12 de dezembro de 2024
Dilze Percílio no RH

O QUE HÁ DE INTEGRAL NA PROPOSTA DE ENSINO EM GOIÁS?

Assistindo a entrevista concedida para o Diário de Goiás por Ieda Leal, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação do Estado de Goiás, fiquei abismada com a falta de visão sistêmica da proposta do governo do Estado de Educação Integral para o Ensino Médio.
Segundo Ieda, lançou-se a proposta sem levar em conta as condições para que ela seja implementada com sucesso, a saber: o prestador de serviço, o usuário, a estrutura, o produto e os clientes.
O prestador do serviço é o Professor, que não recebeu uma proposta de alteração de carga horária e contrato, muito menos como ficariam seus honorários para uma possível dedicação exclusiva. Outros professores seriam chamados para completarem a carga horária? Teremos novos concursos ou contratações?
O usuário e o produto são aqui representados pelo aluno e pelo ensino/currículo que ele receberá nas escolas de tempo integral. O que será oferecido a ele vai está realmente alinhado ao que sua formação como cidadão e as demandas da sociedade exigem? E aí entra o cliente, e alguns deles são ao mesmo tempo os beneficiários dessa proposta. São os cidadãos em geral que pagam impostos e os pais desses alunos, em particular. Uma escola de tempo integral que não tem um projeto pedagógico diferenciado e que termina as 15h realmente atende às expectativas da sociedade.
E por último, mas longe de ser o menos importante, está a questão da estrutura das escolas. Estariam elas equipadas para as atividades extraclasse? Ou nossas crianças e jovens ficaram das 7h00 às 18h00 sentadas na sala, em aulas expositivas? Se a realidade for essa, pobres professores e alunos, pois uma relação que já é desgastada pelo convívio diário em meio período, imagine em tempo integral?!
É por isso tudo que não consigo ver nada de INTEGRAL nessa proposta.
Então blogueiros, vamos as discussões? Aguardo vossos excelentíssimos comentários.
Abraços, Dilze Percilio


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