação. Que vença o melhor”, pontuou.
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