15 de junho de 2025
Comportamento • atualizado em 16/05/2025 às 10:10

Índice de mulheres que se casam depois do 40 cresceu 24% em Goiás, nos últimos dez anos

De 2014 a 2023, a quantidade de casamentos heteroafetivos em que as mulheres possuíam 40 anos ou mais de idade aumentou de 6.319, em 2014, para 7.838, em 2023
Foto: Divulgação/Canva
Foto: Divulgação/Canva

Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com estatísticas do Registro Civil, que mostra a redução no índice de casamentos em Goiás nos últimos dez anos, aponta que o número de mulheres que se casam depois dos 40 anos de idade aumentou nos últimos dez anos, em um percentual de 24%.

Os dados afirmam que, apesar da queda considerável do número de registros de casamentos entre 2014 e 2023, a quantidade de matrimônios heteroafetivos em que as mulheres possuíam 40 anos ou mais de idade aumentou de 6.319, em 2014, para 7.838, em 2023. Para os homens de mesma faixa etária, o número também avançou, porém em menor proporção: 10,7%.

Conforme apontado no gráfico abaixo, a quantidade de mulheres que, ao se casar, possuía menos de 30 anos, caiu 39,9% entre 2014 e 2023, enquanto para os homens, a queda foi de 40,0% – ambas aparecendo como as terceiras maiores do país, de acordo com a pesquisa.

O Censo de 2022 revela que, em Goiás, há 122,6 mil mulheres a mais que homens, com 50,9% da população sendo do sexo feminino e 49,1% do sexo masculino. Especificamente, 3.589.554 são mulheres e 3.466.941 são homens. Esses dados podem justificar a redução dos números citados acima.

Outra explicação pode estar relacionada ao histórico amoroso dessas mulheres, que passaram por relacionamentos considerados “trágicos” e, por isso, preferem não se relacionar de maneira constante novamente, a não ser que se sintam verdadeiramente seguras. 

Em entrevista ao Diário de Goiás, uma mulher, que preferiu não ter a identidade revelada, associou a hipótese ao atual comportamento dos homens. “A maioria dos homens é muito machista. É muito difícil encontrar um homem com a mente aberta. Eles acham que podem fazer tudo, e as mulheres devem aceitar e ser submissas”, disse. 

Aos 38 anos de idade, ela aponta ainda outras obrigações que recaem sobre a mulher dentro de um casamento, como os cuidados com a casa e a família. “Não quero ter a obrigação de cuidar da casa, dos filhos. Porque geralmente os homens não têm essa obrigação. Na cabeça deles, eles vão chegar em casa, se sentar no sofá, ligar a TV, assistir futebol, enquanto a mulher vai para a cozinha, preparar o jantar para ele. Eu não quero isso para a minha vida”, justificou.

A entrevistada frisa, no entanto, que caso encontre uma pessoa que a faça sentir amada, respeitada e de fato cuidada, pretende se casar. “Eu não vou sair da minha casa, onde tenho minha total autonomia, para viver presa a alguém que não me trate como mereço”, disse. “Mas também não posso ficar velha e solteira para sempre”, brincou, com a ressalva de ter ciência da necessidade em construir uma família que cuide dela no futuro.


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