23 de março de 2025
Opinião pública • atualizado em 26/02/2025 às 10:40

Pesquisa CNT: 49,7% dos brasileiros são contra exploração de petróleo na foz do Amazonas

Apenas 20,8% dos entrevistados se posicionaram favoravelmente à iniciativa, enquanto 16,5% informaram serem indiferentes e 13,% não responderam
A região da Margem Equatorial preocupa ambientalistas devido aos possíveis impactos da exploração. Foto: Stéferson Faria/Agência Petrobras.
A região da Margem Equatorial preocupa ambientalistas devido aos possíveis impactos da exploração. Foto: Stéferson Faria/Agência Petrobras.

A 163ª rodada da Pesquisa CNT de Opinião, divulgada nesta terça-feira (25), revelou que 49,7% dos brasileiros são contrários à exploração de petróleo na foz do rio Amazonas. O levantamento, realizado entre os dias 19 e 23 de fevereiro de 2025, indicou que apenas 20,8% dos entrevistados se posicionaram favoravelmente à iniciativa, enquanto 16,5% informaram serem indiferentes e 13,% não responderam. A margem de erro estimada é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%.

Vale lembrar que no dia 12 de fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a postura do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) em relação à autorização para a pesquisa de exploração de petróleo na Foz do Amazonas. Lula classificou a demora na decisão do órgão como um “lenga-lenga” e afirmou que o Ibama parece agir contra o governo. A região, situada na Margem Equatorial, tem gerado preocupações entre ambientalistas, que alertam para os possíveis impactos ambientais da exploração.

Fonte: Pesquisa CNT de Opinião.

Apoio à manutenção da Lei da Ficha Limpa

Outro dado relevante da pesquisa é que a maioria dos brasileiros apoia a manutenção da Lei da Ficha Limpa. No cenário estimulado, 63,4% dos entrevistados se declararam favoráveis à permanência da lei, enquanto 9,8% defendem sua flexibilização. Já 18,3% são a favor da revogação, e 8,5% não responderam.

O resultado sugere um desejo coletivo por mais transparência e integridade na política nacional, reforçando a importância de mecanismos que limitem a atuação de indivíduos com histórico de corrupção.

A pesquisa também demonstra que, apesar de debates acerca da flexibilização da lei, a percepção majoritária é de que regras mais rígidas contribuem para um cenário político mais ético. Vale lembrar que a iniciativa de flexibilização está em um projeto de lei  liderado por aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que visa permitir sua candidatura já em 2026, apesar da condenação imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o impede de concorrer até 2030.

Fonte: Pesquisa CNT de Opinião.

Responsabilidade dos altos preços

A pesquisa também detalha a percepção dos brasileiros sobre o aumento de preços no país. Um número expressivo de entrevistados atribui a responsabilidade direta ao governo federal, argumentando que a atual gestão não tem conseguido conter a inflação e garantir condições econômicas mais estáveis. No total, 41,0% atribuíram a culpa ao Governo Lula e 11,2% culparam as questões climáticas. Confira o cenário da pesquisa estimulada:

Fonte: Pesquisa CNT de Opinião.

Os produtos que mais impactaram o orçamento das famílias foram café, carnes e grãos em geral, seguidos por combustíveis e serviços essenciais. A população também aponta dificuldades em adquirir itens básicos, refletindo uma preocupação crescente com a perda do poder de compra e a instabilidade econômica.

Fonte: Pesquisa CNT de Opinião.

Metodologia da pesquisa

A 163ª Pesquisa CNT de Opinião, realizada pelo Instituto MDA a pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT), foi conduzida entre os dias 19 e 23 de fevereiro de 2025. O levantamento contou com uma amostra de 2.002 entrevistas, distribuídas de forma proporcional ao tamanho do eleitorado em cada região e unidade da federação, levando em consideração o porte dos municípios.

A coleta dos dados foi feita por meio de entrevistas presenciais domiciliares, e a pesquisa seguiu um controle rigoroso para variáveis como gênero, idade, renda familiar e nível de instrução. A margem de erro estimada é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos, dentro de um nível de confiança de 95%.






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