Pesquisadores do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), Campus Ceres, estão avaliando a adaptação e produtividade de 35 cultivares de café arábica sob condições irrigadas, com foco na indicação das variedades mais adequadas ao clima e solo da região de Ceres, no centro-norte de Goiás. O estudo, que já está na sétima safra, visa impulsionar a cafeicultura no Estado e oferecer uma nova alternativa econômica para os produtores locais.
A iniciativa conta com financiamento de R$ 40 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), além de uma bolsa de pós-doutorado. Segundo o professor Cleiton Mateus Sousa, coordenador do projeto, o apoio do Governo de Goiás tem sido essencial para o avanço da pesquisa.
Identificar as cultivares mais produtivas e adaptadas representa um passo importante para a diversificação agrícola e o fortalecimento do desenvolvimento regional.
Dez anos de experimentos
O mês de abril marca dez anos desde o início do plantio experimental no Campus Ceres. Das 35 cultivares analisadas, 11 apresentaram melhor desempenho em produtividade e adaptação às condições locais. A pesquisa também investiga aspectos fisiológicos das plantas em diferentes estágios — como crescimento, floração e frutificação — e monitora a estabilidade produtiva ao longo do tempo.
Em parceria com o Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), Campus Alegre, também está sendo avaliada a qualidade da bebida, já classificada como café especial. Segundo Cleiton, os resultados obtidos até agora são promissores: algumas cultivares demonstraram produtividade até duas vezes superior à média nacional.
Com a escolha certa das variedades e a criação de políticas públicas voltadas ao setor, Goiás pode se consolidar como um importante produtor nacional de café arábica.
Expansão e novos ciclos
Para ampliar o impacto da pesquisa, uma unidade demonstrativa está sendo implantada em uma propriedade rural de Ceres, com mudas originadas do experimento. A área experimental do IF Goiano continuará ativa, servindo como referência técnica e de capacitação para os agricultores locais.
O café produzido nas lavouras experimentais já é servido no refeitório da instituição, proporcionando aos estudantes e servidores uma amostra direta da qualidade e potencial do produto regional.
O estudo seguirá com novos ciclos de avaliação nos próximos anos, com o objetivo de compreender melhor o comportamento das cultivares diante das variações climáticas e consolidar o conhecimento técnico para o fortalecimento da cafeicultura goiana.
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