17 de julho de 2025
Saúde • atualizado em 20/06/2025 às 09:35

Goiás é o primeiro Estado do Brasil a criar ambulatório oftalmológico exclusivo para doença falciforme

SES faz parcerias para atendimento específico de pacientes com doença falciforme, considerada uma das principais causas da cegueira
A assinatura do termo ocorreu durante a celebração do Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme. (Foto: Marco Monteiro).
A assinatura do termo ocorreu durante a celebração do Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme. (Foto: Marco Monteiro).

gO Estado de Goiás tornou-se pioneiro no Brasil ao estruturar um ambulatório específico para atendimento oftalmológico de pessoas com doença falciforme (DF). A iniciativa resulta de um termo de cooperação técnica firmado entre a Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO), a Rede Estadual de Serviços Hemoterápicos (Rede Hemo) e o Centro de Referência em Oftalmologia da Universidade Federal de Goiás (Cerof-UFG).

A assinatura do termo ocorreu durante a celebração do Dia Mundial de Conscientização sobre a Doença Falciforme, comemorado em 19 de junho, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2008.

O secretário estadual da Saúde interino, Sérgio Vêncio, destacou a importância da parceria. Segundo ele, o Cerof passa a integrar, de forma contínua, a linha de cuidados dos pacientes com falciforme assistidos pelo Hemocentro Coordenador Professor Nion Albernaz. “A partir de agora, o Cerof vai atender, de forma continuada, as pessoas com a enfermidade que tem a retinopatia como uma de suas principais complicações”, afirmou.

Além do atendimento oftalmológico especializado, o Hemocentro realizará exames para identificar doadores de sangue com traço falcêmico, por meio de eletroforese de hemoglobina. Também serão oferecidos aos pacientes exames laboratoriais como dosagem de ferro, ferritina, saturação de transferrina e proteinúria de 24 horas, garantindo um diagnóstico mais amplo e preciso.

Saúde e tecnologia

O presidente do Conselho Administrativo e fundador do Cerof, Marcos Ávila, ressaltou que a iniciativa vai suprir uma lacuna histórica no tratamento oftalmológico de pessoas com doença falciforme em Goiás. Entre os recursos disponíveis, estarão o tratamento com laser de alta tecnologia e o uso de antiangiogênicos, medicamentos de alto custo fornecidos pela SES. Segundo ele, o projeto também terá um papel importante na produção de dados epidemiológicos. “O objetivo é levantar indicadores para definir estratégias de saúde pública ocular, aplicáveis em todo o país, visando à prevenção da cegueira”, explicou.

Durante o evento, também foi formalizada a ampliação da parceria entre a Rede Hemo e o Centro Estadual de Medicação de Alto Custo Juarez Barbosa, que vai descentralizar a distribuição de medicamentos de alto custo para pessoas com anemia falciforme. Outra novidade anunciada foi a inclusão da Eritropoietina (EPO) no protocolo de tratamento da enfermidade. A droga, que estimula a produção de glóbulos vermelhos, é indicada para pacientes com anemia, especialmente aqueles com insuficiência renal.


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