23 de março de 2025
DECISÃO JUDICIAL

Globo indeniza Suzane von Richthofen em R$ 10 mil por mostrar teste sigiloso no Fantástico em 2018

Valor já foi depositado pela emissora no final do ano passado; laudo era sobre as condições de cumprir o restante da pena no regime semiaberto
Suzane von Richthofen reclamou na Justiça que emissora não podia mostrar laudo - Fotomontagem: reprodução / redes sociais
Suzane von Richthofen reclamou na Justiça que emissora não podia mostrar laudo - Fotomontagem: reprodução / redes sociais

A rede Globo foi condenada a pagar uma indenização de R$ 10 mil para Suzane von Richthofen, por ter exibido um laudo psicológico dela, hoje com 41 anos de idade, que era sigiloso. Suzane tinha 19 anos quando participou da morte dos pais em 2002, em um caso de grande repercussão. O valor já foi depositado pela emissora no final do ano passado.

Condenada a 39 anos de prisão pelo assassinato dos pais, ela processou a emissora em 2018, por ter exibido um laudo psicológico, informou o jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (17). Procurada pelo jornal, a emissora não comentou o assunto.

Decisão do TJSP condenou Globo em ação movida por Suzane

O laudo foi feito para avaliar se Suzane tinha condições de cumprir o restante de sua pena no regime semiaberto. A reportagem foi exibida em junho de 2018. A decisão pelo pagamento foi do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) após vitórias de Suzane em todas as instâncias.

Ainda segundo o jornal, o laudo psicológico mostrado pela Globo apontava que não havia evidências de que Suzane seria perigosa, podendo conviver em sociedade, mas que, por outro lado, tinha personalidade manipuladora e agressividade camuflada.

Ou seja, ao mesmo tempo, em que ele indicava que não havia indícios de que Suzane representasse risco à sociedade, favorecendo sua reintegração, também apontava traços de personalidade manipuladora e agressividade dissimulada. Na ação, a autora alegou violação de privacidade e que a documentação estava sob sigilo judicial.

Suzane alegava que havia tido sua liberdade invadida. O relator do caso, desembargador Rui Cascaldi, disse que ela, mesmo que tenha cometido um crime que faz parte da “história criminal do país”, tinha direitos individuais a serem observados.

O magistrado ainda acrescentou: “Essa espécie de divulgação, resguardada a liberdade que a imprensa deve ter em um país democrático como o Brasil, transborda a mera informação”.

Conforme a reportagem da Folha, Suzane havia vencido a ação na primeira instância. A Globo havia recorrido, mas também perdeu em segunda instância, após o qual houve um pedido de cumprimento de sentença, que foi atendido. O caso já teve seu pedido de arquivamento aprovado.

Relembre

Suzane foi condenada por matar os pais, o engenheiro Manfred von Richthofen, 49 anos, e a psiquiatra Marísia von Richthofen, de 50. O crime aconteceu em 2002, em um bairro nobre de São Paulo. O então namorado, Daniel Cravinhos, e o irmão dele, Cristian Cravinhos, também foram condenados pelo assassinato.

Atualmente, Suzane cumpre a pena pela qual foi condenada (34 anos e 7 meses) em regime aberto. Ela tem um filho de um ano. O pai da criança é o médico Felipe Muniz, companheiro de Suzane desde março de 2023.

Antes dele, quando estava presa, ela manteve relacionamento com Sandra Regina, Sandrão, presa por matar um adolescente de 14 anos, e depois com Rogério Olberg, irmão de outra detenta, já no semiaberto.


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