09 de outubro de 2024
Lênia Soares

Friboi sai de cena, mas age na surdina. Assim quer conquistar Iris Rezende?

Há quem diga que, na elaboração de uma estratégia vitoriosa, o primeiro passo é o silêncio; o segundo é saber ouvir; o terceiro é relembrar; o quarto, praticar; para, só então, no quinto passo, manifestar-se com competência sobre uma ciência já dominada.

Sendo assim, eis que o empresário José Batista Júnior, o Júnior Friboi (PMDB), resolveu caminhar em direção ao pleito de 2014

Sair de cena, mantendo providencial silêncio, tem sido visto como seu primeiro acerto nas últimas semanas, depois de um enfrentamento aberto com o ex-governador Iris Rezende (PMDB). Evitou desgastes diretos.

Não significa, porém, que ele está quieto. Nem no caminho certo. No último sábado, 5, o jornalista Cláudio Humberto noticiou um encontro entre Iris Rezende e o vice-presidente da República, Michel Temer, mostrando que Friboi está agindo nos bastidores.

Temer procurou o ex-governador de Goiás no intuito de convencê-lo a abrir espaço para a candidatura do empresário no próximo ano. Batalha inglória. Iris desviou o assunto, retirou Friboi da pauta e ‘falou de flores’.

A ação, no entanto, mostra que Júnior Friboi continua na contramão do funcionamento do partido goiano e de Iris, já que tenta, novamente, enquadrar ambos de cima para baixo – do PMDB nacional para o local, como na sua filiação.

Ele dá um passo à frente e dois para trás, quando agrada o PMDB nacional desagradando o líder do PMDB local. Articular nos bastidores é válido, mas buscar a ação via Temer indica desrespeito a Iris.

Ao segundo passo, Friboi!

O empresário ainda não entendeu que não conseguirá tirar Iris Rezende do páreo na base da cotovelada. É preciso derrotar o ex-governador no jogo político. E para derrotar o adversário interno, é preciso saber ouvir e saber praticar.

Por ora, Friboi está perdendo feio, e machucando o ego irista.

Além de não conquistar o maior cabo eleitoral do PMDB em Goiás, Friboi está consolidando um inimigo interno maior que o próprio partido.

A história dá conta dos fatos. Não é preciso ir longe, cronologicamente, para perceber a importância da ‘benção’ de Iris para as candidaturas em Goiás. Vide Santillo (de certa forma), Maguito, Meirelles e, há pouco tempo, Paulo Garcia, na Capital. Há mais exemplos, claro. Mas precisa citar?

Relembrar! Ao terceiro passo, ou não haverá prática. 


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