A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás (SES-GO) confirmou nesta quinta-feira (6) a morte de um idoso, morador de Mozarlândia, vítima de dengue. Segundo a superintendente de Vigilância Epidemiológica e Imunização da Secretaria de Estado da Saúde, Cristina Laval, o paciente possuía comorbidades como hipertensão e diabetes. O óbito do idoso vítima de dengue foi o segundo confirmado em Goiás em 37 dias desse ano.
“Com esse óbito, nós temos agora, em 2025, dois óbitos confirmados e temos 14 óbitos em investigação”, informou ela. Além do idoso vítima de dengue esse ano, outra morte confirmada foi de uma mulher, moradora de Heitoraí, também acima dos 60 anos, mas sem nenhuma comorbidade.
“Até a semana epidemiológica 6 de 2025, nós estamos com um pouco mais de 15 mil casos notificados e 6.810 casos confirmados de dengue”, citou Laval. Até dia 30 de janeiro eram dois mil a menos: 4.033.
Segundo ela, o montante representa queda de quase 80% em relação ao mesmo período de 2024. A explicação, de acordo com a superintendente, é porque esse ano, em Goiás, a circulação mais frequente continua sendo do sorotipo 2 da dengue, quando em 2024 aconteceu uma inversão.
Sorotipos circulando
“A gente tinha nos últimos anos uma circulação mais robusta do sorotipo 1 e em 2024 o sorotipo 2 passou a ser o mais frequente, então tinha um volume grande de pessoas que não tinham ainda tido contato com esse sorotipo, e isso levou a essa grande epidemia que nós tivemos em 2024”, detalhou. A boa notícia, é que na virada de 2025, o sorotipo 2 permaneceu como o mais frequente.
Caso o cenário permaneça o mesmo, explica a especialista, a possibilidade é de um cenário não epidêmico, mas não sem acender o alerta para o tipo 3 da doença. O sorotipo 3 pode ser mais ameaçador no momento porque para ele a população não tem imunidade. O motivo, segundo a SES-GO, é que desde 2008 esse sorotipo não circula massivamente no Brasil.
Por outro lado, o tipo 3 de dengue foi identificado em quatro municípios de Goiás até o momento: Anápolis, Goiatuba, Jataí e Rio Verde. Nos municípios de Goiatuba, Jataí e Rio Verde, a identificação foi realizada em 2024 e os pacientes evoluíram para cura.
O único caso do sorotipo 3 identificado em 2025 foi o registrado em Anápolis. No entanto, o paciente é residente no estado do Mato Grosso e estava momentaneamente no município goiano com a doença.
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Realidade diverge entre os municípios
“Então, mantendo-se esta situação, do ponto de vista do estado como um todo, provavelmente nós vamos ter uma situação bem melhor do que tivemos em 2024. A apesar de que isso não é homogêneo quando a gente leva em consideração todos os 246 municípios, porque nós tivemos municípios no ano passado que tiveram uma expressão maior de chikungunya, outros onde não houve uma circulação tão intensa do sorotipo 2. Então tudo isso faz com que alguns municípios estejam numa situação mais preocupante esse ano do que outros municípios”, pontuou a superintendente.
Conforme ela, Goiás está no chamado período de sazonalidade onde já é esperado um aumento de casos de dengue, mesmo que dos sorotipos com menor potencial. “Mesmo tendo uma situação mais tranquila, nós esperamos casos e por isso a gente não pode de forma alguma baixar a guarda naquilo que são ações importantes na prevenção e controle da doença”, salientou.
Respaldo aos municípios
De acordo com ela, além do alerta aos prefeitos, realizado pelo governador Ronaldo Caiado no final de janeiro, desde 2024 o governo estadual tem feito várias ações de apoio aos municípios goianos no combate à dengue.
“Desde o segundo semestre do ano passado, as nossas equipes de combate ao vetor têm feito reuniões com as nossas regionais de saúde, envolvendo os municípios dessas regionais para que quando chegasse o período de sazonalidade, a partir de outubro, novembro de 2024, os municípios tivessem com as cotas de inseticida, bombas costais para fazer os bloqueios mediante os casos notificados e equipes de agentes comunitários de endemia que visitam casa a casa, capacitados, orientados para essas ações”, apontou.
Cristina Laval pediu o empenho da população em relação aos focos de água parada e também para eliminar os criadouros do mosquito. Além disso, fez um chamamento aos pais que ainda levaram as crianças e adolescentes de 6 a 16 anos para a segunda dose da vacina Qdenga para a proteção contra a doença. Segundo ela mais de 60% dessas crianças e adolescentes não procuraram as unidades de saúde para fazer a segunda dose da vacina. “É muito importante que os pais, os responsáveis, levem essas crianças e adolescentes, porque é mais uma forma de proteção que é a vacina. É preciso que a gente reverta essa situação”.
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