Transcorridos quase quatro meses desde as eleições, a chanceler alemã, Angela Merkel, chegou a um pré-acordo para formar uma coalizão. A informação foi divulgada pela imprensa local.
O partido de Merkel, a conservadora CDU (União Democrata-Cristã), havia se reunido noite adentro com a sigla-irmã bávara CSU e com o rival SPD (Partido Social-Democrata), de Martin Schulz.
O avanço desta sexta-feira (12), no entanto, não significa que a Alemanha terá imediatamente um novo governo. O pré-acordo ainda precisa ser aprovado na conferência do SPD em 21 de janeiro, e as siglas terão de negociar a composição do Executivo e sua plataforma eleitoral. Analistas esperam que o processo se prolongue por meses.
Há alguma pressa, já que a Alemanha é a principal economia europeia e tem servido de referência para a política do bloco econômico, que enfrenta anos de crise -o Reino Unido decidiu deixar o grupo em 2019 e diversos países, inclusive a Alemanha, têm registrado o crescimento de forças de extrema direita, críticas ao sistema.
Merkel, há 12 anos no poder, vinha governando em parceria com o SPD no que é conhecido na Alemanha como “grande coalizão”. Após o pleito deste ano, no entanto, Schulz havia dito preferir voltar à oposição e se recuperar de um resultado eleitoral insatisfatório. Com isso, a CDU tentou formar uma aliança com os Verdes e os liberais, sem sucesso. Só então voltou ao antigo aliado.
As tratativas se alongaram porque os partidos discordam em uma série de pontos fundamentais, como as políticas de migração em ambiente, onde ambos tiveram de ceder. Ainda não há informações oficiais sobre a que entendimento Merkel e Schulz chegaram.
Caso essas negociações sejam frustradas, a Alemanha pode ser obrigada a voltar às urnas, com um alto custo politico à chanceler e seu partido, e com a perspectiva de fortalecer a força de direita ultranacionalista AfD (Alternativa para a Alemanha).