Chegando aos 30 dias iniciais da nova gestão, lideranças comunitárias ainda aguardam pela criação de um órgão semelhante a uma Superintendência de Assuntos Comunitários, ou um órgão para que as demandas dos bairros sejam levadas diretamente ao prefeito, em Goiânia. No entanto, o que surgiu como uma promessa feita e registrada durante a campanha eleitoral pelo prefeito Sandro Mabel disputada com o número 44 (UB), ainda não tem data nem esboço de quando será implementada, mas já definiu, em entrevista do Diário de Goiás que a tarefa será conduzida pela secretária de Governo Sabrina Garcez.
De acordo com os diretores das associações de bairro da capital, Goiânia carece desse tipo de iniciativa, já que a pasta foi extinta desde o governo do ex-prefeito Iris Rezende e completamente esquecida nas administrações de Paulo Garcia e Rogério Cruz. A proposta é ter uma gerência que receba os principais assuntos levados pelos representantes dos moradores, para que ações pontuais sejam feitas nos bairros, conforme as necessidades.
Promessa registrada
O presidente do Conselho Construtivo das Associações de Bairros de Goiânia (CCAB), Vagner Ferreira, detalha que, ainda na época de campanha eleitoral, Sandro Mabel (UB) prometeu aos líderes comunitários que resgataria a prática de proximidade entre a prefeitura e as associações. “Ficou acordado com ele de criar uma superintendência para o movimento comunitário despachar suas coisas, seus pedidos, suas reivindicações de bairro. Mas, até hoje a gente não foi mais chamado”, declarou Vagner.
Ao Diário de Goiás, Mabel relatou que pretende sim retomar essa ligação com as associações de bairro, mas que ainda está no processo de estruturação das ideias. “Nós queremos voltar a ter essa ligação que a prefeitura parou de ter com lideranças comunitárias. Estamos estruturando para ver como que nós podemos fazer esse assunto, uma vez que não tem nada dentro da prefeitura mais de liderança comunitária, acabou”, pontuou o prefeito.
No governo Iris existiu uma Secretaria de Assuntos Comunitários, que conforme Vagner, contava com toda uma estrutura para assessoria jurídica e política às lideranças. “Nessa época nós legalizamos mais de 100 entidades que estavam com documentos parados. Depois do governo do Iris não teve mais”, detalha. De acordo com o presidente do CCAB, atualmente, existem cerca de 120 lideranças de bairro na capital, mas, na época de atuação mais massiva esse número passou de 200. Com o tempo, o movimento perdeu força.
Ideias no papel
Mabel vê o movimento como uma iniciativa importante para a proximidade entre a gestão e os moradores e reforçou a expectativa da criação dessa aliança. “Nossa ideia é ver como que a gente pode fazer o aproveitamento. Tenho toda a disposição para fazer isso. Nós vamos criar dentro da secretaria de governo condições para começar a mexer com essas lideranças de bairro”, prometeu o prefeito.
A proposta é que os próprios moradores, por meio das associações, auxiliem o prefeito a governar a cidade. “Estamos brigando por essa superintendência, para nós termos esse elo, para não precisar passar por vereador, por gabinete, para poder fazer as demandas dos bairros”, reforçou o presidente do CCAB.
“Foi um compromisso fechado com os movimentos sociais. A expectativa é que, pela experiência do prefeito Mabel, nós desenvolvamos um bom trabalho por Goiânia. Porque ele quer organizar Goiânia, e para organizar Goiânia, ele precisa dessas entidades, ele precisa das informações de como está a cidade, como está o bairro, o que precisa, o que é mais urgente”, reforçou Vagner.
Conforme a declaração de Mabel, a previsão é de que a criação da gerência para atendimento aos líderes comunitários seja feita em parceria com a Secretaria Geral de Governo, chefiada por Sabrina Garcez. No entanto, o prefeito não chegou a especificar uma data para início dos trabalhos e nem uma previsão de como a iniciativa será desenvolvida junto às associações.
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