14 de outubro de 2024
Eleições 2024 • atualizado em 19/09/2024 às 12:42

“O vice pode ser um mal”, afirma Leonardo Rizzo sobre histórico das últimas eleições

Questionado se era consultado para as estratégias de ataque de Fred, Leonardo negou e disse que as propostas criticadas são de fato imbecilidades
Como alternativa para fugir do problema, Rizzo defende uma sinergia entre prefeito e vice. (Foto: Divulgação).
Como alternativa para fugir do problema, Rizzo defende uma sinergia entre prefeito e vice. (Foto: Divulgação).

Em sabatina da Rádio Bandeirantes, realizada em parceria com o Diário de Goiás, apresentada pelos jornalistas Altair Tavares e Larissa Dourado, nesta quinta-feira (19), o vice da chapa de Fred Rodrigues (DC) na disputa pela Prefeitura de Goiânia, Leonardo Rizzo (Partido Novo), afirmou que “o vice pode ser um mal”, ao citar o histórico de impasses relacionados à vices no Brasil na capital.

“Vamos começar lá de Tancredo Neves, que não assumiu, que entrou José Sarney, e nós já sabemos o mal que Sarney fez ao país. É um problema seríssimo. Olha essa gestão atual de Goiânia, acho que quando a gente vai votar pro executivo o vice pode ser um mal”, afirmou. Como alternativa para fugir do problema, Rizzo defende uma sinergia entre prefeito e vice.

Segundo ele, com o Fred foi amor à primeira vista. “Fui conhecer o Fred, fiquei encantado, porque um jovem de 39 anos, eu com meus 68 anos de idade, eu sei o que é ser um jovem de 39 anos. Um jovem de 39 anos tem ciência de tudo, ele tem cultura de tudo, ele tem sabedoria de tudo e quer fazer. E nunca fez, isso é interessantíssimo, me fascinou isso”, afirmou.

Então ele tem esse jeito enérgico de combater e não falou nenhuma inverdade. Ou falou? E foi por isso que deu certo, porque eu sou ponderado. E eu sei, se a gente tem um foco, a gente tem que se concentrar no foco para realizar o que a gente pretende.

Questionado se era consultado para as estratégias de ataque de Fred, Leonardo negou e disse que as propostas criticadas são de fato imbecilidades e fez críticas a proposta de Sandro Mabel (UB) sobre motociclistas na faixa do ônibus. “Faixa de ônibus é pra ônibus e táxi. Acabou. Quem tem preferência no trânsito é o transporte coletivo. O transporte individual não funciona em nenhuma parte do mundo”, defendeu.

Confira a entrevista na íntegra:

Larissa Dourado:  Já antecipando um pouco da nossa conversa, e eu pelo menos não me recordo de termos aberto espaço para vices, né, nessa, nas últimas eleições. Mas o vice ganhou tanta importância depois dos últimos episódios, né, depois do Iris ter ficado sem vice, depois do Rogério ter assumido, que hoje o eleitor quer conhecer o vice, quer saber das propostas do vice e o quão preparado esse vice se sente para assumir uma prefeitura caso seja o caso. Você se sente assim, tanto que você era candidato, né, se colocou na posição de vice aí no transcorrer dos dias, mas você se sente preparado para ser prefeito ou para dar suporte ao seu prefeito caso ele seja eleito?

Leonardo Rizzo: Olha, esse negócio de vice é quase que histórico no Brasil, vamos começar lá de Tancredo, que não assumiu, que entrou Sarney, e nós já sabemos o mal que Sarney fez ao país. É um problema seríssimo. Olha essa gestão atual de Goiânia, acho que quando a gente vai votar pro executivo o vice pode ser um mal. Então, ele sabe o que acontece, é preciso que haja sintonia, é preciso que haja sinergia para a coisa poder acontecer como deve ser feito, e no caso de uma emergência, ele poder assumir e saber o que está assumindo.

Larissa Dourado: E o senhor tem essa sintonia com o Fred, o senhor teria essa abertura com o Fred?

Leonardo Rizzo: Olha, eu acho que com o Fred foi amor à primeira vista, uma coisa muito interessante, eu conheço todos os candidatos que aí estão, quem não os conhece? São todos os candidatos há 40 anos, todo mundo conhece, sabe como é o perfil deles politicamente, o que eles pretendem, como que eles fazem, então analisei todos, analisei e fui eliminando um a um. E cheguei no Fred e falei, olha, esse eu não conheço, mas eu quero conhecê-lo, eu quero bater um papo com ele para saber o que ele pensa, coisa e tal, como que ele vê a situação. Fui conhecer o Fred, fiquei encantado, porque um jovem de 39 anos, eu com meus 68 anos de idade, eu sei o que é ser um jovem de 39 anos. Um jovem de 39 anos tem ciência de tudo, ele tem cultura de tudo, ele tem sabedoria de tudo e quer fazer. E nunca fez, isso é interessantíssimo, me fascinou isso, sabe? É um menino de propósitos bons e hoje em dia para você conhecer uma pessoa é muito simples, você pega o CPF da pessoa, consulta, eu sou empreendedor, sei. E fiquei conhecendo, inclusive, a irmã dele, é uma jornalista muito interessante também.  Então, é um garoto que nasceu no Novo Horizonte, uma região metropolitana de Goiânia, alguns chamam de periférico, mas é uma região metropolitana de Goiânia, onde tem valores hoje inquestionáveis na sociedade. Então, eu acho que é um goianiense preparado para ser prefeito de Goiânia.

Altair Tavares: Percebo, candidato Leonardo, que os seus estilos são muito diferentes, o senhor é mais moderado, tem um jeito de fazer críticas universais sobre muitas coisas, o senhor tem um estilo mais moderado e o Fred é mais hard. Tanto é que na campanha agora ele desandou a soltar ‘metralhadora frederística’ para todo lado. Os seus estilos são muito diferentes, como é que compatibiliza isso?

Leonardo Rizzo: É a idade, eu tenho 68 anos, ele tem 39 anos. A indignação minha é diferente da indignação dele. A minha é real, eu sei onde estão os problemas. Ele às vezes não sabe, um jovem não sabe. Ele sabe que as coisas não estão acontecendo. Então ele tem esse jeito enérgico de combater e não falou nenhuma inverdade. Ou falou? E foi por isso que deu certo, porque eu sou ponderado. E eu sei, se a gente tem um foco, a gente tem que se concentrar no foco para realizar o que a gente pretende.

Altair Tavares: O candidato Fred consulta o senhor sobre a estratégia do ataque. Por exemplo, quando ele ataca Sando Mabel, não é uma situação lógica que o setor bolsonarista daqui a pouco vai se alinhar com Sando Mabel se ele for para o segundo turno?

Leonardo Rizzo: Olha, a política é muito dinâmica. Nós somos direita, eu acho que desses partidos que estão aí, eu diria que o Sandro é o mais direita de todos aí, se você for analisar. Vanderlan é um biruta de aeroporto você não sabe quem é ele. Há 35 anos na política, 40 anos na política, não tem grupo nenhum. O grupo dele é ele e a mulher dele. Ele sai candidato aqui, a mulher dele sai em senador. Biruta de aeroporto. Onde está o vento, ele vai. Entendeu? Então você não sabe, não pode contar com ele. Olha aí as votações do PSD.

Altair Tavares: Ele se diz conservador.

Leonardo Rizzo: Que conservador. Olha as votações do PSD. Todo mundo que fica em cima do muro, que só olha os seus interesses próprios, se diz conservador. Isso é clássico. Isso é clássico. Entendeu? Então você vê. A Adriana é uma menina muito boa, mas nós sabemos o pensamento, como modos operantes da esquerda governar. Não funciona. 45 anos que a gente está vendo que não funciona.

Altair Tavares: Mas a pergunta é sobre o estilo, do senhor e do Fred.

Leonardo Rizzo: É o que eu estou dizendo. Então, o Sandro é uma pessoa interessante. Mas ele está com partidos que é totalmente contrário a qualquer choque de gestão na coisa pública. Os partidos que o apoiam, que estão na Assembleia. Você acha que nós vamos ter um choque de gestão? Economia, escala, com esses políticos, com o apetite que eles têm. Impossível ele fazer.

Altair Tavares: Mas o senhor está criticando o MDB de Iris Rezende?

Leonardo Rizzo: Não estou criticando o MDB de Iris Rezende. Iris Rezende é uma figura política interessante. Mas também tem lá seus defeitos. Então todos nós temos. Então eu não estou aqui dizendo A, B, C ou D. Eu estou dizendo o que é que precisa ser feito em Goiânia. Goiânia precisa fazer uma gestão independente. Senão nós não conseguimos sair do sistema. Tudo loteado, é como hoje. Então só vai mudar a coleira. O processo vai ser o mesmo. E eu acho uma imbecilidade. Porque todos eles estão jogando em cima da figura do governador. Que por sua vez eu acho que realmente tem feito uma figura boa. Um trabalho bom.

Altair Tavares: Eu perguntei se o senhor é consultado com a tática do ataque.

Leonardo Rizzo: Não, que ataque que existe? Eu quero saber, me mostra um ataque do Fred em relação.

Altair Tavares: O Fred fez um ataque direto à proposta do motociclista na faixa do ônibus.

Leonardo Rizzo: Mas aquilo é imbecilidade. Vem cá, o Sandro foi na Finlândia por causa da Nokia. Foi lá ver e viu esse processo. A Finlândia, meu filho, tem zero de analfabetismo. Tem um fluxo de carro que é insignificante a Finlândia. Então você não pode comparar a Finlândia com a Ásia ou com o Brasil. O Brasil se compõe muito mais com a Ásia do que com a Europa ali, da outra região. Então é uma comparação que não tem sentido. Todos nós sabemos que isso não existe no mundo. Moto, trafegar, ônibus. Ônibus é preferência a ônibus e táxi. Faixa de ônibus é pra ônibus e táxi. Acabou. Quem tem preferência no trânsito é o transporte coletivo. O transporte individual não funciona em nenhuma parte do mundo. A coisa mais cara do mundo é um estacionamento num grande centro. Chega a valer 150 euros o dia. Dólar, 180 dólares o dia. Pra você instalar em qualquer metrópole do mundo. O automóvel é um investimento de ilusão. Você já viu alguma propaganda pra vender carro? Que não seja no campo, o cara dirigindo no campo bonito, com uma música bonita. Por quê? Agora, a realidade é outra. A realidade da cidade é outra.

Larissa Dourado: Vamos falar aqui a respeito sobre lazer. Trouxemos aqui uma conversa nos bastidores. Iso, o que que é pra você hoje? Goiânia é a cidade dos parques, ou pelo menos já foi. Conforme a gente vê o crescimento da cidade temos várias opções como Mutirama, zoológico, qual que é aí a proposta?

Leonardo Rizzo: Goiânia foi feita sobre o aspecto do lazer, da convivência. Você pega a Nossa Senhora Auxiliadora ali, você pega o Botafogo, e pega o Buriti, era o véu de Nossa Senhora. Imagina que cidade não seria se nós tivéssemos da Independência ao Areião, com a Botafogo. Essas avenidas aí. Seriam as Alamedas, as avenidas mais lindas do mundo. Com a mata nativa. Assim foi concebida. Depois foi cortando esses espaços, hoje temos. Mas eu acho que Goiânia, sim, tem uma reserva de parques interessantes, que precisa de muito cuidado. E esse é o objetivo nosso, o lazer, o ócio criativo. Eu quero que Goiânia seja uma cidade do ócio criativo. Quando a pessoa não estiver trabalhando, ela pode ir para um parque. Ela pode ir nesse parque, com várias atrações.

Larissa Dourado: E o Zoológico?

Leonardo Rizzo: O zoológico, a gente quer tirar o zoológico de lá. Nosso projeto é tirar, levar os animais zoológicos, fazer aqueles que puderem ser adaptados à natureza, soltá-los. Aqueles que querem viver num espaço maior, podem viver num espaço maior, vamos tentar levá-los para o Altamir Moura Pacheco. É um parque muito interessante. E naquele local, queremos fazer o melhor centro de convivência do Brasil. Vai ser um exemplo numa cidade. Naquele espaço ali, nós vamos ter um Central Park à altura. Vai ser um parque onde você vai ter todos os tipos de entretenimento. Todo tipo de gastronomia. Às vezes, de ter um ônus, a gente vai ter um bônus e ganhar com isso, sobre todos os aspectos. Não estou dizendo nem no aspecto de alocar aquilo, de arrendar aquilo.

Altair Tavares: Por falar nisso, foi uma grande frustração não transformar a antiga sede da Assembleia num centro de lazer?

Leonardo Rizzo: Essa é a minha grande divergência com o Ronaldo Caiado. Eu acho que faltou para ele visão. Ele não sabe do que seria o Palácio da Cultura. É um projeto de 38 anos que tem tudo a ver com a revitalização do centro. Tem tudo a ver com a revitalização. Não virou, não. A gente tem uma ação popular. Eu sei que está em obra. Ridículo, ridículo. Você está gastando 30 milhões para reformar o prédio, para ir para lá. E eu, que não entendo nada de obra, de empreender, já que você está gastando 30 milhões, por que você não faz a sua sede lá no Parque Lozandes, que você ganhou uma área para esse fim? Você está louco? A minha sede custa 300 milhões. Por isso que falta creche. Falta transporte. Cada órgão público quer ter um palácio melhor do que o outro. Nós não podemos fazer isso onde temos criança passando fome. Isso é desigual, isso é desumano. Onde você não tem criança em creche. Então, acho que ele errou profundamente em ter estacionado esse projeto de lei. Nós estamos questionando esse projeto de lei, porque é um absurdo. No que eles basearam para transferir o prédio para o TCM, é partir do princípio muito simples, ouvinte. Aquela área é do Estado, não é da Prefeitura. Olha que absurdo.

Altair Tavares: Era uma seção do Estado. Uma seção.

Leonardo Rizzo: Não, não é uma seção. É porque ela faz parte da fazenda primitiva que foi construída em Goiânia. Está lá na escritura.

Larissa Dourado: E muitos se falam em repovoar o centro, em trazer as pessoas para o centro, e os órgãos públicos saindo do centro.

Leonardo Rizzo: Não, vamos aqui, nós estamos caminhando para o final para você entender o centro. Então, o Palácio da Cultura iria pegar o museu, o mar, aqueles artes, o Museu das Artes, levar para a Assembleia, a Secretaria da Cultura, levar para ali e criar-se um museu. Com tecnologia, para a pessoa saber quem é o primeiro prefeito, porque Goiânia foi concebida aqui, porque ali é o marco zero de Goiânia. Ali é o marco zero. Então, nós teríamos o quê? Uma sinergia de visitação de Goiânia coincidindo com a revitalização do centro. Qual seria? A pessoa está no parque do Buriti, ela entra na 26, tem o Museu do Pedro do Vico, que é fantástico. Quem quiser saber como foi Goiânia, tem que ir nesse museu. Anda um pouco mais, tem lá o próprio Pedro Ludovico no seu cavalo, mostrando as três raças, e ali seria a Praça Cívica do Palácio. Ok? Ótimo. A Prefeitura era ali, antigamente. Nós tiramos isso, estou falando de 88 e 92, do plano diretor no qual nós participamos. E o que deveria fazer o Estado? Ser senhor absoluto daquele espaço.

Altair Tavares: Se vice-prefeito e senhor romperia essa seção da Prefeitura para o TCM?

Leonardo Rizzo: Eu já estou rompendo, já estou na justiça, imagina lá. Imagina lá. Eu vou proibir o uso. Para aquele fim. Ali é uma área de preservação permanente. Isso é um absurdo o que as autoridades estão fazendo. Mas vamos lá. Essa sinergia, o que caberia ao Estado? Da Paranaíba, Tocantins, Araguaia e Goiás, teria que ter órgãos públicos. Procuradoria, promotoria pública. Para onde estão esses órgãos hoje? Você vai na República do Líbano, onde era o Papião Parque, vai o Ministério Público.

Larissa Dourado: Nosso tempo está se esgotando, eu vou ter aqui 1 minuto para as considerações finais do senhor.

Leonardo Rizzo: Eu vou considerar com o final disso. Então o que eu queria fazer é o seguinte, essa revitalização, se colocasse os órgãos públicos no centro, nós teríamos gente, os melhores salários do Estado. Então acabou o problema. Nós teríamos vitrines maravilhosas, restaurantes maravilhosos, área de entretenimento fantástico. Porque isso só vai onde tem dinheiro. E consumo. O que fizeram é que tiraram o consumo do centro. E revitalizar como se não tem consumo? E é isso que nós queremos fazer. Fazer com que a cidade seja respeitada. E eu espero que só existe uma forma dela ser respeitada, votando no 22, Fred, Rodrigues e Leonardo Riso. E eu aceitei ser vice do Fred, porque ele aceitou, na íntegra, todos os projetos nossos para a Goiânia. Que nenhum outro candidato teria coragem. Porque nós, do Novo, trabalhamos com a liberdade de produção e com a elegidade da escolha do profissional para dirigir. E isso é impossível na política. E dá certo. Joinville, Minas, tem dado certo. Então, solução é o 22.


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