Diante do avanço das tratativas para a formação de uma federação partidária entre o União Brasil (UB) e o Partido Progressita (PP), o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), afirmou que discorda da fusão entre as legendas. Questionado pelos jornalistas durante coletiva nesta quinta-feira (20), Caiado disse que a aliança será um “tiro no pé”.
Na última terça-feira (18), em suas redes sociais, o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, relatou que os membros do partido decidiram dar sequência às negociações com o UB. “Em reunião convocada pela presidência do Progressistas para consultar a Executiva Nacional sobre a formação de federação partidária com o União Brasil, após intensa discussão, deputados federais, senadores e presidentes de diretórios estaduais decidiram, por unanimidade, dar pleno aval à presidência do partido para prosseguir as tratativas no sentido de consolidar a criação da federação”, escreveu na publicação.
Agora, cabe ao UB dar sua posição sobre as tratativas, que por Caiado, não teriam continuidade. “Vai criar uma guerra interna. Nós ainda estamos administrando as sequelas da fusão dos Democratas com o PSL. Nós não resolvemos ainda o problema de Pernambuco, não resolvemos ainda o problema do Amazonas. Ainda há vários atritos na base”, argumentou o governador.
Se a fusão entre PP e UB se concretizar, a federação partidária se tornará a maior da Câmara dos Deputados, com o total de 109 parlamentares, além dos 13 senadores. Para Caiado, esse cenário traria descontentamentos internos. “Isso explode o partido. No momento que se faz uma fusão, ou uma federação como essa, e se desagrada nove estados, que são os maiores estados da federação, o que é que você vai fazer com esses deputados? No momento da janela eles vão sair do partido”, deliberou Ronaldo. E completou: “Nunca vi uma coisa dessas. Tiro no pé”.
Internamente, o assunto ainda está sendo avaliado pelo UB. As discussões ainda resvalam em questões importantes como o impacto da fusão nas estratégias para os próximos pleitos, principalmente no que se refere à construção de um plano para as eleições presidenciais de 2026, a qual Ronaldo Caiado já anunciou pleno interesse. “Imagina bem a reta de uma eleição, você pegar dois partidos grandes, que são independentes, e querer tutelar um ou outro. Não fecha”, pontuou Caiado.
Leia mais sobre: Federação partidária / Fusão UB e PP / Ronaldo Caiado / Política