05 de julho de 2025
ARMAMENTO PESADO

PF mira empresas de armas em Goiás por ligações com crime organizado no RJ

Operação Blood Guns cumpre 22 mandados em quatro estados e investiga fraude em sistema de controle de armas para favorecer crime organizado
Empresas legais usavam esquemas ilegais para favorecer quadrilhas organizadas com armas pesadas Foto Divulgação PF
Empresas legais usavam esquemas ilegais para favorecer quadrilhas organizadas com armas pesadas Foto Divulgação PF

A Polícia Federal identificou o envolvimento de empresas regulares que atuam no comércio de armas em Goiás com o direcionamento de armamento para o crime organizado, especialmente para o Rio de Janeiro. Nesta sexta-feira (13), a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado em Goiás (FICCO/GO) deflagrou uma operação e cumpriu 22 mandados de busca e apreensão para atingir envolvidos em Goiás, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Os alvos eram lojas de armas e pessoas físicas a sociedades empresariais, inclusive “laranjas” usados como sócios.

Denominada Operação Blood Guns (Armas de Sangue), a ação desta sexta teve o apoio do Exército Brasileiro e da Receita Federal para desarticular grupos criminosos especializados no comércio ilegal de armas de fogo em território nacional.

O delegado da PF Bruno Zane explica que as investigações tiveram início em 24 de julho de 2024, após a prisão em flagrante de um homem que transportava armamento pesado em Goiânia com destino ao Rio de Janeiro. “Ele transportava 10 fuzis e dez pistolas com destino ao Rio”. Os fuzis era de calibres usados em guerras.

A partir desse episódio, foram identificadas conexões com empresas do setor armamentista suspeitas de fraudar os sistemas de controle de armas (SINARM e SIGMA), com o intuito de ocultar a origem e o destino de armamentos desviados para o mercado ilegal.

Além dos mandados de prisão, também foram autorizadas buscas pessoais e a apreensão de dispositivos eletrônicos, documentos e armamentos.

A PF apurou indícios de que, mesmo com armas apreendidas sob custódia policial, os investigados continuavam movimentando os registros dessas armas fora de circulação nos sistemas da Polícia Federal, transferindo armamentos para empresas investigadas com o objetivo de regularizar estoques em caso de fiscalização.

Esta fase da operação da PF tem como objetivo reunir novos elementos probatórios que subsidiem o aprofundamento das investigações e a responsabilização dos envolvidos.

A FICCO/GO é composta por integrantes da PF, Polícia Penal Federal, Secretaria Nacional de Políticas Penais, Polícia Militar e Polícia Civil. As forças atuam de forma integrada no combate às organizações criminosas no estado de Goiás.


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