15 de outubro de 2024
Eleições 2024 • atualizado em 06/09/2024 às 09:51

“Não falta mais água em Senador Canedo”, disse Pellozo, em sabatina Diário de Goiás e Rádio Bandeirantes

O político rebateu às críticas relacionadas à falta d'água no município e pontuou investimentos na área; Em entrevista, o prefeito também criticou adversários e apresentou novas propostas para o município
Foto: Reprodução
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O atual prefeito de Senador Canedo e candidato à reeleição, Fernando Pellozo (UB) participou, na tarde desta quinta-feira (5), de sabatina realizada na Rádio Bandeirantes em parceria com o Diário de Goiás. A entrevista, mediada pelo editor-chefe deste veículo, o jornalista Altair Tavares, e o apresentador Thyago Humberto, abordou diversos assuntos relacionados ao município.

Na oportunidade, o político frisou que a falta de água em Senador Canedo, considerado atualmente o principal problema da cidade, encontra-se estável. A afirmativa é a de que, neste ano, durante o atual período de estiagem, os moradores do município não enfrentaram episódios de falta de água. “Não falta mais água em Senador Canedo”, pontuou Pellozo.

Questionado sobre outras áreas consideradas prioritárias, como a saúde, o prefeito apresentou medidas previstas para melhoria ao atendimento da população canedense, como a criação do novo hospital municipal e outras unidades.

Além de responder, ainda, às perguntas de ouvintes do município, Pellozo rebateu críticas de adversários, como Izaura Cardoso (PSD), que prometeu, em vídeo onde segura um machado, que iria acabar com os radares de velocidade na cidade. O gestor também falou sobre o rompimento com o ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso (PSD), e descartou a possibilidade de uma nova aliança com o político, caso logre êxito na reeleição.

Confira, abaixo, a entrevista em sua íntegra:

Thyago Humberto: Candidato, eu estava acompanhando o seu plano de governo e vi que o senhor está com uma proposta bastante ousada, podemos assim dizer, para resolver o problema da falta de água, que é um problema histórico do município do senador Canedo. Eu queria saber se essa proposta é factível, é possível realizá-la em um próximo mandato, ou seja, o próximo mandato é do senhor lá em Senador Canedo?

Fernando Pellozo: Você fala especificamente da construção da barragem do Sozinha?

Thyago Humberto: Então, no geral, eu vi saneamento básico em geral, construção, bombas, etc., vi vários itens no plano de governo, e eu queria que o senhor resumisse, claro, e dissesse para o nosso ouvinte, em especial para o morador do Senador Canedo, se isso é factível.

Fernando Pellozo: Esse projeto existia desde a época do ex-prefeito Misael, só não foi executado. Ele que entregou para a gente, é uma senhora proposta mesmo, é um projeto ousado, mas grandes problemas exigem grandes soluções, e ele é só parte da solução do problema, ele não vai resolver todo o problema da água do Canedo. Nós vamos resolver o problema da reserva. A gente ainda precisa investir em produção, tratamento e transmissão da água tratada, e também a reservação dessa água. É possível porque o Senador Canedo, agora que a gente colocou até as contas em dia, tem condição de pagar, né? Então, é totalmente factível, inclusive é muito provável a gente começar essas obras dessa represa ainda esse ano, assim como a gente já iniciou o hospital. E vi que lá o término seria já em 2026. Por isso que eu digo, isso aqui tem que usar. Isso, não, não é, a gente fez o Aras 2 com capacidade de quase meio bilhão de litros de água, tá pronto, é o que tá segurando, nós estamos com 131 dias de estiagem, e não está faltando água em Senador Canedo. Lembra quando eu vim aqui explicar da falta d’água? Falta aqui, falta ali, o que que tá fazendo? O povo reclamando. Então, nessa seca, nesse calor que São Pedro parece que esqueceu o termostato desligado, né, tá fritando a gente, nós estamos passando isso com água nos reservatórios.

Altair Tavares: Bom, no geral, os candidatos criticam, né? Esse problema, e o Divino, lembra que esteve aqui? Eu questionei ele sobre esse assunto também, e ele argumentou e teceu críticas ao senhor quanto ao serviço que estaria ainda em alguns bairros da cidade, né, de certa forma, com limitações e com problemas. Argumentou também dessa questão do reservatório, né, do sozinho, que seria necessário. Vindo de Divino Lemes, que é o seu ex-prefeito, que deixou o senhor também com o mesmo problema. Como é que o senhor avalia essa crítica?

Fernando Pellozo: Bom, foram quatro mandatos e o problema persistiu. Nós estamos com três anos, sete meses, oito meses e cinco dias. E o fato é esse, não falta mais água em Senador Canedo numa das estiagens mais bravas que a gente tá passando. Investimos mais de 61 milhões de reais com o apoio do Ministério Público e com a parceria dos investidores, dos empreendedores. Esse dinheiro já virou obra.
Construímos o Aras 2, o Misael construiu o Aras 1. Renovamos todas as tubulações possíveis de passagem aérea, bombeamento, energizamos 100% do sistema, ativamos estação de tratamento que tava parada, ativamos reservatórios que estavam inoperantes desde a sua construção. Hoje nós temos mais de 60 milhões de litros de água tratada, reservada, fora os quase um bilhão de litros de água bruta, que são as águas da represa. Então, eu acho que a obra fala por si, o eleitor, quem tá ouvindo, quem mora em Senador Canedo, que tá vivendo agora um momento crítico, mas tem água em casa, ele tem condições de abarcar.

Altair Tavares: O senhor assegura, então, que o senhor resolveu o problema da falta d’água durante a seca em Senador Canedo em toda a cidade?

Fernando Pellozo: Altair, eu só vou me dar o luxo de ser humilde. A gente não resolve o problema, não é o prefeito. Nós temos uma população que tá com consumo recorde lá. Nós temos uma produção de quase 2 milhões de litros por hora de água tratada, mas o consumo em Senador Canedo aumentou demais. Então, eu vou ser simples, assim, eu não vou querer ser arrogante, falar que eu resolvi o problema da água. Seria bonito falar isso à véspera das eleições. Eu te falo que nós estamos com água neste momento, num momento que a gente nunca viveu isso nos últimos anos.

Thyago Humberto: E a gente tem uma previsão ainda, nada animadora, né, prefeito, candidato. Até o final de outubro? Até o final de outubro, nada de água. Chuva, né?

Fernando Pellozo: Tem uma previsão da chuva das flores. A gente tá contando com ela pra… Garoa, né?
Que seja um chuvisco, pra gente já ajuda. Porque uma coisa que o prefeito não faz é fazer água, né? A gente precisa que ela caia do céu.

Thyago Humberto: Mas eu queria insistir nisso, candidato, até mesmo pra gente deixar de maneira bem enfática a crítica que o candidato Divino Lemos fez aqui ao senhor, dizendo que não foi resolvido o problema. O senhor tá dizendo que tá com o problema solucionado. O senhor consegue garantir, baseado em previsão, de não chuva até novembro, que a gente não vai ter esse problema?

Fernando Pellozo: Volto a repetir. Nós estamos com o sistema todo renovado. As operações estão em dia e nós temos água. A gente depende do consumo. O consumo tá muito alto, né? O reservatório Aras 2 já chegou quase a sua metade. Ano passado a gente não tinha ele. Por isso que, quando fala da obra da represa do Ribeirão sozinha, é possível fazer. Porque a gente fez o Aras 2 muito rápido. O Aras 2 a gente terminou ele em novembro do ano passado. Faltou água porque ele não tava cheio. E agora ele que tá mantendo o nosso sistema abastecido, reforçando isso aí, porque no sozinho nunca falta água lá. Nós ativamos uma estação de tratamento lá. Então, essa garantia é que eu queria ter essa liberdade de não fazer, porque eu acho até arrogante. A gente depende do clima, a gente depende do consumo, mas da parte operacional da Sanesc que a gente garante.

Altair Tavares: Mas a gestão está solicitando a população para que economize?

Fernando Pellozo: Olha, a comunicação em Senador Canedo é um desafio, né? Porque lá não tem TV, a gente comunica por redes sociais, e agora o período eleitoral suspendeu as redes sociais da prefeitura. Então a gente faz algum alerta e tal, sem contar que o povo não gosta muito, né? Que o prefeito, ‘ó, vamos economizar água’. Lá em Canedo a gente vê muito desperdício de água e dolorosamente tem que assistir calado. A gente fala, mas não é o ideal, né? Ainda mais agora que a gente é candidato, se ficar perturbando muito o eleitor, ele não gosta. Então, a gente está trabalhando, mas a gente conta com a consciência da população, sim.

Altair Tavares: Qual é a visão que o senhor tem, considerando a condição que o senhor foi eleito para a cidade, e os projetos que tem para a cidade, do que já fez e o que pode realizar?

Fernando Pellozo: Eu falo principalmente, são duas coisas muito importantes na saúde, que é a conclusão dos centros de especialidades médicas. Hoje, a gente está testando a piscina terapêutica, lá vai ser quase um crê em Senador Caneda. Então, ele vai ser um centro de especialidades médicas, um centro de reabilitação e um centro de especialidades odontológicas no mesmo prédio. Isso me enche de ânimo, porque essa obra estava parada há mais de 12 anos e ela é muito importante para quem precisa de reabilitação, precisa da consulta com o especialista. E ele é a ponte para o hospital. O hospital, a gente iniciou a terraplanagem, já concluímos a terraplanagem, estamos fazendo o cascalhamento, fizemos a sondagem do solo e semana que vem, eu acredito que a gente comece a colocar as primeiras colunas desse hospital. Por que eu estou falando desses detalhes de obra? Porque é um sonho do canedense que, na verdade, muito se falou e nunca saiu do papel. Então, nesses três anos e oito meses, a gente conseguiu iniciar essa obra do hospital. Tem uma previsão de dois anos para ser concluída. Para nós é muito importante, são pequenos passos. Para uma cidade de 170 mil habitantes, que a projeção do IBGE já aumentou, é isso na saúde. O hospital e os centros de especialidade são obras importantes. Eu acredito também que, independente das eleições agora, do período eleitoral, a gente já começa a clínica para as crianças com autismo, a clínica TEIA. A gente já adquiriu o prédio, já temos o recurso e o plano de trabalho também. Então, vai iniciar semana que vem a adaptação do prédio para a gente construir para que, em dezembro, ela faça esses atendimentos para as crianças autistas.

Thyago Humberto: Em relação ao hospital, já tem o orçamento para isso? Tudo já resolvido nessa questão de formalidade?

Fernando Pellozo: Esse hospital é muito caro, Thyago. A gente começou ele na planta e hoje ele tem a programação dele, a construção vai comportar quatro pavimentos. E ele vai ser ativado aos poucos.
A gente começa com os leitos gerais e aí ele vai ter UTI neonatal, UTI pediátrica, UTI adulta e UTI obstétrica. A gente já conseguiu, através de termos de compromisso de cooperação com o Ministério Público, R$ 14 milhões. Isso é muito bom, já dá para começar, já dá para tocar a obra até a gente ir conseguindo mais. O deputado federal, Adriano Baldy, já garantiu mais 5 milhões, fora esses 14. Ele ser um hospital equipado, ele pode chegar a 60 milhões. Então, se a gente já tem algo em torno de 20 só no seu começo, já é animador.

Altair Tavares: Para que chamar o problema se o hospital dá despesa, o hospital gera uma situação crítica e o dado é que a cidade gasta 38% com a saúde, principalmente porque tem um hospital. Na verdade, é uma provocação.

Fernando Pellozo: Não, eu estou adorando, porque poucas pessoas entendem a fundo para fazer essa provocação. Eu gosto de falar, eu fiz vários cursos na área da saúde dentro, de administração hospitalar e um mestrado em saúde coletiva. Se você pôr na caneta, você não faz um hospital, está aí. Você compra do serviço público, você compra da iniciativa privada o serviço. O que diferencia o senador Canedo de outras cidades que quando a gente está em outros eventos com outros prefeitos, ah, o senador Canedo é rica, ah, o primo é rico, então a gente tem uma…

Altair Tavares: A cidade que mais cresceu no ICMS.

Fernando Pellozo: Exato, a gente não está transbordando de dinheiro, não, mas a gente tem proporcionalmente mais condições de aparecida do que até de Goiânia. Goiânia não tem hospital público. Então, sabe aquele, quando a gente faz esse projeto, essa proposta que dá aquele frio na barriga? Só que é o que separa os homens das crianças. É assim, conseguir elaborar, fazer, executar e depois garantir a manutenção. Isso é um desafio. Eu falo muito para os meus secretários, né, assim, ‘ó, chegar e mostrar o problema, você está indo só até onde alguém já foi’. O que a gente consegue além com seriedade? Primeiro, o recurso e primeira decisão assim, ó, por que fazer um hospital de senador Canedo se na ponta da caneta ele é caro? Porque o canedense não aguenta mais, e eu sou da saúde, eu sou fisioterapeuta, quantas pessoas eu não atendi que falam assim, ó, doutor, o prefeito, a minha prima, saiu a regulação, ela vai ser internada lá em Catalão, que é a regulação nossa. Lá em Aparecida, inclusive. É, em Aparecida, quando é Aparecida é até bom. E aí, visitei ontem uma senhorinha, né, a dona Raimunda, que ela teve um parente que foi internado em Catalão, e sim, para ela ir lá foi um custo. Como? Eu sei, é difícil demais para o cidadão, né? Então, aí é a hora que você se chama, você próprio é a responsabilidade, e fala, vamos fazer um hospital. Nós temos, a nossa secretária, ela é vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde do Conasens. Eu acho que esse é o cargo dela, se eu tiver errado depois, ela me corrija. Então, assim, ela conhece a fundo o financiamento do SUS, tanto que eu fico brincando, provocando ela também, ela fala, se não der certo, a gente estadualiza. Ela falou, ‘a gente vai construir, a coisa vai dar de presente’. E a gente está pensando em ir além. Além de conseguir garantir a manutenção, que hoje eles sairiam, a manutenção de hospital desses funcionando 100%, de 10 a 15 milhões por mês. Nós já investimos 18% em saúde por mês, a gente não tem hoje. Ainda bem que ele vai, com o tempo, com os dois, três anos de construção, nós vamos achar esse caminho. E o mais importante, que a obra é bonita, um dos prédios mais modernos de hospital que tem no Brasil, de uma empresa especializada, mas o nosso foco não é o prédio, é o atendimento. É você sair de lá melhor do que você entrou e ir se sentindo bem atendido. E isso é um desafio para qualquer profissional de saúde. Esse é, de fato, uma vaidade, um sonho meu. Vou falar um sonho, né? É que o atendimento, sei lá, a gente, igual a Parecida, contratou o Albert Einstein, né? E aí, qual que é o segredo? Achar o dinheiro pra isso, achar a manutenção, a sustentação disso. É nisso que a gente vai fazer enquanto a gente constrói.

Pergunta do ouvinte: Prefeito, a respeito dessa implantação da rede de esgoto na região da Vila Calvão, que até hoje não está funcionando, diz que devido a tubulação ter sido colocada errada. Se eu não me engano, falaram que era um cano de uma espessura de 100 milímetros. Isso aí não dá para descer a água de rede de esgoto de maneira alguma. Eu quero saber que andamento que está. A empresa vai devolver o dinheiro, a empresa vai refazer o trabalho, como é que vai ficar essa situação? Um forte abraço.

Fernando Pellozo: Abraço, Mozart. Eu não tenho essa informação desse jeito. A questão do esgoto da Galvão é porque, primeiro, a gente teve que revitalizar a estação de tratamento de esgoto, que já foi feito. Estamos concluindo uma estação elevatória, porque esse esgoto vai ser bombeado da Galvão até essa estação de tratamento. Não tenho informação de que essa tubulação está errada. Pelo contrário, a gente está contando. Assim que a gente concluir a elevatória, a estação de tratamento está pronta, a gente vai interligar essa tubulação já existente. Não tem que ser substituída até onde eu sei. E aí é torcer para dar tudo certo. É igual quando a gente faz encanamento de água tratada. Quando liga que você testa. Então, a gente sabe que existe essa tubulação já instalada. E o que a gente vai fazer assim que a gente concluir a elevatória de esgoto é a interligação.

Altair Tavares: Prefeito Fernando Pellozo, a candidata Izaura Cardoso critica a indústria da multa em Senador Canedo e apareceu agora num vídeo com um machado à mão, ameaçando quebrar, de certa forma, ou dizendo, transmitindo uma mensagem de que vai acabar com a indústria da multa, nem que fosse a machado. Um vídeo muito estranho, considerando o perfil que ela tem, nunca ouvi ela fazer esse tipo de vídeo tão…

Fernando Pellozo: Agressivo, né?

Altair Tavares: É, demonstra uma certa agressividade. Trata-se de patrimônio público, na verdade. Como prefeito e gestor, como é que a senhora avalia esta mensagem no contexto da eleição ou no contexto aí de que ela quis dizer que Senador Canedo tem uma indústria de multa?

Fernando Pellozo: Altair, desde a primeira vez que eu me candidatei, eu sempre me preocupei muito com o que o povo fala assim faz isso, fala aquilo. Eu falo, gente, nós temos que respeitar a inteligência das pessoas. Uma pessoa que quer ser gestora de uma cidade, a primeira coisa que ela tem que ter é informação. E a informação que a gente tem, desde quando a gente assumiu em 2021, que o número, a gente ativou os que já existiam, os radares, a gente não instalou nenhum a mais. Tinham 23, 5 funcionavam. A gente foi colocando os 23 pra funcionar. De 2021 pra cá, os dados que a gente tem, isso aí é fato, são fatos, é que as multas foram diminuindo, tanto as multas por aparelho, quanto as multas no geral. Em 2021, a gente arrecadou algo em torno de 97 mil só de multas. Depois, em 2022, porque tinha só 14 aparelhos, a gente tinha 5, ativou até chegar em 14. Em 2022, quando a gente chegou num número muito bom de aparelhos, nós chegamos a arrecadar 100 mil com multas. Em 2023, isso caiu pra 82 mil. E agora, em 2024, até junho, a gente arrecadou apenas 18 mil reais. Esses números de multa que caíram mostra que o cidadão se educou em não passar no limite acima. Nós estamos falando da parte financeira. Além de multar menos, porque o povo acostuma, e sabe que ali está funcionando, o mais interessante e o mais legal, porque a gente está falando de vida das pessoas, o número de acidentes também caiu na mesma proporção. Então, eu que sou fisioterapeuta, vivo da reabilitação das pessoas, eu teria menos trabalho no meu consultório, porque é um motoqueiro a menos por dia, é um carro a menos, um acidente a menos. As pessoas têm que começar a se ligar a isso.

Thyago Humberto: Isso pode ser objeto de alguma ação jurídica?

Fernando Pellozo: Nem sei, pode ser que seja, mas eu falo assim, vamos respeitar a inteligência das pessoas, o número de multas diminuiu, o número de acidentes diminuiu, e isso justifica qualquer coisa.

Altair Tavares: Agora, o senhor vai responder a isso?

Fernando Pellozo: Não, a gente não tem muito tempo pra isso, não. A gente tem muito o que fazer, tem coisa boa pra fazer, tem coisa boa pra falar, vou ficar perdendo tempo rebatendo essas brincadeirinhas, não.

Altair Tavares: O senhor acha que é um nível baixo de discutir política, essa atitude da candidata

Fernando Pellozo: Levando em consideração as pesquisas que a gente tem feito de acompanhamento, pra mim parece que já está beirando o desespero.

Altair Tavares: Agora há pouco, como o assunto da saúde é interminável, considerando o percentual do orçamento do Senado Candidato Investido em Saúde, 18%, e eu citei agora há pouco a parecida com 38% do orçamento, Monte Alegre é 41%, muitos municípios têm investido bastante na saúde, além do limite obrigatório que é 15%. Se o senhor fala em construir um hospital e expandir a rede, o senhor está assumindo, ou pelo menos tenta a perspectiva de que vai ter que aumentar esse comprometimento do orçamento?

Fernando Pellozo: Sim, muito provavelmente sim, e aí onde a gente tenta também correr atrás de parceiros até a construção dele, porque o que vai pesar constantemente depois que o hospital ficar pronto, é a manutenção, e aí a gente tem que ter uma arrecadação que ultrapasse isso, a gente tem que aumentar a receita pra depois conseguir investir mais em saúde. Esse é o desafio nesses três anos enquanto o hospital é construído. Voltando à sua pergunta inicial, por que da decisão de fazer isso?
Em resposta, é esse anseio do canidense, a gente que administra, eu falo que sim, ser prefeito não é fazer o meu gosto, ou o que eu acho, é primeiro levantar as demandas, o que realmente é necessário fazer, e também o que a sociedade, a comunidade, o povo de senador canidense espera, isso de todos os gestores sempre esperou, eu como profissional da saúde esperei, e agora como prefeito a gente está tendo a oportunidade de fazer. É um ato de coragem, porque um hospital é caro, a manutenção também é um desafio, mas igual te falei, é possível se a gente fizer as contas, melhorar, agora com a tecnologia, o Altair só estendendo um pouco o assunto, a tendência nos próximos anos é que o custo da máquina pública diminua bastante, o passo municipal ultramoderno não tem impressora, a gente já economizou quase 2 milhões de reais que o próprio sistema desses processos da prefeitura, aquelas pilhas de papel, o processo digital, o software de gestão digital, meu sonho e a gente implantou, então ele calcula por cada folha que você assina eletronicamente, quanto de papel você está economizando, isso em dinheiro dá quase 2 milhões de reais e tinta, e manutenção de impressora, e técnico, isso tudo no passo municipal não existe, é tudo digital.

Thyago Humberto: Olha, 4h30 tem perguntas chegando no nosso whatsapp, muita pergunta da saúde é interminável mesmo, por exemplo, vamos abusar da expressão usada, porque tem outra proposta também na área da saúde, estava vendo no plano de governo do candidato Fernando Peloso, a criação de mais uma UPA, acho que, se não estiver muito equivocado, só temos uma UPA. Mas temos 4 unidades de urgência, contando com a UPA. Se eu quero fazer mais 3 unidades no plano de governo, tem mais uma UPA. É possível fazer isso até quando, candidato?

Fernando Pellozo: Nós vamos ter 4 anos pra fazer isso, Deus abençoe o povo homologando mais um mandato. A UPA do Ravena, a gente quase conseguiu o recurso dela no PAC, aí por questões de burocracia lá não deu certo, então o terreno a gente já tem, vai ser construído lá no residencial Ravena, que é a região sul do Senador Canedo, está em franca expansão, então a gente já planejou essa UPA lá pro Ravena, e mais 3 unidades básicas de saúde. Parece muito, mas não é pra cidade do posto do Senador Canedo.

Altair Tavares: Na prática, eu me lembro que uma UPA era pra 200 mil pessoas, lá no começo desse projeto, então o Senador Caneto não tem 200 mil.

Fernando Pellozo: É o porte da UPA, a gente tem o porte 2, aí é pro volume de atendimento, mas uma UPA não atende 200 mil pessoas. Lá no Ravena a gente vai fazer uma tipo 2. Pra gente fazer uma comparação aqui, rapidamente, candidato, por questão de tempo, qual a diferença que dá pra gente falar aqui, de uma maneira que o ouvinte consiga compreender, da UPA para uma unidade, por exemplo, a unidade da Vila São João, ali na região da Vila Galvão. Que diferença é que um paciente vai ter em um lugar e não no outro?A UPA recebe um pouquinho de recurso do governo federal. Ela é um órgão federal. A gente recebe na nossa UPA um aportezinho do governo federal. O pronto-socorro é totalmente municipal, totalmente bancado por um recurso da prefeitura mesmo. É um prejuízo pro município, por causa disso tem que arcar sozinho. Hoje nós temos ali, na Vila São João, que é na região da Vila Galvão, 40% do povo atendido é de Goiânia e a gente não reclama porque o sistema é universal. SUS é SUS. Urgência você não escolhe. Mas é assim, eu migraria, eu só soubesse que o meu familiar vai ser bem atendido na cidade ao lado, eu iria lá. Isso a gente não pode, não tem o direito, humanamente falando, de frear. É uma posição ainda mais em urgência. E o que tá acontecendo em Senador Canedo é esse caminho oposto. O pessoal tá vindo de Goiânia e de outras cidades pra consultar ali na Vila Galvão, no Parque Alvorada, vive cheio e é aquela história, Tiago e Altair. O morador de outra cidade sai de lá feliz, fala olha, em duas horas eu consegui atendimento. O de Senador Canedo sai chateado, fala eu demorei duas horas pra ser atendido. E a gente que conhece saúde, conhece a realidade fora de Senador Canedo, a gente sabe que nossa duas horas pra um caso azul de baixa gravidade é dentro do plausível. É lógico que você não quer ficar numa unidade de saúde duas horas com o seu filho, alguém, passando mal ali pra ser atendido. Mas se você hoje no Brasil, com toda essa realidade, conseguir ir até uma unidade depois de duas horas ser atendido, já é assim, um alívio pra gente que é gestor, porque saúde, a conta nunca fecha. O SUS é subfinanciado, então a Prefeitura tem que bancar grande parte também dos atendimentos ali. E aí o senhor quer fazer um hospital que é caríssimo? O hospital, ele é porta fechada, ele é regulado pela própria, aí nós vamos ter assim ó, quem vai indicar isso pro nosso hospital são as nossas próprias unidades. E aí, uma coisa também, eu tô esquecendo de falar, é bom, um hospital dessa complexidade, a gente vende o serviço pra fora. A gente colocando lá um tomógrafo, uma ressonância, as cidades ao lado vão pagar por esse serviço. É o que ajuda a gente manter. Então a gente faz o cálculo do nosso atendimento, do que o hospital consegue atender de caneta, e o resto desse serviço a gente vende pra toda a região. A gente tem municípios que fazem consórcios. Então assim, as outras cidades que querem usar aquele hospital, elas pagam por isso.

Altair Tavares: Agora uma coisa é fato, um hospital tem que ser um hospital de verdade.

Fernando Pellozo: Exato. A gente tá sendo mais ousado. A gente tá programando na construção uma UTI neonatal. Por exemplo, uma carência, você põe 10 desses de UTI neonatal, a UTI nunca fica vazia. Se você não tem na sua cidade esse paciente, os de fora vão comprar esse serviço com certeza, principalmente Goiânia.

Altair Tavares: Do ponto de vista político, o senhor foi eleito com o apoio de Vanderlan Cardoso. No meio da gestão, rompeu com Vanderlan Cardoso. O que aconteceu que houve o rompimento?

Fernando Pellozo: Bom, a gente caminhava todos ali, Fernando Peloso, Vanderlan e Ronaldo Caiado, governador do estado, até que veio a eleição, a reeleição do Caiado, e o Vanderlan tinha feito compromisso junto comigo de apoiá-lo, e aí quem decidiu não dar segmento ao próprio compromisso foi o Vanderlan, lançando, na época, o major Vitor Hugo. Eu mantive a minha palavra com o Caiado, isso é importante hoje em dia em política, não existe um contrato, você tem que confiar na palavra, o Caiado é bem sistemático, mais do que eu, e como eu dei minha palavra, essa palavra foi cobrada e o meu compromisso foi mantido, então o Vanderlan fez a escolha dele, como político que ele é, ele tem toda essa liberdade, mas ele deu a palavra pro Caiado, o Caiado já havia ajudado o Vanderlan na eleição anterior em Goiânia, e o Vanderlan não deu esse retorno pro Caiado. O Caiado ganhou o segundo turno, ou em primeiro turno, por 1,5%, em torno de 2%. Depois ele me chamou lá no Palácio, achei isso de uma ombridade tão grande, e me convidou, falou, olha, você me ajudou, você enfrentou o Vanderlan pra me ajudar, por isso eu vou te convidar pra vir pro União Brasil. Foi uma honra receber esse convite do governador, e agora um dos mais bem avaliados do Brasil inteiro, possível candidato à Presidência da República, que tá tocando obras lá em Senador Canedo, importantíssima, a população tem que saber o quanto é importante.

Altair Tavares: O senhor deu uma justificativa macro, mas também houve insatisfação, ou discordâncias, ou conflito em formação de governo, espaço de gestão?

Fernando Pellozo: Sim, tudo que vocês pensarem que a gente passa de aperto, a gente passa. Uma coisa, Altair, é a pessoa querer te ajudar. E falar, tô querendo te ajudar, outra coisa é querer te controlar, mandar, e a cidade não precisa de um encarregado, ela precisa de um prefeito. Eu nunca fiz esse compromisso com ele, de obedecer, de acatar, sugestões eu acato de todos, de todos, do menor ao maior, do senador da República ao meu amigo que me ajuda a limpar a sala, o gabinete, seja prefeito. Se eu fizer assim, tá ótimo, isso é muito bom, acho nobre saber ouvir. Agora, daí passar pro controle, e aí já é uma questão do imaginário dele, de achar que o que ele fala vai acontecer… Bom, resumindo, existia sim essa insatisfação por conta dele, porque eu custo obedecer a dona Simone, não é o senador da República que eu vou ficar obedecendo.

Altair Tavares: Dona Simone, aquela senhora simpática que é casada com o senhor?

Fernando Pellozo: Aquela linda primeira dama, essa mesmo.

Altair Tavares: Dizem que é brava também, né?

Fernando Pellozo: E eu não tenho medo, aí eu vou ter medo de outros. Não tem medo do senador, nem do candidato.

Thyago Humbero: O outro candidato, Divino Lemes, do PSDB, disse que o senhor, e a gente falou da candidata Isaura Cardoso, mais ou menos parafraseando o que ele disse, vocês são do mesmo grupo, o senhor e a candidata do mesmo grupo. Farinha do mesmo saco. Vamos usar uma expressão que a gente usa na minha região, farinha do mesmo saco, foi isso que ele disse, então estamos parafraseando aqui. O que o senhor pode responder? Porque ele chegou a falar que há cargos na sua gestão indicadas pelo senador Vanderlan Cardoso?

Fernando Pellozo:O que eu vejo que está acontecendo, que está estremecendo as bases políticas do senador Caneto, é o nascimento de um novo grupo. Eu fui eleito porque o povo não queria mais esse ex-prefeito. Tive o apoio do senador, tive o apoio, e tenho agora do Misael, que foi o prefeito, do Tomás de Aquino, que foi o primeiro vice-prefeito.
Então assim, hoje nós somos três prefeitos lá, eu, o Misael, o Tomás, que estamos unidos. Eu falo que quem quer ajudar, ajuda até de fora. E isso eu acho bonito da parte deles de estar num projeto, vendo a cidade, o Misael assim que a gente chegou, já chegou lá com a planta desse reservatório do Rio Sol.
Eu achei legal, não impõe, chega, prefeito, olha, se quiser aproveitar esse projeto da minha época, o senhor Tomás hoje a gente andou aí pelas empresas, ele que trouxe a Petrobras e trouxe o próprio Vanderlan para Canedo, e eu tenho para mim, assim, como uma atitude muito legal, saber ouvir, saber dar espaço para esses prefeitos, eles também saberem aproveitar o espaço sem vaidade. Só não deu certo, por exemplo, com o Vanderlande, e o Divino também, que eles têm as visões dele, mas está surgindo um novo grupo. Surgindo um novo grupo.

Thyago Humberto: Um minuto e meio para o senhor fazer as considerações finais, candidato.

Fernando Pellozo: Só agradecer, Tiago, Altair, todos vocês, a gente está lá trabalhando ainda como prefeito, e também colocou a campanha na rua, está acontecendo uma coisa maravilhosa em Senador Canedo, que é a forma como a população, nesse momento, está reconhecendo o nosso trabalho, recebendo a gente com muito carinho, servidores públicos animados para a campanha, então está sendo assim, todo dia a gente faz uma carreatinha, uma mini carreata de Itu, às 5h30, e é muito bonito, no final de tarde, ver aquela galera, as crianças lá recebendo a gente. Obrigado, Senador Canedo, por esse carinho.

Thyago Humberto: Tem 20 segundos aqui, candidato. Rapidamente, o senhor pensa em uma possível aliança com o Vanderlan se tiver êxito na reeleição? 

Fernando Pellozo: Não. No momento, não.


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