23 de maio de 2025
Alerta • atualizado em 30/04/2025 às 10:34

Número de acidentes de trânsito envolvendo crianças triplica em 2025

Os dados são do Hugol, que aponta que, somente em janeiro deste ano, o número de pacientes atendidos na unidade, vítimas de atropelamento, foi três vezes maior que no mesmo período em 2024
Foto: Divulgação
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O número de crianças envolvidas em acidentes de trânsito chama a atenção em Goiás. De acordo com dados disponibilizados pelo Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), em 2024, 684 pacientes com menos de 18 anos vítimas de acidentes de trânsito foram atendidos no local. Desse total, 395 eram crianças de até 12 anos e 289, adolescentes de 13 a 18 anos.

Um dado que preocupa é o aumento de atropelamentos registrados pelo hospital envolvendo crianças pequenas. Em janeiro de 2024, o Hugol atendeu nove casos desse tipo. No mesmo mês deste ano, foram 24 – quase três vezes mais.

Entre as crianças atendidas pelo Hugol durante todo o ano, os atropelamentos lideram as estatísticas: foram 177 ocorrências, o equivalente a 44,8% dos casos. Em seguida vêm os acidentes com carro (139 casos, ou 35,2%) e com moto (79, ou 20%). Já entre os adolescentes, a maioria das vítimas sofreu acidentes de motocicleta, com 176 registros (61%). Acidentes com carro somaram 62 casos (21,4%) e atropelamentos, 51 (17,6%).

Em âmbito nacional, o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) aponta que cerca de duas mil crianças e adolescentes com até 17 anos morrem por ano em acidentes automobilísticos no Brasil. Outros 37,8 mil sofrem lesões, muitas com consequências permanentes.

Cuidados

A pediatra Mirna de Sousa, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), explica que o risco para esse público está associado a uma série de fatores, como a falta de equipamentos de segurança, distração dos condutores e a vulnerabilidade natural das crianças.

“Até mesmo em percursos curtos, é essencial o uso da cadeirinha ou do sistema de retenção adequado para a idade. São recursos que reduzem significativamente o risco de lesões graves”, afirma.

A médica destaca ainda que as crianças, por estarem em fase de desenvolvimento, têm maior dificuldade em avaliar perigos no ambiente urbano. “Elas ainda não compreendem bem noções como distância e velocidade. Além disso, a imitação de comportamentos adultos é um fator importante. Por isso, atravessar na faixa, olhar para os dois lados e usar sempre o cinto de segurança devem ser práticas constantes por parte dos adultos”, conclui.


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