21 de março de 2025
MÉDICOS X IPASGO • atualizado em 14/02/2025 às 20:33

Impasse gera anúncio de paralisação de atendimentos de médicos do Ipasgo Saúde; instituto contesta

Sindicato alega falta de negociação, enquanto instituto nega ter recebido demandas formais da categoria
Sindicato formulou motivos em nota enquanto Ipasgo contestou também em nota - Foto: divulgação / arquivo
Sindicato formulou motivos em nota enquanto Ipasgo contestou também em nota - Foto: divulgação / arquivo

A relação entre o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (SIMEGO) e o Ipasgo Saúde se deteriorou nos últimos dias, culminando na decisão da categoria de paralisar os atendimentos eletivos por 48 horas na terça e quarta-feira (18 e 19). O motivo alegado pelos médicos em nota, é a falta de resposta às reivindicações da classe, enquanto o instituto contesta, também em nota, essa versão, afirmando nunca ter recebido “qualquer documento oficial” com tais demandas. Leia a íntegra das notas ao final.

O SIMEGO informou que a paralisação é uma forma de advertência e foi decidida em Assembleia Geral Extraordinária Permanente realizada em 10 de fevereiro. Os médicos ressaltaram que, apesar da suspensão temporária dos atendimentos eletivos, urgências e emergências continuarão sendo atendidas normalmente. A entidade reforçou que a medida se fez necessária diante da inércia dos gestores do Ipasgo em atender às demandas da categoria.

Já o Ipasgo Saúde reagiu com veemência, classificando a decisão do sindicato como unilateral e precipitada. Em nota, a instituição afirmou que nunca foi procurada pelo SIMEGO para tratar de qualquer pauta reivindicatória e negou ter recebido qualquer documento formal com pleitos da categoria. O instituto demonstrou perplexidade com a paralisação e acusou a entidade representativa dos médicos de usar os beneficiários como instrumento de pressão.

O tom crítico do Ipasgo foi reforçado ao afirmar que a decisão do sindicato pode vulnerabilizar servidores e seus familiares, gerando insegurança nos beneficiários do plano de saúde. A entidade sustentou que se mantém aberta ao diálogo e que tem conduzido negociações constantes com outros órgãos representativos da classe médica, sempre buscando um entendimento equilibrado e propositivo.

O Ipasgo reiterou ainda seu compromisso com a qualidade dos serviços prestados e garantiu que não haverá prejuízo na assistência aos seus quase 600 mil beneficiários. A entidade repudiou o que classificou como tentativa de desinformação e assegurou que continuará operando com transparência e responsabilidade.

Diante do impasse, beneficiários do Ipasgo se veem em meio a uma disputa que coloca em xeque a continuidade dos atendimentos médicos. Muitos pacientes que dependem do plano para consultas e procedimentos eletivos podem ser afetados se a suspensão realmente ocorrer na próxima semana ou se o impasse evoluir para medidas mais drásticas como descredenciamentos, se a situação não for resolvida rapidamente.

Para tentar amenizar os impactos da paralisação, o SIMEGO afirmou que a categoria segue disposta a dialogar com os gestores do Ipasgo e buscar soluções que atendam aos interesses dos profissionais de saúde e dos beneficiários. No entanto, a entidade frisou que espera uma postura mais ativa e transparente do instituto na resolução do impasse.

Enquanto isso, o Ipasgo reforça que manterá seus serviços em funcionamento e continuará atendendo seus beneficiários dentro das possibilidades disponíveis. O instituto não mencionou eventuais medidas legais contra a paralisação, mas indicou que seguirá monitorando a situação de perto.

Confira a íntegra da Nota do Simego

O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás – SIMEGO – no uso de suas atribuições legais e estatutárias, informa a toda a sociedade goiana, em especial aos usuários dos Planos de Saúde mantidos perante o Ipasgo Saúde, que haverá paralisação dos atendimentos realizados pelos médicos do Serviço Social Autônomo de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos e Militares do Estado de Goiás (Ipasgo Saúde), a partir das 07:00 (sete) horas do dia 18 de fevereiro de 2025 (terça-feira), por 48 (quarenta e oito) horas, finalizando às 07:00 (sete) horas do dia 20 de fevereiro de 2025, sendo esta deliberação tomada em Assembleia Geral Extraordinária Permanente realizada no dia 10 de fevereiro do ano em curso, como forma de advertência, uma vez que os gestores responsáveis, não atenderam à pauta de reivindicações apresentadas pela categoria. Os atendimentos classificados como sendo de urgência e emergência serão mantidos, conforme a lei determina.”

Goiânia, 12 de fevereiro de 2025.

Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás – SIMEGO

Franscine Leão – Presidente

Confira a íntegra da Nota do Ipasgo Saúde

O Ipasgo Saúde vê com estranheza e perplexidade a decisão unilateral do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) de anunciar uma paralisação nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2025 sob a alegação de que não houve atendimento às demandas da categoria. A verdade é que o Ipasgo Saúde nunca foi procurado pelo Simego para tratar de qualquer pauta reivindicatória, tampouco jamais recebeu um documento oficial com o pleito dos profissionais que a entidade representa.

Causa indignação que uma decisão tão drástica, com impacto direto na assistência à saúde de milhares de beneficiários, tenha sido tomada sem qualquer diálogo prévio com a gestão da instituição. Uma atitude que infere o uso do bem-estar dos beneficiários como instrumento de pressão, vulnerabilizando servidores públicos e seus familiares por decisões precipitadas, desprovidas de fundamento e que, por isso, incitam desconfiança.

Para o Ipasgo, saúde é um assunto sério, que deve ser tratado com responsabilidade, maturidade, ética e compromisso com a verdade. Por isso, a instituição sempre esteve e continua aberta ao diálogo responsável e construtivo com todas as entidades representativas. Tanto é assim, que mantém tratativas constantes com outros órgãos da classe médica, em um processo respeitoso, equilibrado e propositivo. 

O Ipasgo Saúde mantém compromisso inegociável com a qualidade e continuidade dos serviços prestados e não compactua com qualquer tentativa de desinformação que possa gerar apreensão entre os beneficiários. Seguiremos firmes na missão de garantir aos nossos quase 600 mil beneficiários assistência à saúde com excelência, responsabilidade e transparência.”

Ipasgo Saúde


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