Publicidade

“Live dos 100 dias”: Caiado ataca gestões anteriores e promete um futuro melhor para Goiás

Por 5 anos atrás

{nomultithumb}

Em entrevista a TV Brasil Central, o governador Ronaldo Caiado (DEM) concedeu entrevista para falar sobre os primeiros 100 dias de sua gestão. Ao longo da conversa com a jornalista Marcela Freitas, Caiado fez diversos comentários atacando as gestões anteriores mas foi positivo em sua visão de um estado de Goiás melhor. Apresentou números prósperos com relação a segurança, afirmou que está fazendo um governo com transparência total e profissionalizando a gestão pública para não deixar que focos de corrupção existam e está preparando um Estado que possa progredir.

Caiado aproveitou para agradecer os eleitores que o elegeram em primeiro turno e apesar dos 4 bilhões que recebeu em dívidas está trabalhando firme para que os problemas possam ser sanados. Médico de formação tratou do assunto. Lamentou a situação lastimável que encontrou o Hospital Materno Infantil sem qualquer estrutura para atendimento. “A situação era de dar dó”, lamentou. “Tem crianças ali que nascem pesando menos de meio quilo. São casos graves”. Mas garantiu que a situação irá mudar. “Conseguimos em 102 dias, dar 55 leitos: 10 de UTI e os outros de enfermagem”. O objetivo será de colocar a disposição das mães que irão dar a luz a seus filhos um “padrão de respeito”. “A criança terá toda a aparelhagem. Toda a condição da acompanhante ficar. Tudo de mais moderno. A estrutura de UTI e as condições necessárias. Na enfermaria, o mesmo tratamento.”, salientou.

Publicidade

Garantiu que o que está vivenciando é apenas uma situação “de transição”. Afirmou que no final do governo, “o Materno Infantil será referência e motivo de orgulho para as pessoas que precisam de usa-lo”, sentenciou.

Publicidade

O governador democrata também comemorou os 150 milhões prometidos pelo ministério da Saúde. O ministro Henrique Mandetta garantiu o valor em visita a Goiânia durante a semana passada. “Serão 100 milhões para investimentos na saúde e outros 50 milhões custear e garantir para que a obra fique aberta”. Aqui, Caiado faz menção aos governos anteriores afirmando que não serão obras que apenas irão ficar na inauguração, mas também serão operantes. “É necessário manter a estrutura”. Relembrou hospitais que foram inaugurados diversas vezes, mas nunca tiveram atendimentos realizados.

Publicidade

Lastimou também a situação que as pessoas do interior vivenciam para realizarem seus tratamentos de saúde. “Nosso governo tem trabalhado para dar condições de vida dignas para essas pessoas”. Falou ser inaceitável uma pessoa ter que viajar 700km para ter acesso a um leito de UTI. Usou o exemplo da região de Montes Belos, na divisa do Tocantins para reforçar a argumentação. Para realizarem um tratamento de hemodiálise também é inconcebível que uma pessoa tenha que andar por 400km. “A saúde foi deixada de lado”, para aqueles que vivem no interior, segundo Caiado.

Para resolver esses problemas, Caiado propõe regionalizar a saúde com a construção de Policlínicas. Serão construídas 17 em todo o Estado. E ressaltou que a construção dessas não será movida a apoio político e sim por critérios apresentados. As Policlínicas terão 10 médicos especialistas e o atendimento sera completo com “aparelhos específicos para cuidados cardiovasculares, ortopédicos e oftalmológicos, entre outros”, ressaltou. “Teremos aparelhagem para atender mulheres para saberem se tem algo errado com a mama”. Também haverá laboratórios para que realizem seus exames com qualidade. “Aqueles pacientes que possam ser tratados lá, serão feitos ali na Policlínica. Casos mais graves, serão transferidos para outros hospitais”, ressaltou. A primeira Policlínica será montada em Posse, em julho, garantiu.

O governador também garantiu que haverão micro-ônibus para buscar o paciente e leva-lo ao atendimento nas Policlínicas. “Vamos ter condições de dar a população qualidade de clínica particular como se faz em todo o lugar do país”, salientou.

Caiado também relembrou que há 13 meses os prefeitos não recebiam os repasses a saúde, também cutucando o governo passado. “Nenhum prefeito estava recebendo o repasse da saúde. Direito do município”. A situação catastrófica levava prefeituras a fecharem suas unidades de saúde. Garantiu que o “dinheirinho que tiver, será investido na qualidade de vida do cidadão”.

Organizações Sociais na Saúde

Caiado também garantiu que os contratos existentes das Organizações Sociais na Saúde estão sendo revistos. Citou o exemplo da OS que administra o HGG. “As OS’s que estão cumprindo em contrato, somos obrigados a respeitar o assinado. No caso específico do HGG, por exemplo que teve a renegociação. Acabou o contrato. E o que aconteceu com o HGG? Conseguimos fazer um contrato onde a OS vai receber 3 milhões a menos por mês. De 13 para 10. Ela vai ter de atender 52% a mais de consultas que ela tinha que atender, além de mais cirurgias por mês. Estamos revendo todos os contratos. Independente da OS para buscarmos condições compatíveis para reduzir gastos e aumentar a qualidade”

Afirmou que os governos anteriores não faziam nada pela saúde e apenas inventavam nomes para programas, em sua maioria para fins politiqueiros. Para Caiado, é o fim dessa onda de propaganda. O que está fazendo tem objetivo de atender a população mais carente. A onda politiqueira em Goiás acabou. Alfinetou novamente as gestões anteriores com essa premissa. Disse que das 10 cidades do interior do Estado que receberam maior aporte na saúde, apenas uma teve prefeito que o apoiou. “Sem vinculações políticas”, taxou.

Números posítivos sobre segurança pública

Em outros momentos da entrevistas, Caiado elogiou números de redução de violência apresentados pela Secretária de Segurança Pública. “Houve redução de 11% nos homicídios e 26% nos latrocínios. Os roubos a pedestres, veículos e cargas também diminuíram”, salientou.

Elogiou o trabalho de articulação da inteligência policial. Citou o desmembramento de uma das maiores quadrilhas de carros do Brasil que ficava em Goiás: a Família Bola. “A Família Bola tinha todo o comando das operações. Varias denuncias foram feitas nos últimos 20 anos, nenhuma foi adiante. Em 6 dias conseguimos desmembrar essa quadrilha”, se orgulhou. Disse que não haverá espaço para bandidos em Goiás. “O bandido ou muda de profissão ou muda do Estado de Goiás”.

Para Caiado, as condições dadas aos Policiais também melhoraram. A extinção da terceira-classe foi um ponto alto da entrevista. O governador extinguiu a categoria que recebia aproximadamente 1500 reais como salário. Outra crítica aos governos anteriores: “Eles criaram em Goiás uma subcategoria. Policial Militar ganhava 1500 reais. É inadmissível. Outros policiais faziam caixinha pra ajudar esses policiais. Quando assumimos, a terceira classe passou a ganhar mais de 5 mil reais.”

Sobre educação, Caiado garantiu o repasse de 2% da arrecadação do Estado a Universidade Estadual de Goiás (UEG). “Em um país democrático, a Universidade tem que ter sua independência. O Estado não pode intervir, mas o repasse será realizado”, explicou. O governador jogou a responsabilidade na deterioração da Universidade aos governos anteriores. “O uso político feito pelos governos anteriores destruiu a UEG. Os governos anteriores sentiram-se donos dela”. O resultado? “Ao invés de atender as demandas da Universidade, a UEG atendia as demandas políticas dos ex-governadores”, rememorou. Citou que reitores da UEG foram parar atrás das grades e o atual teve de se afastar por uso indevido de verba.

Sobre o futuro da UEG? “A UEG tem que decidir os próprios rumos. Jamais, no nosso governo, nenhuma intervenção ou ação autoritária junto a Universidade”. Concluiu dizendo novamente que a responsabilidade do governo de repassar os 2% da arredação continuará sendo feito. “Tenho repassado até mais”, disse em uma parte da entrevista. 

Caiado concluiu a entrevista afirmando que esta profissionalizando a gestão pública do Estado. A partir de agora, “haverá gestão”, afirma. O trabalho para minar focos de corrupção será intenso. Concluiu pedindo apoio “de todos”. “Ninguém consegue governar sozinho. Eu preciso de todos. Para fazermos o dinheiro chegar aos que mais precisam”

Comentários dos internautas

Em nenhum momento da entrevista, Caiado menciona sobre parte do pagamento do salário de dezembro não realizado aos servidores, o que foi cobrado por alguns internautas. O escrivão da Polícia Civil, Humberto Gomes comentou energicamente: “”Eu quero meu pagamento de dezembro/2018. Acho que meus quatro votos vc perdeu para o próximo pleito!!!”. Nina Maria também postou nos comentários: “PAGAMENTO DO MÊS DEZEMBRO. esperamos dezembro […] Eu nunca descumpri nenhuma lei. Pague Dezembro”.  Wolney Valério também cobrou o pagamento do piso em 2019: “Pague o Piso de 2019 , é lei. Um governo que não cumpre a lei com o professor não é digno de confiança para colocar qualquer projeto.”

André Luiz Valente cobrou mais atenção do governador aos comentários do internauta durante a live. “Menos propaganda, mais atenção ao internauta.”, comentou. Apesar das várias promessas e críticas temporais ao governo anterior, Caiado e a mediadora da entrevista deram pouca voz as críticas realizadas pelos internautas que participaram da transmissão. Boa parte dos comentários lidos foram elogiosos a atual gestão.

 

 

 

 

 

Publicidade
Compartilhar
Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.