19 de abril de 2025
DENÚNCIA REGISTRADA

Gleisi Hoffmann apresenta queixa-crime no STF contra Gustavo Gayer e pede indenização de R$ 30 mil

Ministra registrou queixa-crime no Supremo contra deputado bolsonarista goiano por violência política de gênero e pediu indenização
Deputado vai responder no STF por queixa crime que ministra registrou Fotomontagem: Mário Agra / Câmara dos Deputados - Thiago Coelho / PT
Deputado vai responder no STF por queixa crime que ministra registrou Fotomontagem: Mário Agra / Câmara dos Deputados - Thiago Coelho / PT

A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT-PR) que é deputada federal licenciada, registrou esta semana uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO). Ela pede a condenação do parlamentar e R$ 30 mil por danos morais.

Gleisi apresentou a denúncia baseada em violência política de gênero. O pedido de reparação foi motivado por declarações machistas de Gayer, que foram classificadas como “inaceitáveis” pelos advogados dela.

Entre outros termos que a ministra apontou como ofensivos, Gayer sugeriu que ela formaria um trisal. Em uma publicação postada na rede X, o bolsonarista questionou se o deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara e companheiro da ministra, iria aceitar que Lula a “oferecesse” para Davi Alcolumbre (União-AP), presidente do Senado, “como um cafetão oferece uma garota de programa”. Nesse contexto, ele sugeriu que Gleisi, Lindbergh e Alcolumbre seriam um “trisal”.

Depois, apagou a publicação e passou a se justificar em outras postagens dizendo que estava era “defendendo” Gleisi.

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Pedido de indenização

A ministra pediu a condenação de Gayer e o pagamento de R$ 30 mil de indenização por danos morais. A defesa dela classificou as falas do deputado como “criminosas”. Além disso, justificou  que o objetivo dele era “constranger e humilhar” a petista com as publicações feitas nas redes sociais.

“Atitudes como essa, que são explícitas na tentativa de humilhar publicamente uma mulher, são inaceitáveis e precisam sofrer repreensão em um Brasil que luta para superar o entristecedor cenário de violência”, sustentam os advogados da ministra.

As declarações de Gayer ocorreram após uma fala machista do presidente Lula. Em referência a Gleisi, Lula disse: “Uma coisa, companheiros, que eu quero mudar, estabelecer relações com vocês. Por isso, coloquei essa mulher bonita para ser ministra de Relações Institucionais, é que eu não quero mais ter distância de vocês”.

A fala do presidente também foi criticada, mas Gleisi saiu na defesa de Lula. A ministra disse que “gestos são mais importantes que palavras”. “Fico indignada com os bolsonaristas que utilizam disso para fazer um jogo baixo”, declarou após a repercussão ruim.

Assim como Gleisi Hoffmann, Alcolumbre está preparando medidas contra Gustavo Gayer

Na semana passada, o presidente do Senado, afirmou que iria processar Gayer após as falas ofensivas “em todas as instâncias”. Também disse que entraria com uma representação contra o deputado no Conselho de Ética da Câmara. A informação foi confirmada pela assessoria do presidente do Senado.

Nesta sexta-feira (21) o portal UOL divulgou que Alcolumbre continua disposto a instaurar processos em todas as instâncias cabíveis, incluindo na esfera criminal. “Está na mão dos advogados para analisar o que é possível fazer”, disse o senador, conforme o portal.

Ele também foi questionado sobre as prerrogativas da imunidade parlamentar, usadas por bolsonaristas para defender falas controversas de parlamentares nas redes. O presidente do Senado respondeu que “o que está dificultando no Brasil são as pessoas agredirem as outras sem medir o que estão falando”. E que, liberdade de expressão “não é para agredir as pessoas”.

A reportagem enviou mensagem para a assessoria de Imprensa de Gayer na tarde desta sexta, mas ainda não houve resposta. O espaço está aberto para a manifestação dele.


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