Após problemas operacionais que acarretaram na suspensão da cobrança das coparticipações desde 2024, o Ipasgo Saúde anunciou que retomará os faturamentos mensais a partir das 18h desta sexta-feira (4), com vencimentos para o dia 15 de cada mês. Os valores acumulados dos meses anteriores poderão ser pagos parceladamente, a partir do dia 15 de maio, ou à vista.
De modo a não impactar os usuários, o Ipasgo destinará diferentes formas de pagamento. O parcelamento poderá ser feito de 5 a 24 vezes, dependendo dos valores. Serão 5 parcelas para valores até R$ 500; 10 para valores até R$ 5 mil; 18 para valores até R$ 10 mil e; o máximo de 24, para valores acima de R$ 10 mil, com parcela mínima de R$ 555,56.

Em coletiva de imprensa, na tarde desta quarta-feira (2), o presidente do Ipasgo, Bruno D’Abadia, detalhou que as formas de pagamento foram pensadas de modo a causar menos transtornos possíveis aos beneficiários. “A parcela foi desenhada de tal forma que ela está bastante diluída. Nós estamos falando aqui de até 24 parcelas, para quitar seis meses de atraso. Nós vamos diluir em mais tempo do que haveria o tempo original de pagamento se todas as cobranças tivessem sido cobradas mês a mês, para que essa parcela dos atrasados não impacte no orçamento mensal”, afirmou.
De acordo com ele, o maior percentual, cerca de 80% dos beneficiários, estarão na primeira faixa, que é a faixa que deve até R$ 500. “Entendemos que, com o parcelamento, esses valores, no caso de R$ 500 parcelados em até cinco vezes, não haverá uma crescente significativa para nenhum beneficiário”. Apenas cerca de 20% devem mais de R$10 mil.
Conforme estimativas, o Ipasgo recebe, em média R$ 20 milhões por mês de coparticipação e, em seis meses, o valor poderá fechar em R$120 milhões. A coparticipação é uma contribuição de parte dos custos de consultas, exames e procedimentos realizados. No Ipasgo Saúde, o valor cobrado pelo beneficiário é fixado em 30% do valor gasto, como regulamentado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), órgão federal que regula os planos de saúde do Brasil.
Problemas que geraram o acúmulo
As cobranças estavam suspensas por causa de mudanças no sistema do Ipasgo, uma exigência da ANS. À época, em carta enviada aos beneficiários, o presidente da instituição explicou o período de suspensão: “Lamentamos os transtornos causados. A mudança nos sistemas foi uma exigência da ANS, à qual o Ipasgo Saúde passou a ser regulado em 2024. A adesão vai proporcionar, em um futuro bem próximo, maior oferta de atendimento, ampliação de direitos, mais transparência, segurança e, principalmente, qualidade no serviço de saúde”.
Desde de que aderiu à ANS, o Ipasgo Saúde passou a cumprir exigências regulatórias como, regras contábeis, capital base, provisões técnicas e ativos garantidores. As medidas para adequação da instituição às novas legislações incluem melhorias na governança e na gestão do plano, além de ajustes financeiros e modernização de sistemas operacionais.
Além disso, foram estabelecidas também novas regras de negócio, como, por exemplo, a desvinculação do atendimento ao pagamento das coparticipações, novos prazos de auditoria e a adoção do boleto como opção de pagamento.
“As mudanças operacionais levaram à necessidade de ajuste sistêmico, ajuste de informática. Esse processo não ocorreu da maneira que todos à época gostariam, de tal forma que gerou algum nível de insegurança na continuidade das cobranças das coparticipações, porque poderíamos, no caso, realizar alguma cobrança indevida”, explicou o presidente. O acúmulo das cobranças das coparticipações se deu de meados de agosto até o início deste ano.
Retomada das cobranças
A partir desta sexta-feira (04), as cobranças das coparticipações serão retomadas. Assim sendo, os beneficiários terão acesso ao extrato e fatura de coparticipação, referência a março deste ano, por meio do Portal do Beneficiário. Os documentos serão enviados por e-mail com vencimento no dia 15 de abril.
Para os beneficiários que utilizam o débito em conta, a forma de pagamento continua no mesmo modelo vigente, ou seja, o valor continua a ser processado diretamente pelo banco. Já os que preferirem boleto bancário poderão emitir o documento no Portal do Beneficiário, onde poderá ser feita a conferência de valores.
Excepcionalmente, os beneficiários que usam débito automático terão lançamentos separados para a mensalidade e para a coparticipação, para melhor conferência dos valores. As faturas seguirão um calendário fixo: os extratos estarão acessíveis sempre no dia 1º de cada mês e o pagamento será realizado até o dia 10.
“Retomamos o funcionamento normal da cobrança das coparticipações. Na sequência, de abril para maio, teremos o equacionamento desses saldos remanescentes, que poderão ser pagos mediante um parcelamento. Quem optar por pagar à vista, pode pagar à vista. Mas todos aqueles que assim quiserem, terão parcelas disponíveis para o pagamento desse saldo”, ressaltou Bruno.
Pagamentos dos prestadores
De acordo com o presidente do Ipasgo, os prestadores que ainda possuem pendências também terão os saldos quitados pela instituição ao longo do mês de abril. “Na medida em que o reprocessamento for liberando os lotes, nós iremos fazendo os pagamentos para que o prestador possa começar a receber, evitando que a gente precise pagar tudo de uma vez e processar 100% dessas faturas”, afirmou Bruno D’Abadia.
Segundo ele, ainda não há uma data definida para a saída dos primeiros lotes de pagamento. Mas é garantido que os primeiros pagando sejam disponibilizados conforme as liberações, a partir deste mês. “Nós estamos num trabalho intenso de finalização de todo o recebimento dos arquivos e processamentoa, tanto a equipe do Ipasgo, quanto a equipe da empresa de TI, que faz esse trabalho”, salientou o presidente.
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