O prefeito Sandro Mabel (UB) reiterou nesta quinta-feira (13), que termina no dia 30 de março o prazo para a saída dos vendedores ambulantes que atualmente trabalham nas calçadas e ruas da Avenida 44. Ele garantiu que a fiscalização vai ser rígida “e 24 horas” para impedir a presença das centenas de ambulantes que atuam na região, maior polo do comércio de confecções da capital.
A Prefeitura negociou com donos de galerias da região para oferecer espaço dentro delas, sob certas condições privilegiadas, por um determinado tempo. Mesmo assim, cotidianamente, é possível encontrar vendedores ocupando calçadas com bancas ou com carros estacionados cheios de mercadorias oferecidas no espaço público, os quais o prefeito chamou de ‘carros-loja’. O fortalecimento do comércio lojista regular da 44 foi promessa de campanha do atual prefeito.
Apesar do estado de necessidade da maioria dos ambulantes, além da sonegação de impostos e tumulto para pedestres e trânsito, essa concorrência sempre foi questionada pela maioria dos lojistas das galerias. Por outro lado, é frequente encontrar lojistas que também oferecem produtos nessas condições, muitas vezes argumentando que não é justo pagarem pelo aluguel das lojas e perderem vendas para os ambulantes.
“A cidade precisa se organizar”, afirma Mabel sobre os ambulantes da Avenida 44
“Os ambulantes da 44 são pais e mães de família que precisam trabalhar, mas não trabalhar daquele jeito. A cidade precisa se organizar. Isso aqui é uma cidade. E agora tem um gerente. Vim de uma administração, de uma gestão. Não vou deixar a cidade ficar essa bagunça que está, de ambulante para todo lado, não”, afirmou Mabel nesta quinta.
Ele define o plano de retirada para dentro das galerias como a melhor alternativa de quem quiser continuar no ramo naquela região. “Pegamos as galerias, fizemos um acordo com elas e o ambulante pode escolher em qual galeria ele quer alugar uma loja. Ele vai pagar por um tempo só o condomínio. Não vai pagar o aluguel. Depois vai pagar 30% do aluguel e depois de uns meses vai pagar 60%, até que ele vire um lojista normal. Agora, [banca] na porta da loja, ‘carro-loja’, a partir de 30 de março, não fica nenhum. O que estiver nos vamos tirar com fiscalização intensa”, avisou.
Mabel disse que não é uma retirada pura e simples dos ambulantes e sim “realocação”. “Vamos realocar, dar condição, dar espaço na Feira Hippie, em outras feiras também. Agora, na rua, onde querem ficar, sem pagar nota fiscal, sem pagar imposto, na frente das lojas, aquela bagunça, [onde] o consumidor não consegue andar, isso acabou. Quem quiser trabalhar vai ter um lugar, uma condição boa, sem pagar aluguel no começo e tudo mais. Bagunça não adianta”, reforçou em entrevista coletiva.
Mabel disse que não tem receio que o assunto renda reação oposta na Câmara Municipal. “Tenho o apoio dos vereadores. Não estou apenas mandando o ‘rapa’ para tirar eles, estou tomando conta deles, dando oportunidade de trabalhar, de começar avida corretamente. Agora, se quiserem ficar no meio da rua, esquece, agora é fiscalização 24 horas”, finalizou Mabel.
A reportagem não localizou representantes dos ambulantes da 44 para o posicionamento deles, mas o espaço está aberto.
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