“Nós não vamos recuar, não”, afirmou o prefeito Sandro Mabel sobre a decisão de retirar os vendedores ambulantes das calçadas e entradas de galerias da Avenida 44, principal centro de comércio atacadista de confecções de Goiás. Desde segunda-feira (31) a ordem para a fiscalização é de apreender e remover os que desrespeitarem a determinação, gerando protestos no local.

Nesta terça, foi difícil para os lojistas das galerias abrirem os comércios normalmente porque o protesto afastou a clientela no período da manhã. Com um carro de som, os camelôs disseram que pretendem repetir o protesto todos os dias até a reabertura das negociações. Policiais militares e guardas civis acompanharam a manifestação. Lojistas reclamaram o prejuízo e apoiaram a ação do poder público.
“Temos 13 mil lojistas na 44. Nós temos 6 mil na Feira Hippie. Por que 300, 400 têm que trabalhar ilegal?”, questionou o prefeito em entrevista coletiva no Paço Municipal sobre vários assuntos, na manhã desta terça (1º).
Opções estão apresentadas
Apesar dos dois dias de protestos, na segunda-feira, a prefeitura divulgou a informação de que metade dos ambulantes teriam aderido a alguma das duas opções apresentadas. A preferência seria para a Feira Hippie.
Mabel reclamou da resistência dos ambulantes que insistem em ficar na 44 até mesmo pelas vagas oferecidas na Feira Hippie. “Nós estamos dando uma banca para o cara de graça na Feira Hippie. Ele paga a taxa como os outros pagam também. Mas não [vai] estar comprando ponto em ponto lá, que é vendido por 80 mil reais. Ele está ganhando de graça”, insistiu Mabel.
A opção, reiterou ele, é “escolher qualquer galeria que ele queira se instalar”. No caso da feira, os camelôs afirmam que não tiveram uma indicação mais clara dos locais para onde vão e receiam que seja pontos “fracos de venda”. No caso das lojas, alegam que não conseguirão pagar aluguel ou condomínio após o período de descontos que está sendo oferecido.
Mas Mabel disse que a disposição da prefeitura é de eliminar definitivamente a presença dos feirantes das ruas da 44. “Nós não vamos dar conta. Vamos dar conta. Tem 13 mil pessoas que dão conta”.
Então nós vamos organizar bem a cidade. Então nós não vamos recuar, não” – diz Mabel
O prefeito voltou a citar a situação como uma “bagunça” e “desorganização” e apontou que há um conjunto de problemas gerados pela concorrência. “Não são só ambulantes. Ali é um lojista que está vendo aquela confusão e já bota um pedaço da sua loja lá embaixo. Tem o carro-loja. O carro encosta em uma loja e sai vendendo”, exemplificou.
Bares estão se regularizando com a mesma pressão, afirma Mabel
Além disso, ele comparou a ação com a fiscalização que tem sido intensificada nos bares e restaurantes da cidade. “Não está obedecendo à lei, está fazendo confusão, está fora da lei? Fecha! Aí essa semana mais [de 80 bares] regularizaram. Então a cidade precisa pegar ordem”, reforçou Mabel.
Para completar, o prefeito reiterou que tem ciência de que se tratam de pais e mães de família, que precisam trabalhar e disse que deu uma chance a eles. “Agora eu não posso tirar a chance daquele monte de pessoas que estão trabalhando corretamente e que esse pessoal fica tumultuando e nós estamos perdendo um monte de ônibus que deixam de vir para a cidade porque se sente inseguro naquela região”, completou.
Leia mais sobre: Ambulantes nas ruas da Avenida 44 / Prefeito diz que não recua / Cidades / Goiânia