O secretário da Fazenda de Goiânia, Valdivino de Oliveira, apontou, em entrevista ao Diário de Goiás, na manhã desta sexta-feira (21), que a pasta irá apresentar à Câmara dos Vereadores o déficit que se encontra contabilizado na administração municipal, estimado em R$400 milhões.
O Legislativo goianiense agendou a prestação de contas, referente ao terceiro e último quadrimestre de 2024, para a próxima segunda-feira (24). Ao editor-chefe deste veículo, o jornalista Altair Tavares, atual prefeito da capital, Sandro Mabel (UB), confirmou presença no encontro.
“Nós vamos apresentar o déficit que tá contabilizado. É lógico que maior parte do déficit que nós assumimos não está contabilizado. Então, não aparece na prestação de contas. Mas o mais importante é demostrar os índices que a Prefeitura praticou com educação, com saúde, qual foi a poupança corrente, qual foi o ‘capag’ que isso resultou”, pontuou Valdivino.
O secretário explica tratarem-se de dados econômicos, de natureza contábil. Os dados extracontábeis não aparecem no relatório, o que gera, segundo Oliveira, um maior problema para a administração municipal. “É preocupante, porque maior parte do déficit não está contabilizado. Aí vira um problema duplo para nós, porque não estando contabilizado, ele não está empenhado e não estando empenhado, não tem orçamento”, ponderou.
“Eu não posso desfalcar o orçamento de 2025 porque senão, quando chegar no final do ano não tem orçamento para a Prefeitura funcionar e eu tenho que gerar excedente de orçamento para poder cumprir alguma coisa desse que não está contabilizado”, apontou Valdivino.
Segundo o titular da Finanças, o que é contabilizado está devidamente empenhado e tem cobertura orçamentária. O que não está contabilizado, porém, não tem cobertura orçamentária. “Temos que criar um orçamento extra e isso só se cria com poupança ou redução de gastos”, observou.
Questionado sobre a inserção da Comurg após o primeiro quadrimestre de 2025, o secretário afirmou esperar já ter bem visualizado o que foi executado de orçamento e o que a Prefeitura terá de sobra orçamentária para definir o que pode ser feito nas questões relativas não somente ao órgão, mas também ao déficit não contabilizado.
O déficit deixado não contabilizado deixado pela gestão anterior é, segundo Valdivino, no valor de R$ 600 milhões na área da saúde, quase R$ 200 milhões do Imas e R$ 2 bilhões da Comurg, além das despesas das administrações que não estão lançadas no balanço.
“São compromissos feitos em 2023 e 2024, que precisam ser resgatados. Tem questões como, por exemplo, transporte público. O subsídio do transporte público não foi pago em setembro, outubro, novembro e dezembro, e não ficou empenhado. Quer dizer, além de ter que regularizar isso, eu tenho que arrumar o orçamento”, detalhou o secretário.
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