Às 4h20 desse domingo (11) o cirurgião pediátrico Zacharias Calil postou em suas redes sociais um comunicado e um agradecimento após o término dos procedimentos da cirurgia de separação das gêmeas siamesas Kiraz e Aruna, de 1 ano e 6 meses, vindas de Igaraçu do Tietê (SP). A equipe multidisciplinar envolvida tinha iniciado o procedimento por volta das 11h30 de sábado, após seis meses de preparação e uma cirurgia de pré-separação..
O procedimento no Centro Cirúrgico envolveu cerca de 16 profissionais: quatro anestesistas, residentes, três urologias, pediatras e ortopedistas, segundo Calil. Mas a somatória de profissionais passa de 50 considerando as fases pré, intra e pós-operatória.
As bebês compartilhavam diversos órgãos e estruturas como fígado, intestino, genitália e ossos da bacia. As gêmeas nasceram unidas pelo osso ísquio, com três pernas, sendo classificadas como isquiópagas triplas (unidas pela pelve) o que tornava o caso especialmente complexo.
Calil, que também é deputado federal Zacharias Calil (União-GO), lidera a equipe. A cirurgia foi mais uma realizada com sucesso no Hospital da Criança e do Adolescente de Goiás (Hecad), que se tornou referência nacional em separação de siameses.
Cirurgia para separação de gêmeas siamesas custou R$ 2 mi, pagos pelo SUS
O procedimento foi todo custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e custou cerca de R$ 2 milhões, segundo Calil.
A cirurgia teve etapas de separação de órgãos que eram compartilhados por ambas ao longo da tarde. Para isso ser efetivado sem risco, houve um revezamento entre as equipes médicas de anestesia, urologia, ortopedia e cirurgia plástica.
Calil informou também que as bebês passarão futuramente por uma etapa de reconstrução dos tecidos e órgãos e fechamento de aberturas.
Pouco depois da separação, o médico foi até o quarto dar a notícia para a mãe das crianças, Liliane Cristina, que o abraçou emocionada. Em publicação nas redes, ele lembrou a data especial: “Hoje, no Dia das Mães, vivi um dos momentos mais emocionantes da minha trajetória. Poder olhar nos olhos dessa mãe e dizer: “Suas filhas estão bem, conseguimos”… é algo que não se explica, apenas se sente”.
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