Faleceu nesta terça-feira (1), em Goiânia, o cartunista Jorge Braga, aos 67 anos. Considerado um dos principais ilustradores do Brasil, Braga teve uma carreira de 53 anos marcada por irreverência, talento e profunda contribuição ao jornalismo e à cultura gráfica nacional.
A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Goiás (Sindjor-GO), Cláudio Curado Neto. A causa da morte estaria ligada a complicações decorrentes de enfisema pulmonar. Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento.
Mineiro de nascimento, natural de Patos de Minas (MG), e goiano de coração, Braga iniciou sua trajetória nas artes gráficas aos 13 anos, em jornais escolares e publicações comunitárias como A Bênção e Jornal dos Municípios. Sua estreia profissional ocorreu no jornal goiano Cinco de Março, em 1972. Desde então, construiu uma das carreiras mais respeitadas do país no campo das charges e quadrinhos.
Em Goiás, onde fixou residência desde o início da década de 1970, Jorge Braga passou por algumas das principais redações do Estado, como Folha de Goiás, Opção, Diário da Manhã, O Popular, onde publicava até hoje e Jornal do Tocantins. Também atuou como editor de arte em emissoras de televisão, no teatro, em festivais de humor e como apresentador de espetáculos humorísticos.
Projeção e legado
Seu traço singular rompeu barreiras e chegou a veículos de projeção nacional e internacional, como O Globo, Jornal do Brasil, O Pasquim, Correio Braziliense, Revista Veja e The World News, de Orlando (EUA). Foi responsável por obras que entraram para a história do quadrinho regional, como as revistas Badião e Romãozinho, as primeiras do gênero lançadas em Goiás, além do livro Palmas e Vaias, com charges sobre a criação do Estado do Tocantins.
Em reconhecimento à sua relevância artística e cultural, seu nome batiza a Gibiteca Jorge Braga, unidade da Secretaria de Cultura de Goiás (Secult) e referência há mais de três décadas no incentivo à leitura de HQs. O espaço público e gratuito abriga um acervo de mais de 17 mil títulos e se tornou símbolo do impacto de Braga na formação de leitores e cartunistas.
Em nota, o prefeito Sandro Mabel e a primeira-dama de Goiânia Karolyna de Freitas prestaram as condolências e apoio aos familiares: “Neste momento de dor, nos solidarizamos com familiares e amigos de Jorge Braga e rogamos a Deus que conforte os corações de todos”, confira a nota na íntegra:
“NOTA DE PESAR
Foi com pesar que eu e minha esposa Karolyna de Freitas recebemos a informação da morte do cartunista Jorge Braga nesta terça-feira (1º/7). O artista, que chegou à cidade na década de 70, é considerado um dos principais ilustradores do Brasil.
Suas charges estamparam os principais jornais de Goiás e são dele os conhecidos personagens Super Badião (vendedor de pequi da Praça do Bandeirante), Romãozinho (alter-ego de sua infância) e Perebão (herói tipicamente brasileiro que luta contra o crime e contra o sistema), além de incontáveis charges sobre os mais diversos assuntos. Seu nome foi eternizado na Gibiteca Jorge Braga, que há mais de 30 anos é referência de incentivo à leitura em quadrinhos.
Neste momento de dor, nos solidarizamos com familiares e amigos de Jorge Braga e rogamos a Deus que conforte os corações de todos.”
Sandro Mabel e Karolyna de Freitas
Prefeito e primeira-dama de Goiânia
Leia mais sobre: cartunista / Goiás / Jorge Braga / Cidades / Notícias do Estado