26 de abril de 2025
Preservação

Governo de Goiás investe R$ 34 milhões em projetos de conservação aquáticos do Cerrado

A Fapeg fomenta projetos como o Araguaia Vivo 2030, o Cehidra Cerrado e a Rede HidroCerrado
A Fapeg também fomenta pesquisas sobre a qualidade da água nos lagos urbanos de Goiânia e os impactos da contaminação em rios estratégicos do Cerrado. Foto: Fapeg
A Fapeg também fomenta pesquisas sobre a qualidade da água nos lagos urbanos de Goiânia e os impactos da contaminação em rios estratégicos do Cerrado. Foto: Fapeg

O Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), investe aproximadamente R$ 34 milhões em três grandes projetos voltados à conservação dos ecossistemas aquáticos. São eles, Araguaia Vivo 2030, o Centro de Excelência em Segurança Hídrica do Cerrado (Cehidra Cerrado) e a Rede HidroCerrado.

Além dos projetos de preservação dos recursos hídricos, a Fapeg também fomenta pesquisas sobre a qualidade da água nos lagos urbanos de Goiânia e os impactos da contaminação em rios estratégicos do Cerrado, garantindo a segurança hídrica da população.

Conheça os projetos de preservação

O Araguaia Vivo 2030, com R$ 16 milhões em investimento, reúne mais de 200 pesquisadores e monitora a bacia hidrográfica do Araguaia, um dos maiores corredores ecológicos do mundo. O projeto revelou uma redução significativa na vazão hídrica do rio entre 1980 e 2020 e identificou níveis alarmantes de mercúrio em 78 espécimes de peixes, incluindo piranhas e mandubés, com concentrações acima dos limites de segurança da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Já o Cehidra Cerrado, sediado na Universidade Estadual de Goiás (UEG), recebeu R$ 15 milhões para desenvolver tecnologias que garantam a gestão sustentável dos recursos hídricos. O centro atua com monitoramento da qualidade da água, recuperação de ecossistemas degradados e adaptação dos municípios às mudanças climáticas.

Com núcleos operacionais em São Miguel do Araguaia, Porangatu, Iporá e Quirinópolis, o Cehidra conta com um sistema inovador de mesocosmos, que permite simular ecossistemas naturais em ambiente controlado.

A Rede HidroCerrado, financiada pela Fapeg e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), investe R$ 3,7 milhões na estruturação de uma rede de pesquisa interdisciplinar para o monitoramento da qualidade da água e mitigação da poluição nas bacias do Meia Ponte e Araguaia-Tocantins. Estudos já apontaram contaminação em diversos trechos dos rios, o que reforça a necessidade de estratégias eficazes de recuperação.

Crise hídrica do Cerrado

A pesquisa conjunta dessas iniciativas revelou um agravamento da crise hídrica no Cerrado. Entre os 21 pontos analisados no Araguaia, 18 apresentaram queda expressiva na vazão, sendo os meses de agosto, setembro e outubro os mais críticos.

A qualidade da água também piora ao sul do rio, especialmente entre Aruanã e Luís Alves do Araguaia, enquanto há melhora no norte, na Ilha do Bananal. Esses dados reforçam a importância do planejamento ambiental e da criação de políticas públicas baseadas em evidências científicas.

Investimento no meio ambiente

O presidente da Fapeg, Marcos Arriel, destaca que o investimento na segurança hídrica vai além da preservação ambiental, sendo um fator determinante para o desenvolvimento sustentável de Goiás. “A ciência tem um papel essencial na formulação de soluções concretas para os desafios ambientais. O Governo de Goiás está comprometido em garantir que a pesquisa seja aplicada na proteção dos nossos recursos naturais, assegurando qualidade de vida para a população e um futuro mais sustentável para o Cerrado”, afirmou.


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