18 de maio de 2025
Avanços

Ministério da Saúde anuncia início do processo de incorporação da vacina contra herpes-zóster ao SUS

O processo envolve várias etapas, entre elas a análise técnico-científica e a avaliação de viabilidade, mas a previsão é que a inclusão seja finalizada em 2026
Atualmente, a vacina contra o vírus causador da herpes-zóster só é oferecida pela rede particular, custando em média R$ 600 cada dose.Foto: Agência Brasil
Atualmente, a vacina contra o vírus causador da herpes-zóster só é oferecida pela rede particular, custando em média R$ 600 cada dose.Foto: Agência Brasil

O Ministério da Saúde informou que iniciou o processo para incorporação da vacina contra herpes-zóster ao Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa partiu da deputada federal goiana Adriana Accorsi (PT-GO), que solicitou a inclusão da vacina gratuitamente pelo SUS ao ministro da Saúde Alexandre Padilha. O pedido foi formalizado oficialmente em audiência com o ministro na última terça-feira (22).

Atualmente, a vacina contra o vírus causador da herpes-zóster só é oferecida pela rede particular, custando em média R$ 600 cada dose. A doença é caracterizada por dor muito intensa e pela formação de pequenas a médias lesões (bolhas) concentradas em regiões do corpo.

Ela é mais comum quando o sistema imunológico está baixo e é provocada pelo vírus Varicela-Zoster (VVZ), o mesmo que causa a catapora e a varicela, tem maior acometimento entre pessoas que já tiveram essas duas doenças e têm mais de 50 anos de idade. Após a pandemia de Covid-19 a ocorrência da doença teve alta de cerca de 35%, o que aumentou a preocupação dos médicos, que já estudam uma possível correlação entre os vírus.

Como relatado pelo Diário de Goiás a deputada afirmou que, depois de ser diagnosticada com a doença, em março deste ano, e ter ficado cinco dias internada, percebeu que a enfermidade pode levar a quadros muito graves. “Percebi que essa é uma doença muito grave, que pode trazer sequelas permanentes. Fiquei internada por vários dias, sofri muitas dores”, disse Adriana. A parlamentear citou como exemplo relatos que recebeu sobre pessoas com sequelas graves como cegueira, surdez, “e até paralisia cerebral” decorrentes do herpes-zóster.

Em etapa inicial da inclusão

De acordo com o Ministério da Saúde, o processo de incorporação da vacina ao SUS já está em sua fase inicial, em análise pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). Esta é a pasta responsável por avaliar a viabilidade técnica e econômica da medida.

O processo de aprovação e incorporação da vacina no quadro vacinal do SUS demanda várias etapas, que englobam a análise técnico-científica do imunizante, a avaliação da viabilidade econômica, entre outros detalhes que envolvem a União e os Estados. No entanto, segundo o ministro Padilha, a inclusão da vacina contra herpes-zóster é prioridade na Saúde.

“É uma vacina de boa qualidade, mas é muito difícil as pessoas terem acesso. Muita gente não sabe da existência dela. Pode ter certeza: é uma prioridade nossa, enquanto ministro da Saúde, que essa vacina possa estar no SUS e que a gente possa fazer grandes campanhas de vacinação para as pessoas que têm indicação para receber essa vacina”, disse Alexandre Padilha. A expectativa é que a inclusão seja finalizada em 2026.

Sintomas e complicações da herpes-zóster

Os sintomas mais frequentes da herpes-zóster são, comumente, lesões características na pele, como bolhas, e dores fortes na região afetada. Além disso, pode vir acompanhada também de:

  • dores nevrálgicas (nos nervos);
  • parestesias (formigamento, agulhadas, adormecimento, pressão);
  • ardor e coceira locais;
  • febre;
  • dor de cabeça;
  • mal-estar.

Entre as possíveis complicações decorrentes da herpes-zóster estão:

  • ataxia cerebelar aguda, que pode afetar equilíbrio, fala, deglutição, movimento dos olhos, mãos, pernas, dedos e braços;
  • trombocitopenia ou baixa quantidade de plaquetas, responsáveis pela coagulação, no sangue;
  • infecção bacteriana secundária de pele, como impetigo, abscesso, celulite e erisipela, causadas por Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes ou outras que podem levar a quadros sistêmicos de sepse, com artrite, pneumonia, endocardite, encefalite ou meningite e glomerulonefrite;
  • síndrome de Reye, doença rara que causa inflamação no cérebro e que pode ser fatal, associada ao uso de AAS, sobretudo em crianças;
  • infecção fetal, durante a gestação, que pode levar à embriopatia, com síndrome da varicela congênita, expressa com um ou mais dos seguintes sinais: malformação das extremidades dos membros, microftalmia, catarata, atrofia óptica e do sistema nervoso central;
  • varicela disseminada ou varicela hemorrágica em pessoas com comprometimento imunológico;
  • nevralgia pós-herpética (NPH) ou dor persistente por quatro a seis semanas após a erupção cutânea, que se caracteriza pela refratariedade ao tratamento. É mais frequente em mulheres e após comprometimento do nervo trigêmeo.

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