Em nota divulgada nesta terça (12), a defesa de Marcello Miller diz que o ex-procurador “nunca fez jogo duplo ou agiu contra a lei” e que ele não mantinha contato com Rodrigo Janot, procurador-geral da República, desde o ano passado, quando deixou de ser seu auxiliar.
Documentos entregues à PGR (Procuradoria-Geral da República) mostram ao menos 13 trocas de e-mails entre Miller e representantes de um escritório de advocacia, indicando que ele atuava em favor da JBS enquanto ainda era membro do Ministério Público.
O material foi disponibilizado na última quarta (6) pelo escritório Trench Rossi Watanabe, a quem o Ministério Público Federal pediu esclarecimentos e onde Miller trabalhou após ser exonerado do órgão.
Até 2016, Miller foi auxiliar do procurador-geral, Rodrigo Janot, em Brasília. Depois, ele voltou a atuar na Procuradoria no Rio de Janeiro, até deixar a carreira em abril.
Leia a íntegra da nota dos advogados André Perecmanis e Paulo Klein, que defendem Miller:
“A defesa do advogado Marcello Miller esclarece que:
O ex-procurador nunca fez jogo duplo ou agiu contra a lei e não tinha qualquer contato com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nem atuação na Operação Lava Jato desde, pelo menos, outubro de 2016. Nunca atuou na Operação Greenfield, nem na Procuradoria da República no Distrito Federal.
Pediu exoneração em 23/2/2017, tendo essa informação circulado imediatamente no MPF. Sendo assim, no período apresentado no seu depoimento, estava em tratativas iniciais com o escritório Trench, Rossi e Watanabe, mas nunca advogou ou prestou serviços jurídicos, seja para o escritório ou para o grupo J&F, enquanto era procurador.
Além disso, Miller nunca buscou informações nos bancos de dados do Ministério Público Federal sobre essas pessoas e empresas.
As informações e detalhes sobre todos os fatos apresentados no seu depoimento de mais de 10 horas ao MPF, só reforçam o compromisso de Marcello Miller com a verdade e que ele não tem nada a esconder.
Tais afirmações e maiores esclarecimentos serão apresentados na sua defesa que será protocolada ainda hoje no STF.
Ressalta que continua à disposição, como sempre esteve, para prestar qualquer esclarecimento necessário e auxiliar a investigação no restabelecimento da verdade.” (Folhapress)
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