16 de março de 2025
PEC DA SEGURANÇA

Governo inclui Guardas Municipais em nova versão da polêmica PEC da Segurança Pública

Governo argumenta que nova versão busca dar segurança jurídica às Guardas Municipais e fortalecer a cooperação com outras forças de segurança.
Nova versão da PEC da Segurança incluiu guardas municipais - Foto: Secom Aparecida de Goiânia
Nova versão da PEC da Segurança incluiu guardas municipais - Foto: Secom Aparecida de Goiânia

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) apresentou, na quarta-feira (26), uma nova versão da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. A principal mudança é a inclusão das Guardas Municipais no artigo 144 da Constituição Federal, reconhecendo oficialmente seu papel no policiamento ostensivo e comunitário.

A revisão da PEC segue entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), que já havia reconhecido a competência das Guardas Municipais na segurança urbana, desde que respeitadas as atribuições das Polícias Civil e Militar. Segundo o ministro Ricardo Lewandowski, a medida visa fortalecer o sistema de segurança pública e evitar sobreposição de funções entre as forças.

O texto determina que as Guardas Municipais atuem de forma integrada com as polícias, sem exercer funções de polícia judiciária, e destaca a necessidade de regulamentação por legislação municipal, com controle externo pelo Ministério Público.

Desde 2023, segundo divulga o governo, o MJSP tem investido na modernização das Guardas Municipais, com a doação de equipamentos e viaturas e a elaboração de diretrizes sobre o uso de câmeras corporais e protocolos de uso da força. Com a nova versão da PEC, essas iniciativas passam a ter respaldo constitucional, garantindo estabilidade normativa e previsibilidade no financiamento dessas instituições.

Além disso, a proposta mantém outros avanços estruturantes, como a constitucionalização dos Fundos Nacional de Segurança Pública (FNSP) e Penitenciário Nacional (Funpen), assegurando a destinação dos recursos sem risco de contingenciamento.

Também prevê a criação do Conselho Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, que reunirá representantes da União, estados, municípios e sociedade civil para definir diretrizes de atuação integrada no setor.

Por outro lado, enfrenta críticas de vários governadores, entre os principais o de Goiás, Ronaldo Caiado (UB). Os críticos querem, entre outras coisas, evitar o contingenciamento de recursos aos estados que não adotarem as medidas previstas na PEC, tal como era previsto na versão inicial da PEC.


Leia mais sobre: / / Brasil / Cidades