14 de julho de 2025
Opinião
Publicado em • atualizado em 19/06/2025 às 09:22

O congresso nacional de joelhos

Julio Paschoal é economista e professor de economia
Julio Paschoal é economista e professor de economia

A que ponto chega o interesse do capital contra um governo que busca administrar com justiça social.
O interesse dos parlamentares brasileiros não está na representação digna da parcela mais empobrecida da população e sim da classe que detém o capital sustentado ao longo dos anos encima de todo o tipo de benesses fiscais.

A derrubada do veto da energia eólica mostra bem essa farsa que deveria indignar a direita conservadora que se apresenta como um pilar da justiça no país.

Por um lado os parlamentares da direita cobram do governo o corte de gastos na área social como meio de equilíbrio das contas públicas, por outro sangra os cofres públicos exigindo um montante de emendas acima de 50,0 bilhões a constarem dos orçamentos anuais.

Nessa semana o presidente da câmara exigiu do governo federal mais 500,0 milhões em emendas para pautar matérias de interesse da nação como a isenção do imposto de renda para quem ganha até cinco mil reais, medida que beneficiará dez milhões de brasileiros.

O congresso nacional junto com o mercado financeiro e o Banco Central e a grande imprensa, trabalham cada um no seu quadrado para derrubar um governo legítimo eleito pelo povo.

A retórica é a mesma o governo gasta muito e mau apenas quando acolhe a população mais empobrecida. Quando aumenta ou mantém os pesados incentivos e isenções fiscais para os dezessete setores da economia a um preço superior a 860,0 bilhões de reais de incentivos e isenções fiscais está correto. O mesmo fato ocorre com o agronegócio que detém mais de 120 bilhões de reais em incentivos e benefícios fiscais.

O povo brasileiro que ganha em média 2,8 mil reais é que tem pago a conta dos desmandos patrocinados tanto pelo capital financeiro quanto pelas elites que ao longo dos séculos se enriqueceram nesse país.

E o que é pior a baixa escolaridade do povo brasileiro tem levado o cidadão de baixa renda a condenar um governo que tem acuidade fiscal com justiça social, na defesa de uma direita conservadora que falta com a verdade nos vídeos publicados nas redes sociais.

Na mesma linha o governo anterior que essa elite conservadora representa no congresso nacional, deixou de arcar com compromissos da ordem de 223,0 bilhões de reais no ano de 2022, inerentes ao não pagamento de suas obrigações perante a precatórios vencidos e também, a não compensação das perdas impostas aos estados pelo corte de impostos feito no preço dos combustíveis contrariando a lei de responsabilidade fiscal.

Na verdade o congresso nacional vem se colocando de joelhos por olhar os interesses de quem sempre usou na forma da lei aprovadas pelos próprios parlamentares, cada um a seu tempo, os recursos públicos como forma de se beneficiar em nome da realização de investimentos e garantia de empregos.

Na visão desses parlamentares os grandes grupos devem ser preservados e as contas devem continuar sendo pagas por meio do aumento de 13,0% nos serviços de energia elétrica e também com as flutuações do dólar que tem elevado os preços dos alimentos e de outros produtos no mercado.
Faço das palavras do compositor e cantor José Ramalho, as minhas “e o ou vida de gado povo marcado povo feliz, isso é o Brasil”.

Júlio Paschoal é economista e professor

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