Segundo a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (26), a maior parcela do eleitorado goiano prefere não se identificar com nenhum espectro político. Segundo os dados, 40% dos entrevistados no Estado afirmam não se encaixar em categorias como esquerda, direita, bolsonarismo ou petismo. Esse percentual indica um perfil de eleitor mais independente, que pode priorizar questões pragmáticas em vez de alinhamentos partidários rígidos.
Apesar desse posicionamento neutro ser predominante, a pesquisa também aponta uma forte presença da direita e do bolsonarismo em Goiás. Os eleitores que se identificam como de direita somam 22%, enquanto 16% se classificam como bolsonaristas. Já os alinhados à esquerda são menos numerosos: apenas 11% se dizem lulistas ou petistas, e 8% se identificam como de esquerda, totalizando 19%. A margem de erro da pesquisa em Goiás é de 3 pontos percentuais.
Os números reforçam uma tendência observada em Goiás de que embora o Estado tenha uma tradição conservadora, há um segmento expressivo de eleitores que evita se prender a rótulos ideológicos. Esse comportamento pode influenciar diretamente disputas eleitorais, tornando o eleitorado goiano um campo estratégico para candidatos que buscam captar votos fora das bases políticas tradicionais. Confira a pesquisa:

Cenário brasileiro
A pesquisa Genial/Quaest revelou importantes diferenças regionais no posicionamento ideológico do eleitorado na demais regiões brasileiras. Enquanto alguns Estados demonstram forte inclinação para a direita ou esquerda, há também um percentual significativo de eleitores que não se alinham a nenhum espectro político. Confira os destaques de cada região:
Nordeste
Estados nordestinos, como Pernambuco e Bahia, apresentam a maior identificação com o campo da esquerda e do lulismo. Em Pernambuco, 26% dos eleitores se declaram lulistas/petistas, enquanto 12% se identificam como de esquerda, totalizando 38% de alinhamento à esquerda. A direita, por outro lado, representa apenas 12% dos entrevistados, enquanto os bolsonaristas somam 11%. Um dado interessante é que 35% dos pernambucanos afirmam não se encaixar em nenhuma ideologia específica, indicando um eleitorado que, apesar da força petista, mantém certo distanciamento de rótulos políticos rígidos.
Na Bahia, os números são semelhantes, com 25% de lulistas/petistas e 12% de eleitores de esquerda. Aqui, a direita (14%) e o bolsonarismo (7%) têm menor representação, reforçando o domínio da esquerda no estado. No entanto, 38% dos baianos dizem não se alinhar a nenhum espectro, evidenciando um eleitorado parcialmente desideologizado.
Minas Gerais
Em Minas Gerais, há um equilíbrio maior entre os grupos. O número de eleitores que não se identificam com nenhum espectro político (37%) é expressivo, mas há também uma presença considerável da direita (22%) e do bolsonarismo (12%). O lulismo/petismo soma 14%, enquanto a esquerda mais ampla chega a 11%. Esse perfil sugere um eleitorado mais moderado.
Sul e Sudeste
Estados do Sul e Sudeste apresentam um cenário diferente, com uma base conservadora mais forte. No Rio Grande do Sul, a direita (21%) e o bolsonarismo (13%) têm presença significativa, enquanto a esquerda soma 24% (10% lulistas e 14% esquerda). No entanto, 41% dos eleitores não se identificam com nenhum grupo, um padrão semelhante ao de Goiás e Minas Gerais.
Já em São Paulo, a direita (24%) e o bolsonarismo (11%) se destacam, enquanto a esquerda representa 22% (10% lulistas e 12% esquerda). Aqui, os que não se alinham a nenhuma ideologia somam 41%, o maior índice entre os Estados analisados. E o Paraná apresenta um dos menores índices de identificação com a esquerda (9% lulistas e 11% esquerda), enquanto a direita e o bolsonarismo somam juntos 39% dos eleitores. Ainda assim, 38% dos paranaenses evitam se identificar com qualquer espectro político.
Rio de Janeiro
O Estado do Rio de Janeiro apresenta um eleitorado bastante dividido, com 38% dos eleitores fluminenses afirmando não se encaixar em nenhum espectro ideológico. Apesar desse alto percentual de “neutros”, a direita e o bolsonarismo têm forte presença no Estado. 19% dos entrevistados se identificam como de direita, enquanto 13% se classificam como bolsonaristas. Apenas 11% dos eleitores se identificam como lulistas ou petistas, e outros 14% se dizem de esquerda, somando 25% no total.
Metodologia
A pesquisa Genial/Quaest foi conduzida entre os dias 19 e 23 de fevereiro de 2025, utilizando o método quantitativo, com entrevistas face a face e questionários estruturados. O público-alvo foi composto por brasileiros com 16 anos ou mais, abrangendo oito Estados que representam 62% do eleitorado nacional. O levantamento contou com amostras significativas em cada Estado, totalizando: 1.200 entrevistas na Bahia, 1.104 em Goiás, 1.482 em Minas Gerais, 1.104 no Paraná, 1.104 em Pernambuco, 1.400 no Rio de Janeiro, 1.404 no Rio Grande do Sul e 1.644 em São Paulo.
A margem de erro varia conforme o estado, sendo de 3 pontos percentuais na maioria dos casos e 2 pontos percentuais em São Paulo. O nível de confiança da pesquisa é de 95%, e as fontes de dados utilizadas incluem TSE-2024, IBGE-PNADC 2024 e Censo 2022.
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