Em viagem oficial a Pequim, na China, onde participou do Fórum Empresarial Brasil-China, com investidores chineses e brasileiros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou, nesta segunda-feira (12), investimentos em parceria entre o país asiático e o Brasil. Lula anunciou que a fabricante de carros chinesa GAC Motor pretende instalar sede em Catalão (GO), onde produzirá três modelos de carros, híbridos e elétricos, para serem comercializados no país.
A China está investindo mais R$ 27 bilhões em sedes de multinacionais em solo brasileiro. De acordo com dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o fluxo comercial entre os dois países já é de cerca de US$ 160 bilhões.
Somente o Grupo GAC planeja investir cerca de US$ 1,3 bilhão no Brasil. A empresa chinesa já negocia as instalações em Catalão. A multinacional deve assumir a fábrica da antiga HPE Automotores, que foi fechada em 2024. Conforme o planejamento, as instalações devem começar ainda em 2025.
A empresa pretende colocar três modelos no mercado brasileiro, um híbrido e dois elétricos: Aion V, Hyper HT, Emkoo. A GAC já convidou o presidente Lula para o lançamento de cinco modelos, inicialmente importados, em solenidade em São Paulo, no próximo dia 23 de maio.
O encontro com Lula, realizado na China, consolida as negociações iniciadas no ano passado, quando representantes do Grupo GAC se reuniram com o vice-presidente Geraldo Alckmin e anunciaram interesse no mercado brasileiro.
Investimentos em Goiás
Entre as multinacionais que escolheram o Brasil, mais precisamente Goiás, está também a Teld Eco Charger, especializada em carregadores elétricos, que já confirmou sua vinda ao país, com investimentos de cerca de R$ 100 milhões no Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA).
A Teld é responsável por 42% da produção de carregadores elétricos na China e figura entre os principais fabricantes globais de equipamentos para carros e ônibus elétricos. Em Goiás, além da unidade fabril em Anápolis, a empresa também vai implantar três eletropostos de carregamento rápido em Goiânia, com tempo estimado de até 20 minutos por recarga, sendo a primeira do setor a oferecer esse tipo de infraestrutura no estado.
A parceria com a Teld nasceu de tratativas iniciadas em novembro do ano passado, durante uma missão oficial coordenada por Joel Sant’Anna, com participação do Corpo de Bombeiros Militar de Goiás. Na ocasião, foram realizadas visitas técnicas e estudos para a implantação de carregadores elétricos em novos empreendimentos, além da articulação que culminou na instalação da fábrica em Anápolis e dos três eletropostos em Goiânia.
O Governo de Goiás tem intensificado sua agenda de missões internacionais, especialmente na China, com o objetivo de atrair investimentos que gerem emprego, renda e desenvolvimento. Um exemplo bem-sucedido é a instalação da gigante Weichai, também chinesa, em Itumbiara, resultado da missão liderada pelo governador Ronaldo Caiado.
Discurso de Lula
Na madrugada desta segunda-feira (12), durante o discurso de encerramento do fórum, Lula destacou que a relação entre Brasil e China representa “dois países que têm compromisso de resolver o problema do empobrecimento que martelou a vida de ambos” durante muito tempo.
Brasil e China são “parceiros estratégicos e atores incontornáveis” no atual contexto geopolítico, em meio ao “ressurgimento de tendências protecionistas”, disse Lula, referindo-se à recente política comercial adotada pelos Estados Unidos.
Segundo o Palácio do Planalto, os recentes encontros entre Lula e Xi Jinping, presidente da China, contribuíram para ampliar ainda mais os investimentos chineses no Brasil. Os novos acordos preveem investimento de US$ 1 bilhão na produção de combustível renovável para aviação (SAF), a partir da cana-de-açúcar, e a criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) na área de energia renovável.
Para o presidente brasileiro, tais feitos são consequência da inclusão de uma parcela significativa da população na economia desses países. “Nós apostamos na redução das barreiras comerciais e queremos mais integração”, afirmou Lula.
Com informações da Agência Brasil
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