13 de outubro de 2024
Investigação

Investigação mira advogados por fraudes em benefícios pagos pelo acidente com o Césio 137

Os investigados (entre eles seis advogados) protocolaram diversas ações judiciais se valendo de laudos e relatórios médicos falsificados
Segundo as investigações apontam, o prejuízo causado pela associação criminosa pode ultrapassar o valor de R$ 20 milhões. (Foto: PCGO).
Segundo as investigações apontam, o prejuízo causado pela associação criminosa pode ultrapassar o valor de R$ 20 milhões. (Foto: PCGO).

A Operação Fraude Radioativa deflagrada na última segunda-feira (30) pela Polícia Civil de Goiás investiga advogados suspeitos de utilizar documentos falsos para pleitearem a isenção do Imposto de Renda de aposentados em decorrência de suposta exposição ao material radioativo Césio-137 em 1987. As delegacias estaduais, com o apoio da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da Gerência de Ações Estratégicas da PCGO da Secretaria Estadual de Saúde, identificaram mais de 100 processos judiciais.

Os investigados (entre eles seis advogados) protocolaram diversas ações judiciais se valendo de laudos e relatórios médicos falsificados, além de exames falsos ostentando o nome de renomado laboratório internacional, tudo com o objetivo de induzir a erro o Poder Judiciário para que concedesse a referida isenção. No total foram cumpridos três mandados de prisão e 11 mandados de busca e apreensão para apurar a série de fraudes.

Na apuração foram identificados, até o momento, três segmentos da associação criminosa:

  • O primeiro segmento, é de captação de clientes que tenham trabalhado no período do acidente do Césio-137;
  • O segundo segmento, é composto por advogados responsáveis pelo ajuizamento de ações judiciais;
  • O terceiro segmento, é também composto de advogados, que emprestaram as senhas de acesso ao sistema judicial para protocolarem ações.

Segundo as investigações apontam, o prejuízo causado pela associação criminosa pode ultrapassar o valor de R$ 20 milhões. Os investigados responderão pelos crimes de estelionato em desfavor do Estado, associação criminosa, uso de documentos falsos e fraude processual, cujas penas somadas podem chegar a mais de 21 anos de prisão.


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