Candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT) usou parte de seu espaço na entrevista ao “Roda Viva”, da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (15/8), para manter suas críticas o presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao ex-presidente Lula (PT), ambos candidatos também. Na oportunidade, o presidenciável reforçou sobre a polarização que envolve as eleições deste ano e disse que o brasileiro votou em Bolsonaro em 2018 por uma mágoa gerada pelos escândalos de corrupção protagonizados pelo PT.
O político justificou ainda que, por isso, “o Lula não tem a menor moral para partir pra cima da roubalheira do Bolsonaro”, e disse que ele próprio “tem”. Além disso, Ciro reforçou sua opinião sobre dizer que o atual chefe do Executivo não apresentou, na eleição passada, proposta alguma que o levasse ao comando do país.
“Setenta por cento do eleitorado dos centros mais dinâmicos da vida brasileira votaram no Bolsonaro em 2018. Foi por uma obra? Não tinha essa obra. Foi por uma proposta generosa? Não tinha essa proposta. Então qual foi a razão? É muito simples, o povo votou magoado por conta da mais severa crise econômica da história, que é essa que está aí e foi produzida pelo PT, mais o escândalo generalizado de corrupção”, reiterou.
“Sou candidato porque é necessário”, também afirmou Ciro durante a entrevista. Para ele, já que em um cenário onde Lula e Bolsonaro aparecem, segundo as pesquisas eleitorais, como favoritos, seu nome é garantido como opção ao eleitorado contrário aos dois nomes. “Há um universo de eleitores para ser buscado que, é claro, é difícil, penoso, complicado, mas é perfeitamente praticável. E eu não sou candidato porque é fácil, eu sou candidato porque é necessário. O Brasil não aguenta mais”, repetiu.
Mantendo sua fala acerca da polarização, o presidenciável afirmou que cenário não é “cristalizado” como dizem os “editoriais, os analistas”. Para Ciro, pesquisas são apenas “um momento” em que mostram Lula e Bolsonaro como os favoritos e que situação pode ser revertida.
“Quando a gente olha a pesquisa, a gente tem que entender ela como retrato, e a vida é filme. Então, em primeiro lugar, as pesquisas representam um momento e o momento brasileiro são dois presidentes extremamente vistosos, figurantes”, disse.
“Bolsonaro fala bobagem aos milhões por dia. O Lula é o candidato desde 1989 em todas as eleições por si ou quando botou alguém, esse alguém foi com a máscara dele. Desde 89, é uma coisa pitoresca de imaginar, que o mundo progressista brasileiro só tenha um líder. Então é absolutamente natural que sejam absolutamente notórios, todo mundo tem opinião sobre os dois, todo mundo odeia, todo mundo ama”, completou.
Ciro também falou sobre ter a única alternativa de mudança de governo econômico e de governança política e que acredita na prisão de Bolsonaro: “Matou o nosso povo. Tem que responder por isso”. Ele foi o segundo entrevistado de uma série promovida pelo programa “Roda Viva” com os quatro pré-candidatos com maior intenção de votos registrados pela pesquisa Datafolha de 28 de julho. Simone Tebet (MDB) foi a primeira a enfrentar a sabatina, em 8 de agosto. As datas das entrevistas com Bolsonaro e Lula estão sendo definidas em negociação com as coordenações das campanhas, que ainda não responderam aos convites feitos.
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