18 de maio de 2025
Cidades • atualizado em 25/04/2025 às 13:24

Mabel promete retirar moradores de rua de Goiânia até dezembro com apoio do terceiro setor

A meta ambiciosa será alcançada por meio de um plano de ação articulado com organizações sociais
Segundo o prefeito, o plano também contempla o cadastramento e regularização de entidades do terceiro setor. Foto: Altair Tavares/Diário de Goiás.
Segundo o prefeito, o plano também contempla o cadastramento e regularização de entidades do terceiro setor. Foto: Altair Tavares/Diário de Goiás.

Em um encontro que reuniu autoridades, representantes do Ministério Público, Defensoria Pública e lideranças do terceiro setor, o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, anunciou nesta sexta-feira (25) que a gestão municipal pretende retirar todas as pessoas em situação de rua da capital até o fim de 2025. A meta ambiciosa será alcançada por meio de um plano de ação articulado com organizações sociais, conselhos e fundos públicos voltados à assistência social.

“Nosso objetivo é usar os recursos do Fundo da Criança, do Idoso e outros fundos sociais com responsabilidade. São R$ 5 milhões iniciais, mas a expectativa é de alcançar até R$ 50 milhões por ano com o apoio da sociedade e da destinação do Imposto de Renda. Cada contribuição ajuda a ‘engordar’ esse fundo e reforça nosso compromisso com as pessoas mais vulneráveis”, afirmou Mabel.

Segundo o prefeito, o plano também contempla o cadastramento e regularização de entidades do terceiro setor, o que permitirá que elas possam receber repasses públicos e atuem diretamente nos serviços sociais prioritários, como acolhimento de crianças, adolescentes, mulheres vítimas de violência, pessoas com deficiência e idosos.

A secretária de Assistência Social, Eerizania Freitas, destacou o novo momento da gestão. “Pela primeira vez temos uma administração que prioriza o cuidado. Recursos que antes ficavam parados, agora chegarão às organizações sociais que fazem o trabalho direto com as populações vulneráveis”, disse. Segundo ela, o cadastramento de entidades já foi aberto e ficará disponível por 15 dias.

Apoio à proposta

A proposta foi bem recebida por membros do Ministério Público e da Defensoria Pública. O promotor Haroldo Caetano, da promotoria da criança e do adolescente, elogiou a presença das autoridades e reforçou a urgência de políticas públicas. “Tivemos quatro anos de estagnação. Agora vemos um novo olhar da gestão. Há dinheiro, há fundo, e agora há gestão”, pontuou.

Já o defensor público João Pedro ressaltou os desafios diários enfrentados nos acolhimentos. “Hoje temos dificuldades para encontrar vaga para crianças com perfis específicos. O sistema de justiça vem cobrando há anos um plano efetivo. Com essa nova estrutura, podemos ter um respiro”, afirmou.

A retirada de moradores de rua foi apontada como uma das metas mais urgentes do prefeito. “Colocamos 8 mil crianças na escola, mas temos outras na rua. Não posso tirar dinheiro da saúde para pagar lixo, enquanto temos gente dormindo ao relento. A cidade precisa de ordem, mas também de humanidade”, declarou Mabel, em crítica à cobrança para uso de aterro particular.

A proposta também busca incentivar a solidariedade da população por meio da destinação de parte do Imposto de Renda aos fundos sociais. “O meu é pouquinho, o seu é pouquinho, mas juntos podemos transformar isso em um grande fundo. E quem ganha é a cidade”, completou o prefeito.

O plano da Prefeitura de Goiânia é ambicioso, mas sinaliza um novo momento de articulação entre o poder público e a sociedade civil, com a promessa de não deixar ninguém para trás.


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