A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (10), a Operação Mitrídates que culminou na apreensão de 250 litros de agrotóxicos de uso proibido no país, vindos da China. A operação foi realizada para desarticular um grupo criminoso especializado no contrabando de defensivos agrícolas que agia em Goiás e no Distrito Federal.
Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Goiás e no DF.
O delegado da Polícia Federal, Mário Sérgio Ribeiro de Oliveira, que coordenou a Operação Mitrídates, explicou que as investigações, iniciadas em 2024, começaram com a prisão em flagrante de duas pessoas que transportavam 400 kg de agrotóxicos ilegais. As apurações revelaram um esquema com clara divisão de tarefas, abrangendo a importação, o armazenamento e a distribuição dos produtos.
“Em Goiás foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, sendo um em um condomínio de luxo em Goiânia, e outro em Anápolis, e também um no Distrito Federal, em Águas Claras”, citou.
A investigação apontou que o uso indiscriminado do veneno causou grave dano ambiental na região, incluindo a morte de centenas de animais aquáticos por contaminação dos rios.
A partir dessa apreensão, explica o delegado, a PF conseguiu identificar quem seriam as demais pessoas que estariam envolvidas no esquema. “Quem seriam os importadores, os transportadores, aquelas pessoas que também estariam guardando esses agrotóxicos contrabandeados, e também os compradores”, destacou.
Crime de consequências graves
O delegado enfatiza que não se trata de um crime de pouca relevância. “O agrotóxico contrabandeado da China possui uma concentração bem superior àquela permitida no Brasil, e essa concentração faz com que, primeiro, de fato, a pessoa vai maximizar o lucro. O produtor rural vai conseguir combater melhor as pragas. Entretanto, ele vai contaminar o solo e também os alimentos que vão para a mesa do cidadão. E, com isso, está mais que provado, vai provocar diversas doenças na população e também a mortandade de animais”, detalhou.
A investigação policial segue para identificar mais pessoas envolvidas. “Claro que, com a investigação agora, com as apreensões, principalmente dos aparelhos celulares, a gente poderá avançar mais ainda com a investigação policial”.
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Somente na primeira apreensão, de 400 quilos, a PF apurou que o valor combinado entre os envolvidos chegava a R$ 350 mil na transação. “Foi possível também identificar que o grupo criminoso estaria movimentando aproximadamente 5 mil quilos de agrotóxicos em menos de um mês”, acrescentou ele.
A estimativa é de que o inquérito policial seja remetido à justiça no prazo máximo de 60 dias.
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