Um levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira (16), mostra que o número de casamentos no estado de Goiás caiu em um percentual de 25,1% nos últimos dez anos.
De acordo com a Pesquisa Estatísticas do Registro Civil, o número de casamentos registrados no ano de 2023 foi de 32.518, contra 43.394 matrimônios contabilizados em 2014. Em Goiânia, o número baixou de 12.901 para 10.861, um decréscimo de 15,8%. Veja o gráfico abaixo:

Conforme publicado anteriormente pelo Diário de Goiás, novas formas de relacionamentos, diferentes dos moldes tradicionais, que crescem entre os jovens, é um dos motivos apontados pela redução.
À reportagem, a psicóloga Karina dos Santos Siqueira, especialista em neuropsicologia e análise do comportamento, afirmou que os jovens têm optado pela “agamia” (escolha consciente de não buscar relacionamentos românticos ou de compromisso com outra pessoa, incluindo a não busca por casamentos ou filhos) em função da aversão ao histórico de relacionamento vivido pelas gerações passadas.
“Todo o nosso comportamento é aprendido e vem da nossa família. E essa geração cresceu vendo os pais e familiares com relacionamentos desestruturados. Isso faz com que o jovem olhe para essa situação e pense que não quer isso. Por mais que eles tenham outros exemplos, vão se basear pelo familiar. Ou seja, vai ter essa tendência a não buscar algo que não faz sentido para ele, porque em sua família não fez”, explicou.
Pelo motivo citado, os jovens da geração Z (nascidos entre os anos de 1997 e 2010), optariam por relacionamentos casuais, até mesmo sem filhos, pelo fato destes gerarem vínculos. “Aprofundar, para eles, dá trabalho, e essa nova geração tem um pouco mais de dificuldade em lidar com sentimentos complexos, como amor, mágoa e angústia, proporcionados em relacionamentos profundos”, justifica a psicóloga.
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