O Ministério da Saúde vai promover estudos para viabilizar a vacina contra a herpes-zóster pelo Sistema Único de Saúde (SUS), garantiu o ministro da pasta, Alexandre Padilha, após pedido da deputada federal Adriana Accorsi (PT). Na terça-feira (22), Adriana apresentou formalmente o pedido em audiência com o ministro.
Ela relata que a experiência de ter precisado de internação por causa de um episódio da doença desencadeou uma onda de manifestações de pessoas que passaram pela mesma situação ou conheciam casos. “Até de óbitos decorrentes da herpes-zóster chegaram relatos”, destacou em entrevista ao Diário de Goiás nesta quarta (23).
Adriana destaca que, antes de adoecer, desconhecia a existência de imunizante e também dos riscos e da gravidade que a doença oferece.
“A partir do momento que eu sofri essa enfermidade, percebi que a população brasileira ainda está muito desinformada sobre ela. Muitas pessoas não conhecem a doença e nem, tampouco, têm a informação sobre a vacina”, observa Adriana.
Além do desconhecimento, a deputada enfatiza que o “preço inacessível na rede privada” não estimula as pessoas a se imunizarem contra a doença. Geralmente é ministrada em duas doses. Cada dose pode custar mais de R$ 600.
“E percebi que essa é uma doença muito grave, que pode trazer sequelas permanentes. Fiquei internada por vários dias, sofri muitas dores”, acrescenta Adriana, citando relatos que recebeu sobre pessoas com sequelas graves como cegueira, surdez, “e até paralisia cerebral” decorrentes do herpes-zoster.
Adriana estudou doença e depois pediu a Padilha vacina contra herpes-zóster
A deputada disse que decidiu então estudar o assunto e verificou a gravidade já mapeada pela ciência. Em seguida decidiu acionar o ministro solicitando tanto a viabilidade da vacina gratuitamente quanto campanhas de esclarecimento sobre a herpes-zóster.
“Percebi que, em o SUS podendo fornecê-la gratuitamente, também seria necessária uma divulgação”. Adriana afirma que Padilha já assinou no ofício encaminhado por ela a determinação para que fosse cumprida a solicitação.
A herpes-zóster é uma doença infecciosa viral que se manifesta por dor muito intensa e pequenas a médias lesões (bolhas) concentradas em regiões do corpo. Ela é mais comum quando o sistema imunológico está baixo e é provocada pelo vírus Varicela-Zoster (VVZ), o mesmo que causa a catapora e a varicela. Também é mais comum em quem teve essas duas doenças e tem mais de 50 anos de idade. Pesquisadores avaliam uma correlação com o aumento de 35% no número de casos da doença após a pandemia de Covid-19.
A vacina diminui o risco de herpes-zóster e também contribui para reduzir a incidência de sequelas, como a neuralgia pós-herpética, um quadro de dor importante, que pode permanecer. Mas o imunizante para a doença só está disponível na rede privada para pessoas a partir de 50 anos de idade ou indivíduos imunocomprometidos.
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