A Prefeitura de Goiânia divulgou um relatório com os dados oficiais dos 100 primeiros dias da gestão do prefeito Sandro Mabel (veja a íntegra do relatório). Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (10), Mabel também falou sobre a dificuldade de implementar muitos dos seus planos em virtude do déficit nas contas municipais que herdou da gestão anterior e que, segundo ele, beira R$ 4 bilhões.
Na segunda-feira (7), o Diário de Goiás antecipou um balanço do que ele havia prometido durante a campanha em 2024, e os avanços obtidos nos três primeiros meses da gestão.
Na entrevista, Mabel focou em dados como a reorganização da capital. “A cidade estava muito desorganizada, com muitos problemas em todas as áreas, a limpeza, saúde, todas as áreas, a população de Goiânia conhece isso daí. (….) Pegamos a prefeitura com quase 4 bilhões de reais de pagamentos atrasados, isso tudo faz com que você tenha muitas dificuldades, mas nós superamos, nós fomos superando e estamos trabalhando muito”, afirmou.
Ampliação dos serviços
Os exemplos citados envolveram o funcionamento dos postos de saúde, a ampliação do atendimento de pediatria e remédios disponíveis em postos e Cais, entre outros, no caso da Saúde. “Acredito que até o final do ano nós teremos uma saúde exemplar aqui em Goiânia”, estimou.
No caso da mobilidade e da iluminação urbanas, ele lembrou que era grande a insatisfação. “Agora estamos colocando os primeiros sinais sincronizados, a cidade vai ser inteirinha, uma cidade digital, uma cidade inteligente. Assim como a iluminação que nós estamos trocando em todos os bairros”.
O prefeito lamentou não ter mais recursos disponíveis para os investimentos necessários. “Sem dúvida nenhuma, se eu não tivesse 4 bilhões para pagar, eu poderia ser muito mais ousado, inclusive no plano de investimento que nós temos para fazer”.
Nesse ponto, ele garantiu que está negociando com fornecedores, mas nem sempre a margem é satisfatória. Mabel citou que um fornecedor de oxigênio como exemplo. “O fornecedor de oxigênio disse assim, ‘você paga o oxigênio até amanhã, ou amanhã seus hospitais não têm oxigênio’, e aí o que você faz?”.
Além disso, ele citou também a recuperação da malha viária que se baseou no plano da gestão anterior, mas ampliou a meta. “Vamos lançar um plano de asfalto ousado aí, que era inicialmente 500 quilômetros, mas nós estamos revisando contratos, revisando o que vai ser aplicado em cada lugar e em vez de 500 eu quero fazer 800 quilômetros com o mesmo dinheiro”, disse.
Envolvimento social ainda é baixo, reclama Mabel ao avaliar 100 dias de gestão
Mabel, que utilizou de forma enfática as redes sociais para reclamar da sujeira e cobrar apoio da população, sendo inclusive criticado pela estratégia, disse que os avanços vieram nos primeiros 100 dias de gestão, mas não o suficiente. “Tem, muita gente que realmente tem me ajudado a manter a cidade limpa, mas ainda tem muita gente que não tem. A população perdeu o costume de não jogar lixo na rua, então precisa voltar a acostumar isso daí. Entulhos que são recolhidos numa construção são jogados no meio de um terreno, no meio de um canteiro, isso tudo aqui nós estamos pegando muito firme [punindo]”, observou.
Ele lembrou que a fiscalização ficará mais contundente com a ampliação no número de câmeras e a integração delas ao Centro de Operações inaugurado recentemente, utilizando mais radares também.
“Agora, com a cidade inteligente, com essas câmaras instaladas e tudo mais, nós iremos pegar quem está sujando a cidade e vamos multá-los e processá-los para que a cidade possa ficar limpa”. O prefeito destacou que abriu 10 ecopontos e vai abrir mais 30, contra quatro ecopontos que existiam quando ele assumiu, para chegar a 34. Eles serão fixados nos extremos da cidade.
O prefeito falou também dos mutirões já realizados. “Nós fizemos 31 mutirões, que já deram um outro aspecto para a cidade”, disse ele.
Déficit de vagas em Cmeis caiu para 2 mil
Mabel comemorou que conseguiu ampliar o número de vagas para crianças na Educação Infantil, abrindo, segundo ele, 8 mil novas vagas de Cmeis para um déficit girando em torno de 10 mil quando assumiu, em janeiro. “Faltam só 2 mil [vagas para crianças] e esses aí é porque você tem que selecionar, eles estão muito espalhados, então nós temos que arrumar lugar perto das casas deles”, justificou.
Sobre a situação da Companhia Municipal de Urbanização de Goiânia (Comurg), Mabel disse que está satisfeito com a redução de gastos, mas reconheceu que ainda falta muito. “Temos uma economia de quase 30 milhões por mês que já está feita”, mas ainda falta bastante”, admitiu.
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