Dezenas de reportagens foram publicadas nesta quinta-feira (6) abordando a operação da Polícia Federal (PF) em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), que atingiu o ex-governador Marconi Perillo, a organização social Instituto Gerir e outras pessoas ainda não identificadas. Perillo atualmente é presidente nacional do PSDB e trabalha na fusão do partido com o PSD. A notícia caiu como bomba na gestão política do ex-governador goiano.
Veículos como Folha de S. Paulo, Infomoney, Valor Econômico, Metrópoles, Uol, CNN Brasil, O Globo, Estadão, Terra, entre outros, noticiaram logo cedo que os agentes estiveram na casa de Perillo em Goiânia, cumprindo mandado de busca e apreensão. A divulgação da operação não mencionava os alvos.
A operação, denominada Panaceia, cumpriu 11 mandados e busca e apreensão, sendo 10 (dez) em Goiânia e 1 (um) em Brasília. Os mandados foram expedidos pela 11ª Vara Federal que também determinou o sequestro de mais de 28 milhões de reais dos investigados. Não foi informado quantas são as pessoas envolvidas e o valor embargado de cada uma delas.
Pelas redes sociais, Perillo publicou nota de repúdio onde se declarou indignado com a operação ter ocorrido tantos anos depois e apontou perseguição política atribuída ao atual governador Ronaldo Caiado, apesar de PF e CGU serem federais.
Em trechos da nota, Marconi Perillo diz:
“Já fui vítima de outras armações e “operações” encomendadas, quando todos os meus sigilos e de minha família foram devassados, na mais profunda investigação contra um político em Goiás. Inclusive, essa armação foi duramente repreendida pelo STF.
Eles sabem da minha inocência e idoneidade. Não encontraram e não encontrarão nada contra mim. Nunca fiz o que narram. Só se fabricarem. Criarem factoides. Mas agora extrapolaram todos os limites, e com extrema crueldade. Estão fazendo uma operação por supostos “fatos” acontecidos 13 anos atrás. É estranho que só agora, quando faço denúncias contra o atual governo, é que resolvem realizar essa operação.
Em política não existem coincidências. Não tem um único centavo em minhas contas e de minha família que não seja oriundo do meu trabalho e declarado no Imposto de Renda. Estão tentando criminalizar movimentações lícitas, legais e todas declaradas aos órgãos competentes. Isso é um absurdo!
Eu repudio veementemente a inclusão do meu nome nessa “operação”! Estão criando uma cortina de fumaça para não irem atrás de minhas denúncias e investigarem quem deveria ser investigado hoje em Goiás.”
No final, Marconi Perillo ataca iniciativas do atual governo como o valor da venda do estádio Serra Dourada (R$ 10 milhões), o preço do Hospital do Coração, o CORA (R$ 2,4 bilhões), e diz que se sente ameaçado por agentes das forças de segurança do Estado.
Mesmo esperando uma reação às denúncias que tenho feito contra o grupo comandado por Caiado e que hoje domina Goiás e suas instituições, não imaginava que eles, mais uma vez, ousassem usar o poder do Estado para me perseguir, constranger e tentar calar.https://t.co/pqC5AmwFDC pic.twitter.com/DTAk04hC3E
— Marconi Perillo (@marconiperillo) February 6, 2025
Já o governador Ronaldo Caiado ainda não se manifestou diretamente. A atual gestão da Secretaria Estadual de Saúde divulgou uma nota para enfatizar que não há qualquer relação da investigação com a atual gestão.
A SES-GO Destacou também que o instituto Gerir “nunca prestou serviços à atual gestão” e que desde 2019 o controle interno sobre as OSs foi reforçado.
O Instituto Gerir não foi localizado para comentar os fatos. Ao que tudo indica a OS fechou há alguns anos, deixando passivos em Goiás, Mato Grosso e São Paulo.
Leia a íntegra da nota da SES-GO
Nota – Operação Panaceia
“O Governo de Goiás esclarece que a Operação Panaceia, deflagrada nesta quinta-feira (6/2) pela Polícia Federal em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), investiga desvios de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) em hospitais do Estado ocorridos entre os anos de 2012 e 2018, durante os mandatos do ex-governador Marconi Perillo. Portanto, não há qualquer relação da investigação com a atual gestão.
O Governo de Goiás reforça que a Organização Social alvo da Operação Panaceia nunca prestou serviços à atual gestão. Além disso, foram implementados a partir de 2019 controles internos para garantir a transparência na aplicação dos recursos públicos em todas as áreas, com o objetivo de impedir desvios e assegurar o uso correto do dinheiro público.“
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás
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